"Ó Divindade eterna, ó eterna Trindade, que pela união da natureza divina tanto fizeste valer o sangue de teu Filho unigênito! Tu, Trindade eterna, és como um mar profundo, onde quanto mais procuro mais encontro; e quanto mais encontro, mais cresce a sede de te procurar. Tu sacias a alma, mas de um modo insaciável; porque, saciando-se no teu abismo, a alma permanece sempre sedenta e faminta de ti, ó Trindade eterna, cobiçando e desejando ver-te à luz de tua luz.
Provei e vi em tua luz com a luz da inteligência, o teu insondável abismo, ó Trindade eterna, e a beleza de tua criatura. Por isso, vendo-me em ti, vi que sou imagem tua por aquela inteligência que me é dada como participação do teu poder, ó Pai eterno, e também da tua sabedoria, que é apropriada ao teu Filho unigênito. E o Espírito Santo, que procede de ti e de teu Filho, deu-me a vontade que me torna capaz de amar-te.
Pois tu, ó Trindade eterna, és criador e eu criatura; e conheci – porque me fizeste compreender quando de novo me criaste no sangue de teu Filho – conheci que estás enamorado pela beleza de tua criatura.
Ó abismo, ó Trindade eterna, ó Divindade, ó mar profundo! Que mais poderias dar-me do que a ti mesmo? Tu és um fogo que arde sempre e não se consome. Tu és que consomes por teu calor todo o amor profundo da alma. Tu és de novo o fogo que faz desaparecer toda frieza e iluminas as mentes com tua luz. Com esta luz me fizeste conhecer a verdade.
Espelhando-me nesta luz, conheço-te como Sumo Bem, o Bem que está acima de todo bem, o Bem feliz, o Bem incompreensível, o Bem inestimável, a Beleza que ultrapassa toda beleza, a Sabedoria superior a toda sabedoria. Porque tu és a própria Sabedoria, tu,o pão dos anjos, que no fogo da caridade te deste aos homens.
Tu és a veste que cobre minha nudez; alimentas nossa fome com a tua doçura, porque és doce sem amargura alguma. Ó Trindade eterna!" (Santa Catarina de Sena, virgem)
Ao criar este blog, gostaria de propor reflexões, mensagens e apontamentos sobre aspectos relevantes a fé e tudo aquilo que ensina a Santa Igreja, através de seu magistério, da Liturgia e dos demais meios que nos são propostos pela mesma Igreja. Espero que todos gostem deste novo blog. Grande abraço a todos, sejam bem vindos!
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
59° Catequese
"Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, porque tu te fizeste meu auxílio (cf. Sl 29,11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da alma, acima de minha mente, vi a luz imutável. Não era como a luz terena e evidente para todo ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma luz muito, muito mais brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto. Também não estava acima de minha mente como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu, mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz.
Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.
E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua sabedoria, pela qual tudo criaste.
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti.
Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz." (Santo Agostinho)
Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.
E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua sabedoria, pela qual tudo criaste.
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti.
Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz." (Santo Agostinho)
58° Catequese
"O Verbo de Deus nasceu segundo a carne uma vez por todas. Mas pela sua bondade e
condescendência para com os homens, quer nascer sempre espiritualmente naqueles que o
desejam. Quer tornar-se criança, que vai se formando neles com o crescimento das
virtudes; e manifesta-se na medida em que pode compreendê-lo quem o recebe. Se não se
comunica com o esplendor de sua grandeza, não é porque não deseje, mas porque conhece
as limitações das faculdades receptivas de cada um. Assim, o Verbo de Deus revela-se
sempre a nós do modo que nos convém, e contudo ninguém pode conhecê-lo perfeitamente,
por causa da imensidade de seu mistério.
Por isso, o Apóstolo de Deus, considerando com sabedoria a força deste mistério, diz:
Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade (Hb 13,8). Ele contemplava esse mistério sempre novo, que nunca envelhece para a compreensão da inteligência humana.
Nasce o Cristo, Deus que se faz homem, assumindo um corpo dotado de uma alma racional, ele por quem tudo que existe saiu do nada. No Oriente brilha uma estrela visível em pleno dia e conduz os magos ao lugar onde está deitado o Verbo feito homem, para demonstrar misticamente que o Verbo, contido na lei e nos profetas, supera o conhecimento sensível e conduz as nações à plena luz do conhecimento.
Com efeito, a palavra da lei e dos profetas, entendida à luz da fé, é semelhante a uma estrela que conduz ao conhecimento do Verbo encarnado todos os que foram chamados
pelo poder da graça, segundo o desígnio de Deus.
Deus se fez homem perfeito, sem que nada lhe faltasse do que é próprio da natureza
humana, à exceção do pecado (o qual, aliás, não era inerente à natureza humana). Ele
queria assim apresentar sua carne como alimento para provocar o dragão insaciável que
queria devorá-la.
Mas ao arrebatar esta carne que seria um veneno para ele, o dragão foi destruído pelo
poder da Divindade nela oculta. Para a natureza humana, porém, esta carne seria o
remédio que lhe restituiria a graça original, pelo mesmo poder da Divindade.
Assim como o inimigo, tendo inoculado o seu veneno na árvore da ciência, havia corrompido a natureza do homem que provara do seu fruto, também ele, ao pretender devorar a carne do Senhor, foi enganado e destruído pela força da Divindade que nele habitava.
O grande mistério da encarnação de Deus permanecerá sempre um mistério! Como pode o
Verbo que está em pessoa e essencialmente na carne existir ao mesmo tempo em pessoa e
essencialmente junto do Pai? Como pode o Verbo, totalmente Deus por natureza, fazer-se totalmente homem por natureza, sem detrimento algum das duas naturezas, nem da divina, na qual é Deus nem da humana, na qual se fez homem?
Só a fé pode alcançar estes mistérios, ela que é precisamente a substância e o fundamento das realidades que ultrapassam toda inteligência e compreensão." (São Máximo, o confessor, abade)
condescendência para com os homens, quer nascer sempre espiritualmente naqueles que o
desejam. Quer tornar-se criança, que vai se formando neles com o crescimento das
virtudes; e manifesta-se na medida em que pode compreendê-lo quem o recebe. Se não se
comunica com o esplendor de sua grandeza, não é porque não deseje, mas porque conhece
as limitações das faculdades receptivas de cada um. Assim, o Verbo de Deus revela-se
sempre a nós do modo que nos convém, e contudo ninguém pode conhecê-lo perfeitamente,
por causa da imensidade de seu mistério.
Por isso, o Apóstolo de Deus, considerando com sabedoria a força deste mistério, diz:
Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade (Hb 13,8). Ele contemplava esse mistério sempre novo, que nunca envelhece para a compreensão da inteligência humana.
Nasce o Cristo, Deus que se faz homem, assumindo um corpo dotado de uma alma racional, ele por quem tudo que existe saiu do nada. No Oriente brilha uma estrela visível em pleno dia e conduz os magos ao lugar onde está deitado o Verbo feito homem, para demonstrar misticamente que o Verbo, contido na lei e nos profetas, supera o conhecimento sensível e conduz as nações à plena luz do conhecimento.
Com efeito, a palavra da lei e dos profetas, entendida à luz da fé, é semelhante a uma estrela que conduz ao conhecimento do Verbo encarnado todos os que foram chamados
pelo poder da graça, segundo o desígnio de Deus.
Deus se fez homem perfeito, sem que nada lhe faltasse do que é próprio da natureza
humana, à exceção do pecado (o qual, aliás, não era inerente à natureza humana). Ele
queria assim apresentar sua carne como alimento para provocar o dragão insaciável que
queria devorá-la.
Mas ao arrebatar esta carne que seria um veneno para ele, o dragão foi destruído pelo
poder da Divindade nela oculta. Para a natureza humana, porém, esta carne seria o
remédio que lhe restituiria a graça original, pelo mesmo poder da Divindade.
Assim como o inimigo, tendo inoculado o seu veneno na árvore da ciência, havia corrompido a natureza do homem que provara do seu fruto, também ele, ao pretender devorar a carne do Senhor, foi enganado e destruído pela força da Divindade que nele habitava.
O grande mistério da encarnação de Deus permanecerá sempre um mistério! Como pode o
Verbo que está em pessoa e essencialmente na carne existir ao mesmo tempo em pessoa e
essencialmente junto do Pai? Como pode o Verbo, totalmente Deus por natureza, fazer-se totalmente homem por natureza, sem detrimento algum das duas naturezas, nem da divina, na qual é Deus nem da humana, na qual se fez homem?
Só a fé pode alcançar estes mistérios, ela que é precisamente a substância e o fundamento das realidades que ultrapassam toda inteligência e compreensão." (São Máximo, o confessor, abade)
57° Catequese
"Veio o Senhor, mestre da caridade, cheio de caridade, cumprir prontamente a palavra sobre a terra (cf. Rm 9,28 Vulg.), como dele foi anunciado, e sintetizou a lei e os profetas nos dois preceitos da caridade.
