terça-feira, 31 de janeiro de 2012

45° Catequese

No primeiro dia da semana, Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou." (Jo 20. 2=8)
No dia do Apóstolo São João a Igreja nos propõe a leitura do evangelho da Ressurreição. Maria vai até Pedro e João e anuncia que o tumulo estava vazio. O jovem João tomado pelo impacto da noticia, corre, avança, põe-se á caminho. Por ser jovem, chega primeiro que Pedro ao local. Vê as faixas enroladas perto da pedra, contempla e não entra. Porque não entra? Espera Pedro. Deixa que o primeiro entre os Apóstolos. ateste o fato que revolucionaria a história dos homens. O primeiro dentre os escolhidos do Senhor chega e atesta:"Ele ressuscitou!" João entra e nos diz o evangelista: " Ele viu e acreditou" (Jo 20, 8)
Quatro anos de convivência, tempo aproximado do convívio com o Senhor, vida mudada, maturidade alcançada na companhia de um Outro. Assim foi João, de um desconhecido qualquer a Apóstolo de Jesus. O primeiro dentre os chamados, juntamente com André. E ele poderia nos dizer o dia e a hora do primeiro encontro. Encontraremos isto em seu próprio evangelho. Na beira do Rio Jordão o Batista anuncia para todos ouvirem: "Eis aqui o Cordeiro de Deus." (Jo 1, 36) João estava lá e ouvindo isso, juntamente com André seguiu Jesus. Ao perceber que alguém o seguia, Jesus faz a pergunta central, a pergunta que mudaria pra valer a vida dos dois, particularmente a vida de João: "Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima." (João 1:38-39)
Quando a felicidade verdadeira entra na nossa vida, dificilmente esquecemos o dia e a hora exata do acontecimento que nos abalou, nos comoveu, nos fez ser quem somos de verdade. No seguimento á Pessoa de Jesus, estava tudo o que João procurava em toda a sua vida. Ele era um jovem judeu, e como bom judeu, esperava pelo Messias prometida. Procurava, seja nas Escrituras, seja no anuncio de João, seja na adoração ao Senhor no Templo de Jerusalém. De todas as formas, ansiava por aquEle que poderia suprir a sua sede, como mais tarde nos dirá Santo Agostinho. Procura, acha. No testemunho profético de João, ele acredita e vai atrás. Está atento, não sabe o que vai encontrar, mas acredita. Na nossa experiência de fé também vivemos isso, não sabemos o que vai acontecer, não sabemos para o Senhor irá nos mandar, apenas obedecemos e acreditamos. Acreditamos na promessa daquEle que não mente, daquEle que não ilude, daquEle não nos prejudica. É essa garantia que temos, não outra. Não sabemos o que vestiremos no dia de amanhã, no que beberemos ou comeremos. Não sabemos para onde ir, o que fazer, apenas temos esta certeza: Não caminho só NUNCA, Ele vem comigo! Acreditar é ter a confiança voltada para quem pode nos ajudar. A criança quando está perto de seus pais não sente medo, o pai pede para ela se jogue do balanço e ela vai e se joga. Ela sabe que o pai seria incapaz de deixa-lá cair. Talvez se outra pessoa sem ser o pai ou mãe pedisse para que ela fizesse isso, com toda certeza exitaria. Por que? Porque sem garantia da Companhia ninguém se lança! Se ela não ver o pai, percebe que está sem seu apoio, o pai está longe, consequentemente, ela não se lança. Assim somos nós, sem Ele é impossível "jogar-se" no balanço da vida. Sem esta garantia que Ele estará lá para nos pegar no colo, nunca seria possível a atitude de abandono, confiança e de coragem. João confiou naquEle que disse "Vinde e vede!" Confiou tanto que nunca esqueceu deste momento em toda a sua vida: "Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima."(Jo 20, 39) Aquele homem era tão impressionante, que era impossível não segui-LO. Como não seguir a alguém que corresponde as expectativas do meu coração? Como não seguir a um homem que fala coisas, mesmo que eu não as entenda, que eu sinto que Ele sabe, que Ele vive aquilo do que fala? Como não se apaixonar pela intensidade de vida daquEle homem? Como? Não é possível escapar dEle, podemos até tentar, mas Ele sempre nos acha. Você pensa que foi João e André foram os primeiros a procurarem Jesus? Não mesmo! Ele já os conhecia antes deles pensarem em segui-Lo. Na verdade, Ele estava lá a todo tempo. No coração, na palavra, na adoração, na procura por Deus que aqueles homens nutriam em seu coração. A atitude é sempre dEle, nos dirá Carrón, é sempre Ele que vem até nós, o Mistério do Natal que solenemente celebramos grita para nós isso: Ele veio até nós, rebaixou-se até a nossa miséria para ser nosso verdadeiro amigo. Um canto antigo diz que, até o desejo de adorar vem dEle. Ele passa a nossa frente, enxerga lá na frente. Nos perdoa antes mesmo de irmos até Ele, seu amor é a chave de leitura para compreendermos que, mesmo em meio as nossas infidelidade, Ele nos acolhe e nos chama para não desanimarmos diante das nossas misérias.
João reconheceu isto, e sua vida foi marcada por esta realidade: Quem confia aprende que não existe outro caminho na vida a não ser amar. Amar os outros, amar a Criação, amar até as coisas mais "insignificantes" da vida. Amar sim, porque o amor amplia a nossa visão, ajuda a sermos mais atentos, mais vigilantes, mais prudentes. O amor nos eleva e nos conduz aos céus, diante da Presença daquEle que é o próprio amor. João depois daquEle encontro não foi mais o mesmo. As vezes não entendia o modo como Jesus falava, mas tinha a humildade de reconhecer que sem Ele, nada fazia sentido. "Não entendo, mas sei que aquilo que Ele fala corresponde a verdade. Não sei interpretar as suas parábolas, mas peço: 'Explica, Senhor'! Não entendo as disputas contra seus detratores, mas sei que Ele sempre vence a soberba dos cultos através de sua humildade. Não sei amar como Ele me pede, mas quero viver esse amor!"
Com sua vida João nos ensina que somente no seguimento do Senhor seremos verdadeiramente felizes. Na companhia dEle encontramos o que procuramos a vida inteira. E assim como João poderemos perceber a grandeza da Presença do Senhor. Aquele que foi escolhido na margem do Rio Jordão foi o melhor amigo do Senhor, partilhou dos grandes momentos da vida de Jesus. Em Caná, na pregação do Evangelho pelas cidades e aldeias de Israel, no Tabor, no Getsemani, no Golgotá, na Ressurreição. Viveu a experiência que os amigos vivenciam no dia a dia. Errou, mas pediu perdão. Foi impaciente, mas aprendeu do Mestre o que fazer. Traiu, mas foi perdoado. Em tudo, tinha a Presença de seu Amigo. E hoje intercede por nós ao lado do Amigo a quem dedicou sua vida inteira, no céu.
Que São João nos ensine a sermos mais atentos aos sinais do Senhor, o nosso olhar precisa estar fixado em Deus, olhar para Ele significa deixar que Ele modifique as nossas estruturas ultrapassadas e nos d~e a verdadeira vida. Quem se encontra com Ele nunca mais é o mesmo, a vida muda, a vida torna-se grande e bem vivida.
Deus te abençoe e te ajude! São João, rogai por nós !!!

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