sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

25° Catequese

“Como posso ter um Deus misericordioso?”. Que esta pergunta tenha sido a força motivadora de todo o seu caminho me toca sempre.
Quem, de fato, se preocupa hoje com isto inclusive entre os cristãos? O que significa a questão sobre Deus na nossa vida? No nosso anuncio? A maior parte das pessoas, também dos cristãos, hoje não acredita que Deus, em última analise, não se interessa dos nossos pecados e das nossas virtudes. Ele sabe que todos somos somente carne. Se hoje se acredita ainda em algo além e em um juízo de Deus, então quase todos pressupomos em pratica que Deus deva ser generoso, e no fim, na sua misericórida ignorará as nossas pequenas faltas. Mas são verdadeiramente assim pequenas as nossas faltas? O mundo talvez não esteja devastado por causa da corrupção dos grandes, mas também dos pequenos que pensam somente a partir do próprio interesse? Não vem talvez devastado por causa do poder da droga, que vive, de uma parte, do desejo de vida e de dinheiro, e da outra, do desejo ardente do prazer das pessoas adeptas a isso? Não está talvez ameaçado da crescente disposição à violência, que, frequentemente se mascara com a aparência da religiosidade? A fome e a pobreza poderiam devastar menos várias partes do mundo se em nós, o amor de Deus, e a partir dEle, o amor ao próximo, pelas criaturas de Deus, os homens, fosse mais vivo?
As perguntas neste sentido podem continuar. Não, o mal não é uma coisa de nenhuma importâcia. Isso não poderia ser assim potente se nós colocássemos Deus verdadeiramente no centro da nossa vida. A pergunta: Qual é a posição de Deus no quis respeito a mim, como me encontro diante a Deus? – esta pergunta de Martin Lutero dev tornar-se de novo e certamente de modo novo, também a nossa pergunta. Penso que este seja o primeiro apelo que deveremos sentir no encontro com Martin Lutero.
E depois, é importante: Deus, o único Deus, o Criador do céu e da terra, é diferente de uma hipótese filosófica sobre a origem do cosmo. Este Deus tem um rosto e nos falou. O homem Jesus Cristo se tornou um de nós – Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem juntos. O pensamento de Lutero, o critério hermenêutico decisivo na interpretação da Sagrada Escritura. Isto, entretando, pressupõe que Cristo seja o centro da nossa espiritualidade e que o amor por Ele, o viver junto com Ele, oriente a nossa vida.
Agora talvez vós digais: Tudo bem, mas o que isto tem a ver com toda a nossa situação ecumênica? Tudo isso é talvez somente uma tentativa de esquivar-se com tantas palavras dos problemas urgentes, no quais esperamos progressos práticos, resultados concretos? Em relação a isto, respondo: a coisa mais necessária para o ecumenismo é antes de tudo, que diante da secularização, não perdamos as grandes coisas que temos em comum, que por si só, nos tornam cristãos e que permaneceram como dom e tarefa.
Foi um erro da era confessional ter visto mais somente o que nos separa, e não ter percebido em modo existencial aquilo que temos em comum nas grandes diretrizes da Sacragra Escritura e nas profissões de fé do cristianismo antigo. É este o grande progresso ecumênico das últimas décadas: que nos demos conta desta comunhão, e no rezar e cantar juntos, no empenho comum pelo ethos cristão defronte ao mundo, no testemunho comum do Deus de Jesus Cristo neste mundo, reconheçamos tal comunhão como nosso fundamento que não perece.
O perigo de perde-la, infelizmente, não é irreal. Gostaria aqui de fazer notar dois aspectos. Nos últimos tempos, as geografia do cristianismo foi profundamente mudada e está mudando. Diante de uma nova forma de cristianismo, que se difunde com um imenso dinamismo missionário, as vezes preocupante nas suas formas, as Igrejas confessionais históricas ficam cada vez mais perplexas. É um cristianismo de escassa densidade instituucional, com pouca bagagem racional e ainda menos bagagem dogmática e também com pouca estabilidade. Este fenômeno mundial coloca-nos todos diante de uma pergunta: o que devemos dizer de positivo e negativo desta nova forma de cristianismo? Em todo caso, nos coloca novamente diante da pergunta sobre o que continua sempre válido e o que pode ou deve ser mudado, diante a questão acerca da nossa escolha fundamental de fé..." (Papa Bento XVI)

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