Recordai comigo, irmãos, quais são esses dois preceitos. É preciso que os conheçais
profundamente, de tal modo que não vos venham à mente só quando vo-los lembramos, mas
os conserveis sempre bem gravados em vossos corações. Recordai-vps em todo momento de
que devemos amar a Deus e ao próximo: a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa
alma, e de todo o nosso entendimento; e ao próximo como a nós mesmos (cf. Mt 22,37-39).
Esses dois preceitos devem ser sempre lembrados, meditados , conservados na memória,
praticados, cumpridos. O amor de Deus ocupa o primeiro lugar na ordem dos preceitos, mas o amor do próximo ocupa o primeiro lugar na ordem da execução. Pois, quem te deu esse duplo preceito do amor não podia ordenar-te amar primeiro ao próximo e depois a Deus, mas primeiramente a Deus e depois ao próximo.
Entretanto, tu que ainda não vês a Deus, merecerás vê-lo se amas o próximo; amando-o
purificas teu olhar para veres a Deus, como afirma expressamente São João: Quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê (1Jo 4,20).
Ouviste o mandamento: Ama a Deus. Se me disseres: "Mostra-me a quem devo amar", que
responderei senão o que disse o mesmo São João: A Deus, ninguém jamais viu? (Jo 1,18). E para pensares que está absolutamente fora de teu alcance ver a Deus, o mencionado apóstolo afirma: Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus (1Jo 4,16). Ama, pois, o teu próximo e procura no teu íntimo a origem deste amor; lá verás a Deus o quanto agora te é possível.
Começa, portanto, a amar o próximo. Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa o pobre sem abrigo; quando encontrares um nu, cobre-o, e não dês as costas ao teu semelhante (cf. Is 58,7).
Procedendo assim, o que alcançarás? Então brilhará a tua luz como a aurora (Is 58,8). Tua luz é o teu Deus; ele é a aurora que despontará sobre ti depois da noite desta vida. Essa luz não conhece princípio nem ocaso, porque existe eternamente.
Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. E para onde caminhas senão para o Senhor Deus, para Aquele que devemos amar com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, de toda a nossa mente? É certo que ainda não chegamos até junto do Senhor; mas já temos conosco o próximo. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado, enquanto caminhas neste mundo, e chegarás até junto daquele com quem desejas permanecer para sempre." (Santo Agostinho)
Recordai comigo, irmãos, quais são esses dois preceitos. É preciso que os conheçais
profundamente, de tal modo que não vos venham à mente só quando vo-los lembramos, mas
os conserveis sempre bem gravados em vossos corações. Recordai-vps em todo momento de
que devemos amar a Deus e ao próximo: a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa
alma, e de todo o nosso entendimento; e ao próximo como a nós mesmos (cf. Mt 22,37-39).
Esses dois preceitos devem ser sempre lembrados, meditados , conservados na memória,
praticados, cumpridos. O amor de Deus ocupa o primeiro lugar na ordem dos preceitos, mas o amor do próximo ocupa o primeiro lugar na ordem da execução. Pois, quem te deu esse duplo preceito do amor não podia ordenar-te amar primeiro ao próximo e depois a Deus, mas primeiramente a Deus e depois ao próximo.
Entretanto, tu que ainda não vês a Deus, merecerás vê-lo se amas o próximo; amando-o
purificas teu olhar para veres a Deus, como afirma expressamente São João: Quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê (1Jo 4,20).
Ouviste o mandamento: Ama a Deus. Se me disseres: "Mostra-me a quem devo amar", que
responderei senão o que disse o mesmo São João: A Deus, ninguém jamais viu? (Jo 1,18). E para pensares que está absolutamente fora de teu alcance ver a Deus, o mencionado apóstolo afirma: Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus (1Jo 4,16). Ama, pois, o teu próximo e procura no teu íntimo a origem deste amor; lá verás a Deus o quanto agora te é possível.
Começa, portanto, a amar o próximo. Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa o pobre sem abrigo; quando encontrares um nu, cobre-o, e não dês as costas ao teu semelhante (cf. Is 58,7).
Procedendo assim, o que alcançarás? Então brilhará a tua luz como a aurora (Is 58,8). Tua luz é o teu Deus; ele é a aurora que despontará sobre ti depois da noite desta vida. Essa luz não conhece princípio nem ocaso, porque existe eternamente.
Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. E para onde caminhas senão para o Senhor Deus, para Aquele que devemos amar com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, de toda a nossa mente? É certo que ainda não chegamos até junto do Senhor; mas já temos conosco o próximo. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado, enquanto caminhas neste mundo, e chegarás até junto daquele com quem desejas permanecer para sempre." (Santo Agostinho)
56° Catequese
"Apareceu a bondade e a humanidade de Deus, nosso Salvador (cf. Tt 3,4). Demos graças a Deus que nos dá tão abundante consolação neste exílio, nesta peregrinação, nesta vida tão miserável.
Antes de aparecer a sua humanidade, a sua bondade também se encontrava oculta; e, no entanto, esta já existia, porque a misericórdia do Senhor é eterna. Mas como poderíamos conhecer tão grande misericórdia? Estava prometida, mas não era experimentada e por isso muitos não acreditavam nela. Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou por meio dos profetas (cf. Hb 1,1). E dizia: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). E o que respondia o homem, que experimentava a aflição e desconhecia a paz? Até quando direis paz, paz e não há paz? Por esse motivo, os mensageiros da paz choravam amargamente (cf. Is 33,7), dizendo: Senhor, quem acreditou no que ouvimos? (cf. Is 53,1). Agora, porém, os homens podem acreditar ao menos no que vêem com seus olhos, pois os testemunhos de Deus são verdadeiros (cf. Sl 92,5); e para se tornar visível, mesmo àqueles que têm a vista enfraquecida, armou uma tenda para o sol (Sl 18,6).
Agora, portanto, não se trata de uma paz prometida, mas enviada; não adiada, mas concedida; não profetizada, mas presente. Deus Pai a enviou à terra, por assim dizer, como um saco pleno de sua misericórdia. Um saco que devia romper-se na paixão para derramar o preço de nosso resgate nele escondido; um saco, sim, que embora pequeno estava repleto. Pois, um menino nos foi dado (cf. Is 9,5), mas nele habita toda a plenitude da divindade (Cl 2,9). Quando chegou a plenitude dos tempos, veio também a plenitude da divindade.
Veio na carne para se revelar aos que eram de carne, de modo que, ao aparecer sua humanidade, sua bondade fosse reconhecida. Com efeito, depois que Deus manifestou sua humanidade, sua bondade já não podia ficar oculta. Como poderia expressar melhor sua bondade senão assumindo minha carne? Foi precisamente a minha carne que ele assumiu, e não a de Adão, tal como era antes do pecado.
Poderá haver prova mais eloqüente de sua misericórdia do que assumir nossa miséria? Poderá haver maior prova de amor do que o Verbo de Deus se tornar como a erva do campo por nossa causa? Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho? (Sl 8,5). Por isso, compreenda o homem até que ponto Deus cuida dele; reconheça bem o que Deus pensa e sente a seu respeito. Não perguntes, ó homem, por que sofres, mas por que ele sofreu por ti. Vendo tudo o que fez em teu favor, considera o quanto ele te estima, e assim compreenderás a sua bondade através da sua humanidade. Quanto menor se tornou em sua humanidade, tanto maior se revelou em sua bondade; quanto mais se humilhou por mim, tanto mais digno é agora do meu amor. Diz o Apóstolo: Apareceu a bondade e a humanidade de Deus, nosso Salvador. Na verdade, como é grande e manifesta a bondade de Deus! E dá-nos uma grande prova de bondade Aquele que quis associar à humanidade o nome de Deus." (São Bernardo de Claraval)
Antes de aparecer a sua humanidade, a sua bondade também se encontrava oculta; e, no entanto, esta já existia, porque a misericórdia do Senhor é eterna. Mas como poderíamos conhecer tão grande misericórdia? Estava prometida, mas não era experimentada e por isso muitos não acreditavam nela. Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou por meio dos profetas (cf. Hb 1,1). E dizia: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). E o que respondia o homem, que experimentava a aflição e desconhecia a paz? Até quando direis paz, paz e não há paz? Por esse motivo, os mensageiros da paz choravam amargamente (cf. Is 33,7), dizendo: Senhor, quem acreditou no que ouvimos? (cf. Is 53,1). Agora, porém, os homens podem acreditar ao menos no que vêem com seus olhos, pois os testemunhos de Deus são verdadeiros (cf. Sl 92,5); e para se tornar visível, mesmo àqueles que têm a vista enfraquecida, armou uma tenda para o sol (Sl 18,6).
