“Essa era a terceira vez que se Jesus se manifestava aos discípulos” (Jo 21, 14). Praticamente todo dia a Sua presença física, real, essa vida nova, irrompia na vida dos apóstolos; no entanto, naquela noite estavam tristes, a noite fora infecunda. Sobretudo Pedro, pensava que podia relacionar-se com essa nova presença do Senhor segundo o que já sabia, com que era incapaz de fazer ‘ Vou pescar’. Não aconteceu nada, uma infecundidade total.
É só a iniciativa de Cristo, é só o acontecer real da novidade da Sua presença que escancara toda a nossa humanidade. Mas há um detalhe: esse ser agarrado por Cristo, por Ele, não pelas nossas imagens, não pelo que já sabíamos, esse ser agarrado por Cristo acontece, para Pedro e para os outros, através de alguém que vivia profundamente o drama da sua humanidade, que era o mais atento: João é o primeiro a perceber a Sua presença. Seu grito expulsa a nossa sonolência, a nossa presunção, a nossa distração. ‘ É o Senhor!’.
Para nós, Cristo é isso, o carisma é isso: a possibilidade concreta de sermos resgatados, mas resgatados agora, porque é uma voz que grita agora – mar de Tiberíades ou mar de Ipanema, é a mesma coisa, não há nenhuma diferença -, é um rosto, é uma mão que nos indica essa Presença que nos toma um a um. ‘ É o Senhor!’.
Peçamos a Nossa Senhora a graça para cada um de nós, a graça de não dormir e não opor resistência.
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