"Sinto uma luz me iluminando, me sinto alegre só mais uma luz.
Luz que ilumina coração, Luz de amor, luz de Jesus. Um sentimento que contagia
E afasta toda rebeldia, é diferente e me seduz, e o mais curioso é que é só uma luz. Pensei que tivesse acertado o caminho, até descobrir que eu estava sozinho. No caminho escuro faltava uma luz, e de lanterna na mão vejo um tal Jesus. Me olhando de frente preso numa cruz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu. E deixou a lanterna pra iluminar, um outro perdido que fosse chegar. Procurando um caminho de luz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu..."
A bela música que lemos acima representa de, certo modo, um anseio e um dever. Um anseio: o desejo de querer acertar o caminho. O dever: deixar que o condutor de tudo seja o Senhor Jesus.
Na simplicidade do anseio, está contida a vontade de querer abraçar o Mistério de Deus na sua totalidade e, mais que isso, encontra-se ali o escopo onde tudo nasce e tudo se desenvolve. A luz de Cristo que dissipa as nossas trevas emana o amor, a paz, a luz que vem do alto e nos tira a cegueira. O anseio, provocado pelo impacto de uma Presença misteriosa, abre a visão das coisas criadas e nos permite ter um olhar diferente de tudo. O desejo de querer estar diante daquEle que faz com que a vida seja diferente é primordial na vida de quem espera ser tocado por essa mesma Presença. Como diz a própria canção, a Presença deste Ser misterioso, ' Afasta toda rebeldia, é diferente e me seduz, e o mais curioso é que é só uma luz.' A luz que Cristo irradia apaga de um vez por todas as rebeldias de um coração acostumado a viver na insensibilidade. Destrói , por assim dizer, uma cultura dominante onde a vida é vivida de uma maneira mesquinha e atroz. A luz que vem e obtém a recepção do anseio produz fruto e se espalha, de tal modo, que o mundo inteiro se ilumina com o facho da luz que sai de nós. A ignorância, a truculência, a mesquinhez dos relacionamentos, são tão fracas diante da luz de Cristo que tudo vira pó. Ele é maior, a luz do seu amor é gigantesca, penetra ao angulo mais escuro da nossa miséria, assim como o seu amor penetrou até os abismos da morte, também sua luz realiza em nós um processo que nos conduz para as "ultimas coisas", ou seja, a felicidade plena. Como isso? Na consciência de um dever.
O dever de deixar-se guiar por Ele. " E olhando de frente preso numa cruz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu. E deixou a lanterna pra iluminar, um outro perdido que fosse chegar. Procurando um caminho de luz..." O dever de irradiar essa luz para os outros, fazer com que as estruturas de pecado sejam disseminadas pela força da luz de Cristo. Só a luz de Cristo reflete o sentimento mais profundo de felicidade, de bem querencia, de amor total que emana de um coração pobre de espirito. Como diz Dom Giussani, o pobre é aquele que tem certeza de grandes coisas. Mesmo morando num barraco ele tem a força necessária para ajudar na construção de um magnifica catedral, porque se sente livre, se sente mais homem, se sente mais cristão na medida em que se doa. A postura essencial da vida deveria ser essa: estar a disposição do outro, deixar as mesquinhes de lado e abraçar a caridade de Cristo que nos estimula a sermos um para os demais.
Na concretude da vida é este o grande objetivo, deixar que o Senhor vá a nossa frente, que Ele tome conta do nosso destino e assim a canção nos inspirará ao dizer:" Não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu." A gratuidade do seu amor é assim mesmo, não pode nada em troca, parte com a certeza que o fruto da sua Presença deixará marcas na vida de quem se deixar tocar por Ele.
Desejo isto a ti, caríssima. Ele não pede nada em troca, apenas te ama e deseja que este amor seja força para enfrentares as dificuldade da vida.
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