Agora, portanto, não se trata de uma paz prometida, mas enviada; não adiada, mas concedida; não profetizada, mas presente. Deus Pai a enviou à terra, por assim dizer, como um saco pleno de sua misericórdia. Um saco que devia romper-se na paixão para derramar o preço de nosso resgate nele escondido; um saco, sim, que embora pequeno estava repleto. Pois, um menino nos foi dado (cf. Is 9,5), mas nele habita toda a plenitude da divindade (Cl 2,9). Quando chegou a plenitude dos tempos, veio também a plenitude da divindade.
Veio na carne para se revelar aos que eram de carne, de modo que, ao aparecer sua humanidade, sua bondade fosse reconhecida. Com efeito, depois que Deus manifestou sua humanidade, sua bondade já não podia ficar oculta. Como poderia expressar melhor sua bondade senão assumindo minha carne? Foi precisamente a minha carne que ele assumiu, e não a de Adão, tal como era antes do pecado.
Poderá haver prova mais eloqüente de sua misericórdia do que assumir nossa miséria? Poderá haver maior prova de amor do que o Verbo de Deus se tornar como a erva do campo por nossa causa? Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho? (Sl 8,5). Por isso, compreenda o homem até que ponto Deus cuida dele; reconheça bem o que Deus pensa e sente a seu respeito. Não perguntes, ó homem, por que sofres, mas por que ele sofreu por ti. Vendo tudo o que fez em teu favor, considera o quanto ele te estima, e assim compreenderás a sua bondade através da sua humanidade. Quanto menor se tornou em sua humanidade, tanto maior se revelou em sua bondade; quanto mais se humilhou por mim, tanto mais digno é agora do meu amor. Diz o Apóstolo: Apareceu a bondade e a humanidade de Deus, nosso Salvador. Na verdade, como é grande e manifesta a bondade de Deus! E dá-nos uma grande prova de bondade Aquele que quis associar à humanidade o nome de Deus." (São Bernardo de Claraval)
55° Catequese
"Para onde iremos? Só tu tens palavras que explicam a vida!" (Jo 6, 60) O que Pedro queria dizer com isso, meus amigos? Pedro solta o grito potente que estava preso em sua garganta, e potencializa o pensamento transformado em constatação: " Para onde iremos? Só tu explicas como de fato é a vida! Para onde iremos se toda a nossa simpatia, comoção e coração estão em ti? Como fugir desta Compania? Só Tu tens palavras que nos tira da imanência e nos transporta para o transcendente de Deus! Não há outro alguém que nos faz sentir mais humanos como Tu, ó Nazareno!"
Meus caros, longe dEle tudo é vazio! Como seguir em frente se não temos quem aponte o caminho? Ele sabe o caminho! Sigamos, Ele é o Caminho e a Palavra que explica o por que da vida! Sem Ele o estranho, o desconhecido e a falta de atenção tomam conta de nós. Os afeicionados, aquele grupinho dos 12 não entendiam nada do que Ele falava, mas não conseguiam fugir dEle. Mesmo sem entender eles percebiam que existia verdade nas palavras que saiam da boca daquele homem. A vida era vivida com intensidade, a mesma intensidade e vibração da criança que aprende a andar, em vez de andar se poe a correr, porque se lança num modo totalmente novo, experimenta a grandeza de ser livre por inteira. Diante de um Homem daquele como não se indagar: Ele existe mesmo? Nunca vi ninguém assim. Por isso os discípulos não o deixavam, se eles fossem embora perderiam o encanto e a beleza de participar daquela compania. Não se atreviam em se separar dEle, seus olhos, seu ser inteiro estava ali, todos eles mendicantes da atenção dEle.
E nós, minha cara, já experimentamos alguma vez essa intensidade de vida? Alguma vez descobrimos o segredo de viver bem? Alguma vez já encontramos alguém que nos ensine palavras de verdade como aquEle Homem? Os santos, depois dEle, nos ajudam a compreender que isto é possível. É impossível não olhar de um modo diferente a vida de santos como São Francisco, São João Maria Vianney, Santa Tereza, Santa Catarina, São Pio.... Nesses homens e mulheres a vida pulsa bombeada pelo canaleta do amor de Deus. Todos eles experimentaram essa intensidade. Não entendiam nada, as vezes até se preguntavam o por que das coisas, mas não se atreviam a deixar a Compania do senhor, não conseguiam, Cristo já havia penetrado até a médula dos ossos deles.
Quem encontra-se com ele não é o mesmo, e sem querer ser repetitivo mas já sendo, a vida diante do Senhor é mesmo diferente. Pelo seu olhar a vida fica mais clara, tudo é visto pelo ângulo do amor, tudo é esperenciado pela ótica fecunda da liberdade que Ele nos deu. Somos felizes por termos um Deus que nos explica o que fazer e como fazer, diante dEle é só responder, sim ou não. Quem responde "não" perde tudo. Quem diz "sim", mesmo sem saber o que implicará essa resposta, ganha a vida de verdade.
Peçamos a Ele essa vida, gritemos, imploremos, sacudamos o pó de nossos pés, que a poeira levante-se e suba até Ele a nossa voz e a nossa disposição de querer ser dEle de corpo e alma!
Meus caros, longe dEle tudo é vazio! Como seguir em frente se não temos quem aponte o caminho? Ele sabe o caminho! Sigamos, Ele é o Caminho e a Palavra que explica o por que da vida! Sem Ele o estranho, o desconhecido e a falta de atenção tomam conta de nós. Os afeicionados, aquele grupinho dos 12 não entendiam nada do que Ele falava, mas não conseguiam fugir dEle. Mesmo sem entender eles percebiam que existia verdade nas palavras que saiam da boca daquele homem. A vida era vivida com intensidade, a mesma intensidade e vibração da criança que aprende a andar, em vez de andar se poe a correr, porque se lança num modo totalmente novo, experimenta a grandeza de ser livre por inteira. Diante de um Homem daquele como não se indagar: Ele existe mesmo? Nunca vi ninguém assim. Por isso os discípulos não o deixavam, se eles fossem embora perderiam o encanto e a beleza de participar daquela compania. Não se atreviam em se separar dEle, seus olhos, seu ser inteiro estava ali, todos eles mendicantes da atenção dEle.
E nós, minha cara, já experimentamos alguma vez essa intensidade de vida? Alguma vez descobrimos o segredo de viver bem? Alguma vez já encontramos alguém que nos ensine palavras de verdade como aquEle Homem? Os santos, depois dEle, nos ajudam a compreender que isto é possível. É impossível não olhar de um modo diferente a vida de santos como São Francisco, São João Maria Vianney, Santa Tereza, Santa Catarina, São Pio.... Nesses homens e mulheres a vida pulsa bombeada pelo canaleta do amor de Deus. Todos eles experimentaram essa intensidade. Não entendiam nada, as vezes até se preguntavam o por que das coisas, mas não se atreviam a deixar a Compania do senhor, não conseguiam, Cristo já havia penetrado até a médula dos ossos deles.
Quem encontra-se com ele não é o mesmo, e sem querer ser repetitivo mas já sendo, a vida diante do Senhor é mesmo diferente. Pelo seu olhar a vida fica mais clara, tudo é visto pelo ângulo do amor, tudo é esperenciado pela ótica fecunda da liberdade que Ele nos deu. Somos felizes por termos um Deus que nos explica o que fazer e como fazer, diante dEle é só responder, sim ou não. Quem responde "não" perde tudo. Quem diz "sim", mesmo sem saber o que implicará essa resposta, ganha a vida de verdade.
Peçamos a Ele essa vida, gritemos, imploremos, sacudamos o pó de nossos pés, que a poeira levante-se e suba até Ele a nossa voz e a nossa disposição de querer ser dEle de corpo e alma!
54° Catequese
"Virgem Mãe, filha do teu Filho
a mais humilde e sublime dentre todas as criaturas,
termo pré-fixado de eterno desígnio
O Hino à Virgem, de Dante, coincide com a exaltação do ser, com a derradeira tensão por parte da consciência do homem que está na presença da “realidade” - que não nasce por si mesma, mas que é feita por um focus inefável: na verdade, a realidade é criada.
É o drama supremo - que o Ser peça para ser reconhecido pelo homem. Este é o drama da liberdade que o eu deve viver: a adesão ao fato de que o eu deve ser continuamente exaltado por um renascimento do real, por uma re-criação que comoveu-se ante o Infinito, na figura de Nossa Senhora. A figura de Nossa Senhora é o constituir-se da personalidade cristã.
O princípio fundamental do cristianismo é a liberdade, que é a única tradução da dimensão infinita do homem. Tal dimensão infinita descobre-se numa finitude que o homem experimenta.
A liberdade do homem é a salvação do homem. Ora, a salvação é o Mistério de Deus que se comunica ao homem. Nossa Senhora respeitou totalmente a liberdade de Deus, salvou essa liberdade; obedeceu a Deus porque respeitou a divina liberdade, não lhe opôs um método seu. Aqui está a primeira revelação de Deus.
