terça-feira, 31 de janeiro de 2012

30° Catequese

Conta-se que num reino bem distante daqui, o rei decidiu dá a mão da sua única filha em casamento. Convocou o reino todo e pediu que se apresentasse os candidatos para casar-se com a princesa. Apenas dois cavaleiros se apresentaram, um lorde rico, o mais rico de todo o reino depois do rei, e um pobrezinho chamado Zezinho. Começaram então o tempo de "campanha"... O lorde mandou flores, bombons, ramalhetes de flores, etc... Já o pobre Zezinho não tinha muita coisa para oferecer, mas todos os dias ele tentavam encontrar a princesa no seu palácio, toda vez que ele ia dava com a cara na porta. Enquanto isso, o lorde seguia enviando para a princesa cartões com declarações de amor, bombons, flores, etc...
Certo dia, o pobre do Zezinho chega até a porta do palácio querendo ver a princesa, para a sua surpresa consegue entrar... Ele entrando no palácio, cumprimenta a princesa e ele então começam a conversar.
Três dias depois, o rei convoca todo o reino para anunciar o futuro marido que a princesa havia escolhido. Todos se reúnem na praça da cidade para ouvirem o veredicto da princesa. A princesa sai então do palácio de braço dado com o.... lorde. Todos aplaudem o "futuro rei", mas a princesa diz: " Povo meu, eu lhe trago aqui o lorde que muito me cortejou nestes dias. Seus presentes, suas cartas, suas declarações de amor me agradaram muito, mas infelizmente eu não o escolhi... Eu estou trazendo ele para vocês, eu escolhi o Zezinho!
O povo abismado com aquela escolha não sabia o que pensar. Tomado de uma raiva, o lorde começou a ponderar: " Mas princesa, por que não me escolhestes? Eu que fiz tudo por vossa alteza! Mandei bombons, flores, cartões... Por que escolhestes esse miserável? A princesa respondeu: " Lorde, o senhor fez tudo isso sim, é verdade, mas eu nunca o tinha visto, se não fosse hoje eu não teria visto sua face , o senhor não procurou me conhecer, já o Zezinho todo dia estava aqui na porta do palácio na esperança de poder me ver e poder falar comigo, até que um dia ele conseguiu me ver e falar comigo. Nós nos conhecemos e deste conhecimento nasceu o amor, por isso eu o escolhi para ser o meu esposo e não o senhor...
Esta história vem de encontro com a liturgia deste 30° domingo do Tempo Comum que nos fala sobre o mandamento do amor. Se nós não estamos dispostos a querer conhecer o Senhor como poderemos dizer que o amamos? Ora, ninguém ama aquilo que não conhece. O Deus em quem acreditamos se revela a nós na tragédia da cruz, esta tragédia é uma morte vivificante que nos leva ao pleno conhecimento do amor de Deus por nós: amar é esvaziar-se deixando que a plenitude de Deus habite em nós, por este motivo Jesus, por trés vezes no evangelho, nos fala sobre a plenitude deste amor ao dizer: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!’ (Mt 22, 37) dizendo em outras palavras: Ame ao teu Deus com teu corpo, tua alma e teu espirito, ame-o com a plenitude de teu ser! A plenitude deste amor incutida na vida é o fator constitutivo que nos diferencia dos pagãos, somos homens e mulheres marcados com o selo do amor de Deus em nós pelo batismo que recebemos; assim podemos amar e sermos amados, amamos porque nos sentimos amados por Ele, foi Ele quem deu o primeiro passo em vir até nós, foi Ele que se expropriou de Si mesmo para nos redimir, foi Ele que abriu para nós o coração amoroso de Deus.
Amemos, deixemos que o amor de Deus penetre em nossa alma como um faca de dois gumes, se esse amor é vivenciado de verdade a realidade se abre de par em par e o Mistério de Cristo se revela a nós na simplicidade peculiar daquEle que sendo grande se fez pequenino por nós.

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