O Ser é co-estensivo ao comunicar-se total de si mesmo, o Ser chega a tocar tudo o que o circunda e para o qual foi feito, e é precisamente no seu comunicar-se total que isto (a co-extensão) acontece e se realiza, alcança-te. Por isso, a virgindade - “Virgem Mãe” - coincide com a natureza do ser real na fórmula da totalidade da sua revelação. A virgindade é o ser real. “Virgem Mãe”: virgem porque eterna. “Em teu ventre reacendeu-se o amor,/ por cujo calor na eterna paz...”. Por cujo calor... mas quem é o poeta que usa um termo tão concreto? É da virgindade eterna que surge a virgindade da maternidade. Assim, “Virgem Mãe” indica a modalidade eterna com que Deus comunica a Sua natureza. Virgem vem antes de mãe: virgem é segundo a natureza do Ser, o esplendor do Ser; mãe é o instrumento usado pelo Ser para se comunicar.
Virgem: não há nada de mais peremptória e definitivamente suscitado por Deus como criador de tudo do que a virgindade - sobre isso seria belo voltar a ler as passagens do Êxodo, do Deuteronômio, do Eclesiástico, de Isaías. A primeira quota do valor de um eu, da criação, de toda a coisa criada, o absoluto é a virgindade. A primeira característica em que o Ser se comunica é a virgindade. É o conceito de pureza absoluta, cuja conseqüência absolutamente vertiginosa é a maternidade. A virgindade é materna, é mãe da criação. A virgindade é maternidade. Está aqui a consistência expressa e realizada do Ser: a perfeição que tem como seu ponto luminoso a virgindade, o calor da virgindade, a riqueza da maternidade.
Nossa Senhora é o método que nos é necessário para uma familiaridade com Cristo. Ela é o instrumento que Deus usou para entrar no coração do homem. E Dante é o maior poeta da nossa estirpe, faz uma teologia de Maria como nenhum outro fez. Ou se sente o primeiro terceto de Dante crescer no coração ou ele torna-se uma pedra que esmaga. O Mistério do qual procede, no qual se mantém e no qual acabará a criação é Nossa Senhora. “Virgem Mãe, filha do teu Filho”. Esse verso indica o significado total da criação enquanto aceitável pelo homem, isto é, oferecido ao homem. Assim, no seio de Maria veio à tona o Espírito criador, a evidência do Espírito. (Dom Giussani)
a mais humilde e sublime dentre todas as criaturas,
termo pré-fixado de eterno desígnio
O Hino à Virgem, de Dante, coincide com a exaltação do ser, com a derradeira tensão por parte da consciência do homem que está na presença da “realidade” - que não nasce por si mesma, mas que é feita por um focus inefável: na verdade, a realidade é criada.
É o drama supremo - que o Ser peça para ser reconhecido pelo homem. Este é o drama da liberdade que o eu deve viver: a adesão ao fato de que o eu deve ser continuamente exaltado por um renascimento do real, por uma re-criação que comoveu-se ante o Infinito, na figura de Nossa Senhora. A figura de Nossa Senhora é o constituir-se da personalidade cristã.
O princípio fundamental do cristianismo é a liberdade, que é a única tradução da dimensão infinita do homem. Tal dimensão infinita descobre-se numa finitude que o homem experimenta.
A liberdade do homem é a salvação do homem. Ora, a salvação é o Mistério de Deus que se comunica ao homem. Nossa Senhora respeitou totalmente a liberdade de Deus, salvou essa liberdade; obedeceu a Deus porque respeitou a divina liberdade, não lhe opôs um método seu. Aqui está a primeira revelação de Deus.
O Ser é co-estensivo ao comunicar-se total de si mesmo, o Ser chega a tocar tudo o que o circunda e para o qual foi feito, e é precisamente no seu comunicar-se total que isto (a co-extensão) acontece e se realiza, alcança-te. Por isso, a virgindade - “Virgem Mãe” - coincide com a natureza do ser real na fórmula da totalidade da sua revelação. A virgindade é o ser real. “Virgem Mãe”: virgem porque eterna. “Em teu ventre reacendeu-se o amor,/ por cujo calor na eterna paz...”. Por cujo calor... mas quem é o poeta que usa um termo tão concreto? É da virgindade eterna que surge a virgindade da maternidade. Assim, “Virgem Mãe” indica a modalidade eterna com que Deus comunica a Sua natureza. Virgem vem antes de mãe: virgem é segundo a natureza do Ser, o esplendor do Ser; mãe é o instrumento usado pelo Ser para se comunicar.
Virgem: não há nada de mais peremptória e definitivamente suscitado por Deus como criador de tudo do que a virgindade - sobre isso seria belo voltar a ler as passagens do Êxodo, do Deuteronômio, do Eclesiástico, de Isaías. A primeira quota do valor de um eu, da criação, de toda a coisa criada, o absoluto é a virgindade. A primeira característica em que o Ser se comunica é a virgindade. É o conceito de pureza absoluta, cuja conseqüência absolutamente vertiginosa é a maternidade. A virgindade é materna, é mãe da criação. A virgindade é maternidade. Está aqui a consistência expressa e realizada do Ser: a perfeição que tem como seu ponto luminoso a virgindade, o calor da virgindade, a riqueza da maternidade.
Nossa Senhora é o método que nos é necessário para uma familiaridade com Cristo. Ela é o instrumento que Deus usou para entrar no coração do homem. E Dante é o maior poeta da nossa estirpe, faz uma teologia de Maria como nenhum outro fez. Ou se sente o primeiro terceto de Dante crescer no coração ou ele torna-se uma pedra que esmaga. O Mistério do qual procede, no qual se mantém e no qual acabará a criação é Nossa Senhora. “Virgem Mãe, filha do teu Filho”. Esse verso indica o significado total da criação enquanto aceitável pelo homem, isto é, oferecido ao homem. Assim, no seio de Maria veio à tona o Espírito criador, a evidência do Espírito. (Dom Giussani)
53° Catequese
"O Senhor falou a Moisés, dizendo: “Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’
Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (Nu 6, 22-27)
Maria, Mãe de Deus, no qual celebramos hoje seu dia, pode ouvir essas palavras e elevar um cântico de louvor a Deus. Ele olhou para ela e a abençoe de Sião. Aquela que foi toda revestida pela graça de Deus, é chamada de Mãe de Deus. Senhora da Paz, Rainha do céu.
Ao olharmos para ela no novo ano que se inicia, peçamos por intercessão dela, que o Senhor nos abençoe de Sião todos os dias de nossa vida. Que este ano seja marcado pela Presença de Cristo em nossas vidas. Que Ele tome as rédias de nossa história e nos ajude a caminhar. Com Ele caminhamos sempre para a felicidade. Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja, olhai por nós e velai por nós, ajudai-nos a sermos fiéis a teu Filho. Ajudai-nos, ó Mãe Santíssima, a sermos protagonistas de uma nova sociedade, uma sociedade que tem como diferencial o amor.
Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (Nu 6, 22-27)
Maria, Mãe de Deus, no qual celebramos hoje seu dia, pode ouvir essas palavras e elevar um cântico de louvor a Deus. Ele olhou para ela e a abençoe de Sião. Aquela que foi toda revestida pela graça de Deus, é chamada de Mãe de Deus. Senhora da Paz, Rainha do céu.
Ao olharmos para ela no novo ano que se inicia, peçamos por intercessão dela, que o Senhor nos abençoe de Sião todos os dias de nossa vida. Que este ano seja marcado pela Presença de Cristo em nossas vidas. Que Ele tome as rédias de nossa história e nos ajude a caminhar. Com Ele caminhamos sempre para a felicidade. Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja, olhai por nós e velai por nós, ajudai-nos a sermos fiéis a teu Filho. Ajudai-nos, ó Mãe Santíssima, a sermos protagonistas de uma nova sociedade, uma sociedade que tem como diferencial o amor.
52° Catequese
"Gostaria de aproveitar esta ocasião, que, carregada da sua pequenez, é uma coisa grande demais. Ela obriga a pensar, todos são obrigados a pensar; mesmo que um de nós não acreditasse, seria também obrigado a pensar nisto: Deus feito homem, Deus gerado por uma mulher. Jesu dulcis memoria, lembrança doce de se ter, a lembrança cheia de doçura que dele se tem.
Eu gostaria, portanto, que Nossa Senhora intercedesse por nós, neste momento, junto a Deus, para que Cristo seja realmente na nossa vida uma presença, “a” Presença. Pois a diferença entre uma presença e a Presença é que a Presença é o significado de uma presença. Uma presença só tem significado na sua totalidade final.
“Deus, se estás aqui, revela-te a mim”, tantas vezes nos foi lembrado: e estes Exercícios renovaram mais uma vez o Acontecimento. Quantas e quantas vezes nossa atenção foi chamada para isso na nossa afortunada vida de cristãos!
“Deus, se estás aqui, revela-te a mim”. Deus é uma presença: mesmo quando não é sentida, mesmo quando não parece ser adequada, adequadamente motivada, mantém-se, todavia, como palavra insubstituível.
“Deus, se estás aqui, revela-te a mim”. Revela-te quer dizer: deixa-te perceber como parte da nossa, da minha experiência! Ela deve se tornar uma oração, deve se tornar um pedido, pois a oração é pedido. Deve se tornar um pedido em nós, que se eleve mesmo do nosso coração árido, educado tão longe da memória do que ocorreu e ocorre, do que ocorreu e ocorre no mundo. Pois a memória do que está ocorrendo no mundo é proporcional em cada homem ao fato de que essa memória esteja ligada ao acontecimento, ao acontecimento de vida que estejamos vivendo.
Jesus, pensamento doce de se ter. Doce quando se pensa nele, quando se renova o seu anúncio, o anúncio do Seu ser presença.
Que quer dizer presença? Sed super mel et omnia, ejus dulcis praesentia. A Sua presença é a coisa melhor, mais bela e mais doce da nossa vida. Não tenho vergonha de dizer isso diante de todos vocês, que são tão filhos do seu tempo, de todos nós, que somos tão filhos do nosso tempo: “Acima de qualquer coisa doce, Tu és doçura para mim”.
Presença quer dizer algo que transforma o acontecimento na sua característica própria, que invade o significado do gesto que faço, das formas que enchem meus olhos.
Faço votos de que vocês não tenham medo e de que não tenham vergonha: de que não tenham medo, no seu afastamento, quando estão escondidos e distraídos daquilo que os cerca, e de que não tenham medo quando o pedido de Cristo, o Mistério que faz todas as coisas, deita raízes com dificuldade, parece não pegar.
Que o Espírito que fez as coisas, que faz as coisas, do qual tudo flui, pelo qual tudo floresceu, o Espírito que fez germinar a fisionomia de Nossa Senhora, que esse Espírito nos torne mais facilmente discípulos do Verbo que mudou de fato a história da humanidade e muda-a hoje, por meio da nossa adesão, por meio das formas com as quais nós olhamos, ouvimos, sentimos, tocamos as coisas, usamos as coisas. É uma mudança que define a “presença”, ela só pode ser definida por uma mudança. Foi assim para o Inominado de Alessandro Manzoni, no romance; que seja assim cotidianamente, no romance da nossa vida cotidiana, do contrário ela padeceria pelo contragolpe de uma indefinição.
Que a sua e a minha oração, diante e dentro do apelo dessa memória, da memória de Cristo, aconteça com simplicidade; mas, com o passar do tempo, aconteça com uma maturidade que ninguém pode impedir, salvo nós mesmos.
Portanto, que essa memória se torne presença transformando o rosto do que somos, de nós mesmos, das pessoas que nos cercam, da terra e do mundo inteiro naquele tempo e naquele espaço que serão idênticos ao cenário da meta última, do juízo último, do último juízo sobre a vida. A glória de Cristo estará naquele último juízo.
Que a doçura permaneça na nossa vida: que se realize a Sua permanência, a Sua presença na nossa vida, para o último juízo.
Presença! Agradeço-lhes por me darem a oportunidade nesta manhã de sentir, com a profundidade que os anos nos dão, nos asseguram, com a segurança com que se evidencia hoje aos nossos olhos, que o Senhor está presente, que Cristo é presença." (Dom Giussani)
Eu gostaria, portanto, que Nossa Senhora intercedesse por nós, neste momento, junto a Deus, para que Cristo seja realmente na nossa vida uma presença, “a” Presença. Pois a diferença entre uma presença e a Presença é que a Presença é o significado de uma presença. Uma presença só tem significado na sua totalidade final.
“Deus, se estás aqui, revela-te a mim”, tantas vezes nos foi lembrado: e estes Exercícios renovaram mais uma vez o Acontecimento. Quantas e quantas vezes nossa atenção foi chamada para isso na nossa afortunada vida de cristãos!
“Deus, se estás aqui, revela-te a mim”. Deus é uma presença: mesmo quando não é sentida, mesmo quando não parece ser adequada, adequadamente motivada, mantém-se, todavia, como palavra insubstituível.
“Deus, se estás aqui, revela-te a mim”. Revela-te quer dizer: deixa-te perceber como parte da nossa, da minha experiência! Ela deve se tornar uma oração, deve se tornar um pedido, pois a oração é pedido. Deve se tornar um pedido em nós, que se eleve mesmo do nosso coração árido, educado tão longe da memória do que ocorreu e ocorre, do que ocorreu e ocorre no mundo. Pois a memória do que está ocorrendo no mundo é proporcional em cada homem ao fato de que essa memória esteja ligada ao acontecimento, ao acontecimento de vida que estejamos vivendo.
Jesus, pensamento doce de se ter. Doce quando se pensa nele, quando se renova o seu anúncio, o anúncio do Seu ser presença.
Que quer dizer presença? Sed super mel et omnia, ejus dulcis praesentia. A Sua presença é a coisa melhor, mais bela e mais doce da nossa vida. Não tenho vergonha de dizer isso diante de todos vocês, que são tão filhos do seu tempo, de todos nós, que somos tão filhos do nosso tempo: “Acima de qualquer coisa doce, Tu és doçura para mim”.
Presença quer dizer algo que transforma o acontecimento na sua característica própria, que invade o significado do gesto que faço, das formas que enchem meus olhos.
Faço votos de que vocês não tenham medo e de que não tenham vergonha: de que não tenham medo, no seu afastamento, quando estão escondidos e distraídos daquilo que os cerca, e de que não tenham medo quando o pedido de Cristo, o Mistério que faz todas as coisas, deita raízes com dificuldade, parece não pegar.
Que o Espírito que fez as coisas, que faz as coisas, do qual tudo flui, pelo qual tudo floresceu, o Espírito que fez germinar a fisionomia de Nossa Senhora, que esse Espírito nos torne mais facilmente discípulos do Verbo que mudou de fato a história da humanidade e muda-a hoje, por meio da nossa adesão, por meio das formas com as quais nós olhamos, ouvimos, sentimos, tocamos as coisas, usamos as coisas. É uma mudança que define a “presença”, ela só pode ser definida por uma mudança. Foi assim para o Inominado de Alessandro Manzoni, no romance; que seja assim cotidianamente, no romance da nossa vida cotidiana, do contrário ela padeceria pelo contragolpe de uma indefinição.
Que a sua e a minha oração, diante e dentro do apelo dessa memória, da memória de Cristo, aconteça com simplicidade; mas, com o passar do tempo, aconteça com uma maturidade que ninguém pode impedir, salvo nós mesmos.
Portanto, que essa memória se torne presença transformando o rosto do que somos, de nós mesmos, das pessoas que nos cercam, da terra e do mundo inteiro naquele tempo e naquele espaço que serão idênticos ao cenário da meta última, do juízo último, do último juízo sobre a vida. A glória de Cristo estará naquele último juízo.
Que a doçura permaneça na nossa vida: que se realize a Sua permanência, a Sua presença na nossa vida, para o último juízo.
Presença! Agradeço-lhes por me darem a oportunidade nesta manhã de sentir, com a profundidade que os anos nos dão, nos asseguram, com a segurança com que se evidencia hoje aos nossos olhos, que o Senhor está presente, que Cristo é presença." (Dom Giussani)
51° Catequese
"A Igreja está vivendo um tempo muito lindo, pois estamos celebrando o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na verdade, os nossos olhares precisam estar voltados para o Menino Jesus, mas por quê? Até o nascimento de Jesus, Deus nunca tinha se apresentado a ninguém, no entanto, Ele queria se revelar a nós desde o Antigo Testamento. Ele sempre quis ficar conosco.
Deus é espírito, mas precisa ser visto, por isso se utilizou de uma forma tão bonita, pois vendo o Filho, vemos o Pai também. Mas só O veremos realmente quando morrermos.
O Senhor nos enviou Seu Filho como homem para que Este morresse pela nossa salvação. Então, Deus escolhe a Virgem Maria; ela aceita e o Espírito Santo vem sobre ela e ela concebe, em seu ventre, o filho de Deus.
Quero mostrar a vocês cinco pessoas que viram Jesus. Maria e José foram os primeiros a ver o rosto de Jesus – além dos pastores. Mas, hoje, no Evangelho, Simeão, quando Maria leva Jesus ao templo pra conhecer o Pai, reconhece o Menino Jesus, o salvador que esperávamos. Então, reza ao Senhor: Agora Pai, o teu servo pode morrer em paz, porque os mês olhos estão vendo o Salvador”. Ele viu Aquele que veio do céu para nos salvar. Essa é a terceira pessoa que viu Jesus.
A quarta é João Evangelista. Ele faz parte dos apóstolos e nos momentos mais importantes da vida de Jesus, ele estava lá, viu Judas beijar Jesus. Quando Jesus estava crucificado, João também o viu. Foi a ele que Jesus disse em relação a Maria: 'Esta é sua mãe”.
A quinta pessoa que viu Jesus foi você. Se você está aqui é porque teve um encontro com Ele, você o viu com os olhos da fé. Você abriu seu coração e por isso, hoje, é cristão, aquele que segue o Cristo. Todos os dias nós O vemos quando celebramos a Missa, pois, neste momento, o sacerdote é a pessoa de Cristo.
Na pessoa do sacerdote, Cristo fala com você. Por meio do Evangelho, nós O vemos. Quando o sacerdote entra na Missa e beija o altar, ele está beijando Cristo. E também, na hora da consagração, o sacerdote ergue o Cristo quando levanta a hóstia e o cálice. Por isso repito: a quinta pessoa que vê Jesus Cristo é você, somos nós.
Aproveite estes últimos dias de final de ano para estar com Jesus. “Tomai e comei”, “tomai e bebei”.
Nós conhecemos Jesus e por isso nós o seguimos. E se tem alguém que não O segue, está na hora de ir atrás dEle. O mundo deve ter lhe oferecido muitas coisas, mas talvez você já se sinta desgastado. Por isso, hoje, nos O apresentamos a você: o Salvador do mundo, o pão que mata nossa fome.
No sacrifício da Santa Missa, preparamos nosso coração para o sacrifício de Jesus na cruz. Sei que o mundo oferece seus espetáculos, mas nenhum deles supera o grande espetáculo do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo por nós.
Por aquilo que a Igreja nos ensinou e pelo nosso batismo, somos seguidores de Jesus.
Ser um seguidor de Jesus não ter um grupo, mas é amá-Lo e amar o nosso irmão. João nos diz que um pagão olha para um seguidor de Jesus e o reconhece quando o vê amando o irmão, aquele que o traiu, dedurou, que matou muitos.
Enquanto os outros mandam matar, destruir, nós temos de amar, porque somos cristãos. São essas pessoas que precisam de amor, de oração, porque Deus não quer ninguém no inferno. Não podemos ter o coração de quem odeia, não podemos andar na mentira.
e você odeia alguém, reze pela pessoa que lhe fez mal. Peça a nossa Senhora que rogue por você e por essa pessoa. Reze uma Ave-Maria; e, quando essa pessoa precisar de você, sirva-a com um sorriso no rosto.
Quando você faz o bem para a pessoa que lhe fez mal, tenha certeza de que ela vai se questionar e, com o tempo, o coração dela vai sendo amolecido.
Se você tem ódio no coração por alguém, reze por ele; sirva-o se ele precisar, porque você precisa matar esse ódio que está em seu interior para dar espaço para o amor, porque Jesus é só amor." (Pe. José Augusto)
Deus é espírito, mas precisa ser visto, por isso se utilizou de uma forma tão bonita, pois vendo o Filho, vemos o Pai também. Mas só O veremos realmente quando morrermos.
O Senhor nos enviou Seu Filho como homem para que Este morresse pela nossa salvação. Então, Deus escolhe a Virgem Maria; ela aceita e o Espírito Santo vem sobre ela e ela concebe, em seu ventre, o filho de Deus.
Quero mostrar a vocês cinco pessoas que viram Jesus. Maria e José foram os primeiros a ver o rosto de Jesus – além dos pastores. Mas, hoje, no Evangelho, Simeão, quando Maria leva Jesus ao templo pra conhecer o Pai, reconhece o Menino Jesus, o salvador que esperávamos. Então, reza ao Senhor: Agora Pai, o teu servo pode morrer em paz, porque os mês olhos estão vendo o Salvador”. Ele viu Aquele que veio do céu para nos salvar. Essa é a terceira pessoa que viu Jesus.
A quarta é João Evangelista. Ele faz parte dos apóstolos e nos momentos mais importantes da vida de Jesus, ele estava lá, viu Judas beijar Jesus. Quando Jesus estava crucificado, João também o viu. Foi a ele que Jesus disse em relação a Maria: 'Esta é sua mãe”.
A quinta pessoa que viu Jesus foi você. Se você está aqui é porque teve um encontro com Ele, você o viu com os olhos da fé. Você abriu seu coração e por isso, hoje, é cristão, aquele que segue o Cristo. Todos os dias nós O vemos quando celebramos a Missa, pois, neste momento, o sacerdote é a pessoa de Cristo.
Na pessoa do sacerdote, Cristo fala com você. Por meio do Evangelho, nós O vemos. Quando o sacerdote entra na Missa e beija o altar, ele está beijando Cristo. E também, na hora da consagração, o sacerdote ergue o Cristo quando levanta a hóstia e o cálice. Por isso repito: a quinta pessoa que vê Jesus Cristo é você, somos nós.
Aproveite estes últimos dias de final de ano para estar com Jesus. “Tomai e comei”, “tomai e bebei”.
Nós conhecemos Jesus e por isso nós o seguimos. E se tem alguém que não O segue, está na hora de ir atrás dEle. O mundo deve ter lhe oferecido muitas coisas, mas talvez você já se sinta desgastado. Por isso, hoje, nos O apresentamos a você: o Salvador do mundo, o pão que mata nossa fome.
No sacrifício da Santa Missa, preparamos nosso coração para o sacrifício de Jesus na cruz. Sei que o mundo oferece seus espetáculos, mas nenhum deles supera o grande espetáculo do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo por nós.
Por aquilo que a Igreja nos ensinou e pelo nosso batismo, somos seguidores de Jesus.
Ser um seguidor de Jesus não ter um grupo, mas é amá-Lo e amar o nosso irmão. João nos diz que um pagão olha para um seguidor de Jesus e o reconhece quando o vê amando o irmão, aquele que o traiu, dedurou, que matou muitos.
Enquanto os outros mandam matar, destruir, nós temos de amar, porque somos cristãos. São essas pessoas que precisam de amor, de oração, porque Deus não quer ninguém no inferno. Não podemos ter o coração de quem odeia, não podemos andar na mentira.
e você odeia alguém, reze pela pessoa que lhe fez mal. Peça a nossa Senhora que rogue por você e por essa pessoa. Reze uma Ave-Maria; e, quando essa pessoa precisar de você, sirva-a com um sorriso no rosto.
Quando você faz o bem para a pessoa que lhe fez mal, tenha certeza de que ela vai se questionar e, com o tempo, o coração dela vai sendo amolecido.
Se você tem ódio no coração por alguém, reze por ele; sirva-o se ele precisar, porque você precisa matar esse ódio que está em seu interior para dar espaço para o amor, porque Jesus é só amor." (Pe. José Augusto)
50° Catequese
"No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio, estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la." (Jo 1, 1-5)
Sempre tive frio na barriga quando lia esse trecho da Sagrada Escritura. Um texto escrito nas minucias pelo Apóstolo João, referencia de toda a Teologia do Alto (Teologia que parte do dado revelado para chegar até as questões humanas, chamada também "Teologia da Águia", assim como a águia vê de cima para baixo as coisas, também o Teólogo do alto vê as pessoas e o mundo á partir do prisma divino)
O que João nos quer comunicar? O lógos, a Palavra, o Verbo que dá ação ao sujeito. Por esse motivo inicia o seu Evangelho dizendo:" No principio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus" (Jo1, 1) Sim, antes de todas as coisas a Palavra de Deus já existia, por ela tudo foi criado. Pela Palavra divina os Patriarcas obedeceram ao Senhor; pela Palavra os Profetas anunciaram; pela Palavra os corações foram libertos de seus pecados; pela Palavra, a vida entrou no mundo. Tudo é feito por ela e sem ela nada se faz.
Quando Deus pronuncia uma Palavra, algo de novo acontece. O salmista chega a dizer:"Uma palavra Deus falou, duas ouvi." (Sl 62, 12) Esta é a Palavra que ecoa na vida de quem se deixa conduzir por ela. Uma vida pautada pela Palavra é uma vida que se segue seu curso na normalidade, mesmo se vier as noites traiçoeiras o coração está firme, pois sabe que com Deus, a vida ganha um significado todo especial. Com Ele não andamos errantes, pelo contrário, andamos na certeza que caminhos para o bem. É triste perceber em muitas vida a ausência de Deus. Parece que se tem a concepção que a vida com Deus é uma vida fadigosa, uma vida limitada de liberdade, parece que Deus é o obstáculo que impede o ser humano de ser feliz. A consciência dominante em nossa sociedade de que temos um Deus inimigo do ser humano é latente. O homem moderno presa pela liberdade e sente-se ameaçado pelo Deus "ditador" dos cristãos. Mas pensemos bem. O que seria do pai de família se este mesmo não tivesse a chave de sua casa? O que seria do andarilho se não houvesse a sinalização para que ele chegue bem ao seu destino? O que seria do trabalhador se não houvesse trabalho? O que seria de nós sem Deus? Não teríamos a chave que abre a nossa vida, não teríamos o dedo que nos aponta o caminho certo, não teríamos o oficio que nos garante o pão de cada dia, enfim, não seríamos realizados plenamente, faltaria a essência da vida: a comunhão com aquEle que nos criou e nos quis para Si.
Em outra passagem do Evangelho, o próprio Jesus dizia aos seus: " Do que adianta ao homem ganha o mundo inteiro se este mesmo perder a sua vida?" (Mt 16, 24) A pessoa pode ser a mais influente do mundo, a mais rica e poderosa, mas se não tem Deus, sua riqueza é pobre. Por que? Porque lhe falta aquilo que dá subsistência a sua vida. O que seria do corpo se lhe faltasse algum membro? Pereceria, sofreria pela ausência do membro perdido. Assim é o homem, quando falta o Fator que o constitue ele não vive, vegeta. O filho pródigo é o exemplo fiel da decadência humana longe de Deus, o Pai misericordioso. Ele pede a herança ao Pai, automaticamente, mata o Pai (Só se pede herança quando alguém morre) e sai de casa, embrenhando-se nas aventuras, nas farras, na vida fácil. Faz do dinheiro o seu Deus. No fim de tudo perece, vira mendigo, encontra-se com a indigência e a sargeta, ineva até a comida dos porcos (ninguém inveja aquilo que é inferior) encontra-se na miséria total. Era rico, mas não tinha a riqueza da Presença do Pai. Quantas pessoas que tem muito, mas no fundo no fundo, são pobres. Carentes de carinho, de atenção, de bem querência. Quantas pessoas foram e são até hoje, engolidas pelo poder, pela fama, pelos holofotes. Quantas vidas sendo destruídas aos poucos! Falta-lhes o essêncial, falta-lhes Deus. A Palavra que dá significado a todas as coisas quando entra na história humana modifica tudo. O que era tido como perdido, reencontra-se. O que era pobre, torna-se rico. O que era torto, endireita-se. Somente a Palavra tem essa capacidade de dar ação reconstrutiva ao sujeito. Ela é a luz do mundo, Ela vence todas as trevas!
Essa Palavra, cara Brenda, como nos diz Bento XVI, foi abreviada. "Assim se lia: «Deus tornou breve a sua Palavra, Ele abreviou-a» (Is 10,23; Rom 9,28). Os Padres interpretavam num duplo sentido. O mesmo Filho é a Palavra, o Logos; a Palavra eterna fez-se pequena - tão pequena a ponto de caber numa manjedoura." (Homilia de Natal no ano de 2006)
A Palavra eterna coube numa manjedoura, que ela caiba em nosso coração também. Que o curral de Belém seja um desdobrar-se na história dos homens, e torne-se metáfora da nossa existência. A Palavra precisa do ambão do nosso coração, lá Ela precisa ser acolhida, vivenciada, e amada.
Que a Palavra te conduza pelas estradas da vida, sendo chave, condutor, e certeza de felicidade! Amém!
Sempre tive frio na barriga quando lia esse trecho da Sagrada Escritura. Um texto escrito nas minucias pelo Apóstolo João, referencia de toda a Teologia do Alto (Teologia que parte do dado revelado para chegar até as questões humanas, chamada também "Teologia da Águia", assim como a águia vê de cima para baixo as coisas, também o Teólogo do alto vê as pessoas e o mundo á partir do prisma divino)
O que João nos quer comunicar? O lógos, a Palavra, o Verbo que dá ação ao sujeito. Por esse motivo inicia o seu Evangelho dizendo:" No principio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus" (Jo1, 1) Sim, antes de todas as coisas a Palavra de Deus já existia, por ela tudo foi criado. Pela Palavra divina os Patriarcas obedeceram ao Senhor; pela Palavra os Profetas anunciaram; pela Palavra os corações foram libertos de seus pecados; pela Palavra, a vida entrou no mundo. Tudo é feito por ela e sem ela nada se faz.
Quando Deus pronuncia uma Palavra, algo de novo acontece. O salmista chega a dizer:"Uma palavra Deus falou, duas ouvi." (Sl 62, 12) Esta é a Palavra que ecoa na vida de quem se deixa conduzir por ela. Uma vida pautada pela Palavra é uma vida que se segue seu curso na normalidade, mesmo se vier as noites traiçoeiras o coração está firme, pois sabe que com Deus, a vida ganha um significado todo especial. Com Ele não andamos errantes, pelo contrário, andamos na certeza que caminhos para o bem. É triste perceber em muitas vida a ausência de Deus. Parece que se tem a concepção que a vida com Deus é uma vida fadigosa, uma vida limitada de liberdade, parece que Deus é o obstáculo que impede o ser humano de ser feliz. A consciência dominante em nossa sociedade de que temos um Deus inimigo do ser humano é latente. O homem moderno presa pela liberdade e sente-se ameaçado pelo Deus "ditador" dos cristãos. Mas pensemos bem. O que seria do pai de família se este mesmo não tivesse a chave de sua casa? O que seria do andarilho se não houvesse a sinalização para que ele chegue bem ao seu destino? O que seria do trabalhador se não houvesse trabalho? O que seria de nós sem Deus? Não teríamos a chave que abre a nossa vida, não teríamos o dedo que nos aponta o caminho certo, não teríamos o oficio que nos garante o pão de cada dia, enfim, não seríamos realizados plenamente, faltaria a essência da vida: a comunhão com aquEle que nos criou e nos quis para Si.
Em outra passagem do Evangelho, o próprio Jesus dizia aos seus: " Do que adianta ao homem ganha o mundo inteiro se este mesmo perder a sua vida?" (Mt 16, 24) A pessoa pode ser a mais influente do mundo, a mais rica e poderosa, mas se não tem Deus, sua riqueza é pobre. Por que? Porque lhe falta aquilo que dá subsistência a sua vida. O que seria do corpo se lhe faltasse algum membro? Pereceria, sofreria pela ausência do membro perdido. Assim é o homem, quando falta o Fator que o constitue ele não vive, vegeta. O filho pródigo é o exemplo fiel da decadência humana longe de Deus, o Pai misericordioso. Ele pede a herança ao Pai, automaticamente, mata o Pai (Só se pede herança quando alguém morre) e sai de casa, embrenhando-se nas aventuras, nas farras, na vida fácil. Faz do dinheiro o seu Deus. No fim de tudo perece, vira mendigo, encontra-se com a indigência e a sargeta, ineva até a comida dos porcos (ninguém inveja aquilo que é inferior) encontra-se na miséria total. Era rico, mas não tinha a riqueza da Presença do Pai. Quantas pessoas que tem muito, mas no fundo no fundo, são pobres. Carentes de carinho, de atenção, de bem querência. Quantas pessoas foram e são até hoje, engolidas pelo poder, pela fama, pelos holofotes. Quantas vidas sendo destruídas aos poucos! Falta-lhes o essêncial, falta-lhes Deus. A Palavra que dá significado a todas as coisas quando entra na história humana modifica tudo. O que era tido como perdido, reencontra-se. O que era pobre, torna-se rico. O que era torto, endireita-se. Somente a Palavra tem essa capacidade de dar ação reconstrutiva ao sujeito. Ela é a luz do mundo, Ela vence todas as trevas!
Essa Palavra, cara Brenda, como nos diz Bento XVI, foi abreviada. "Assim se lia: «Deus tornou breve a sua Palavra, Ele abreviou-a» (Is 10,23; Rom 9,28). Os Padres interpretavam num duplo sentido. O mesmo Filho é a Palavra, o Logos; a Palavra eterna fez-se pequena - tão pequena a ponto de caber numa manjedoura." (Homilia de Natal no ano de 2006)
A Palavra eterna coube numa manjedoura, que ela caiba em nosso coração também. Que o curral de Belém seja um desdobrar-se na história dos homens, e torne-se metáfora da nossa existência. A Palavra precisa do ambão do nosso coração, lá Ela precisa ser acolhida, vivenciada, e amada.
Que a Palavra te conduza pelas estradas da vida, sendo chave, condutor, e certeza de felicidade! Amém!
49° Catequese
"Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.
Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião,cada dia de tua vida." (Sl 127)
O salmo da Liturgia da Festa da Sagrada Família nos dá o tom do Mistério da Família que foi capaz de receber Deus em seu meio.
O pai de família, José, carpinteiro de profissão, justo por graça e benevolência de Deus tem a grande responsabilidade de ser o guardião dos seres mais Sagrados de toda a história humana, Jesus e Maria. Escolhido para ser o pai putativo do Messias, ele na sua obediência a Deus aceita o desafio e cumpre com afinco a missão. José é modelo de pai e esposo, exemplo a ser seguido por todos os homens. Por que? Porque teve a grandeza de alma de ser fiel a sua esposa e de ser protetor do Filho de Deus. A fidelidade conjugal nos dias de hoje é quase que coisa rara. Apenas os homens de verdade sabem o valor que existe na relação matrimonial. Ser fiel é uma escolha e uma disposição que se deve cultivar. Quando os interesses escusos são colocados em primeiro lugar, existe ai a primeira e mais dolorosa infidelidade. A mesquinhez e o egoísmo tomam conta da situação e a vida não segue seu curso normal como antes. Existe a traição tão aguda e tão atroz. Famílias são destruídas, os filhos são tomados de assalto por aquela situação e revoltam-se. Muitos até ao verem o exemplo em casa repetem futuramente em seus relacionamentos. O pagão Aristóteles dizia que, o ser humano é um ser que vive em sociedade e vive de exemplos, se não tem exemplo em casa repete na própria vida a consequência do ato que presenciou. Se o pai não é fiel em casa, como poderá cobrar isto depois dos filhos? Como poderá ter a consciência ilibada? Como poderá cobrar coerência de vida, se ele mesmo não a tem? São José, exemplo de pai de família, tem muito a nos ensinar nos dias atuais. Ensinar os pais a cumprirem seu papel de chefe da casa, daquele que tem voz firme dentro do próprio lar. Ensinar aos pais que é preciso cultivar nos filhos os bons costumes. Amá-los, ofertar o que se tem de melhor. Os filhos devem ter no pai alguém para se contar. Precisam da figura paterna, da figura masculina presente em todas as circunstancias da vida deles. os filhos precisam saber que existe alguém com quem eles podem contar em todos os momentos. Jesus podia contar com São José para tudo. Desde o momento em que José foi chamado para tal oficio sagrado, nunca se esquivou de sua responsabilidade. Foi adotado pelo próprio filho e jamais o abandonou. O protegeu ainda na barriga da Virgem. Foi aquele que se humilhou pedindo um lugar para que seu Filho nascesse. Foi, provavelmente, aquele que fez o parto da Virgem. Foi o homem que acolheu aquele Menino inerme em seus braços de pai e o protegeu na fuga para o Egito. Foi o homem que ensinou a religião, os mandamentos, a cultura dos judeus para Jesus. Foi aquele que ensinou seu ofício de carpinteiro. Foi ele quem teve a alegria de ter sido amparado pelas maiores jóias da face da terra na hora de sua morte. Enfim, foi pai, amigo e ao mesmo tempo, filho de seu Filho. José é espelho de bom pai de família, exemplo do zeloso guardador da casa de Deus. Não é a toa que a sua Solene Memória, comemorada todo ano no dia 19 de Março, leva como título a invocação: "Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua casa!" Ele foi servo fiel, guardou com afinco Maria e Jesus e mais do que ninguém pode dizer como o salmista: "Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!"
E o que dizer de Maria? Falar dela é sempre impossível, pois nada que podemos falar expressa a sua grandeza, mas tentamos na nossa humanidade contemplar sua vida e olhar para ela para que dela aprendamos as lições que melhor nos educam.
A jovem de Nazaré, totalmente investida pela graça de Deus, foi escolhida para ser Mãe, a Mãe de Deus feito homem. Gerou no próprio seio virginal o Autor da Vida. Trouxe consigo o Rei dos reis e Senhor dos senhores, foi o berço onde a salvação se cumpriu. A mãe, a dona de casa, a mulher humilde e fiel, a mulher prudente de que nos fala o livro dos Provérbios. Em tudo isso explode a figura da Virgem Santa. Mãe, esposa, amiga, conselheira, mulher orante, mulher de Deus. A mulher que não se poupou, não desistiu de servir e, mesmo contra a correnteza, soube escolher a melhor parte, escolheu a Deus. Em tudo o que fazia, respirava Deus. Se fazia a comida, pensava em Deus. Se arrumava a casa, suspirava pelo Amado de sua alma. Se amamentava, sabia que segurava em seus braços e deva de comer ao próprio Deus. Fazia tudo, mas nada fazia só. Ele estava com ela. Até quando tinha que ensiná-lo a falar, a rezar, a comer, sabia que Ele era muito mais do que ela poderia imaginar, o seu Filho, aquele que ela acarinhou e protegeu estava ali em seus braços, mas Ele não a pertencia. A contradição da vida daquEle Menino só o tempo iria desvendar, e ela como boa mulher, guardava em seu coração todas as coisas. Exemplo de mãe. Se fosse possível morreria pelo filho, a dor de vê-lo partir foi aguda e dolorosa, mas não se abateu. Exemplo de esposa. Mesmo sem ter contato físico com seu esposo, sabia os deveres que lhe cabiam como a dona de casa. Sentia prazer em servir a Jesus e a José nas tarefas mais "insignificantes" da casa. Arrumava, cozinhava... tudo isso com amor, simplicidade e humildade. Exemplo de mulher orante. Como boa judia, conversava com Deus em suas orações. Refletia, ruminava as palavras e os acontecimentos de Deus em seu coração. Silenciava quando era preciso, escolheu seguir o caminho do bem. Ela mais do que ninguém pode cantar:" "Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião,cada dia de tua vida." Ela temia, e abençoada foi. Cantou no seu "Magnificat" a bondade de Deus e percebeu durante todo o percurso que a sua vida era uma página em branco, Deus escrevia com lápis de artista a História. Ela é para nós exemplo de tudo, principalmente para todas as mulheres. Querem ser mulheres de verdade? Querem ser boas mães? Querem ser sábias e prudentes? Olhem para ela, o exemplo veio antes, agora basta seguir para que a realização aconteça.
E Jesus? A humildade de Deus é impressionante; Ele da mesma forma que aceitou ser pão, aceitou ter um pai e uma mãe que o acolheriam. Mesmo sendo o Grande, fez pequeno. Mesmo não precisando de nada, se fez precisar de duas criaturas. Aquele que tudo tem nas mãos, deixou-se conduzir pelas mãos e pela voz de um homem e de uma mulher. Exemplo de filho, exemplo de obediência, exemplo de entrega. Quis ser Filho, quis obedecer a um homem e a uma mulher, quis doar-se pelos outros. Na humildade de Deus contemplamos que não é preciso muita coisa para ser feliz. Um grande Rabino, mais ou menos da época de Jesus, dizia o seguinte:" Existe um tempo na vida pessoa que ela é 'Meu, meu. Teu, teu! Há outro momento em que ela começa a descobrir as amizades, as trocas saudáveis da vida e diz: 'Meu, teu. Teu.meu!' Aí todo o ser humano é tentado e pode acontecer que o homem se torne egoísta e a pessoa diz: 'Teu, meu, meu,. meu!' Três vezes 'Meu', super egoísmo. E finalmente a pessoa caí em si, se arrepende, amadurece, torna-se um sábio e já não precisa de muita coisa para ser feliz. Então ela diz: "Meu, teu, teu, teu, e o que é teu pode ficar contigo, não preciso de muito para ser feliz!" (Rabino Hillel)
Jesus nos ensina isto. Não precisamos de muito, mesmo com o pouco somos capazes de sermos felizes. A Família de Nazaré não tinha muita coisa, mas tinha o essencial para viver. E o que é essencial para uma família feliz? O amor. Sem ele nada fica em pé, sem o amor as coisas se desgastam e tudo virá cinza.
Não permitamos que nossas famílias sejam destruídas, olhemos para Jesus, Maria e José e aprendamos com eles o que fazer. Quando tudo estiver contra nós, confiemos em Deus e peçamos a Ele que nos ajude, que nossa família seja celeiro de amor e que tudo concorra para o bem dos que amam a Deus. Desta maneira poderemos cantar como Davi: "Sou feliz, porque eu e minha família tememos e trilhamos os caminhos do Senhor!"
Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.
Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião,cada dia de tua vida." (Sl 127)
O salmo da Liturgia da Festa da Sagrada Família nos dá o tom do Mistério da Família que foi capaz de receber Deus em seu meio.
O pai de família, José, carpinteiro de profissão, justo por graça e benevolência de Deus tem a grande responsabilidade de ser o guardião dos seres mais Sagrados de toda a história humana, Jesus e Maria. Escolhido para ser o pai putativo do Messias, ele na sua obediência a Deus aceita o desafio e cumpre com afinco a missão. José é modelo de pai e esposo, exemplo a ser seguido por todos os homens. Por que? Porque teve a grandeza de alma de ser fiel a sua esposa e de ser protetor do Filho de Deus. A fidelidade conjugal nos dias de hoje é quase que coisa rara. Apenas os homens de verdade sabem o valor que existe na relação matrimonial. Ser fiel é uma escolha e uma disposição que se deve cultivar. Quando os interesses escusos são colocados em primeiro lugar, existe ai a primeira e mais dolorosa infidelidade. A mesquinhez e o egoísmo tomam conta da situação e a vida não segue seu curso normal como antes. Existe a traição tão aguda e tão atroz. Famílias são destruídas, os filhos são tomados de assalto por aquela situação e revoltam-se. Muitos até ao verem o exemplo em casa repetem futuramente em seus relacionamentos. O pagão Aristóteles dizia que, o ser humano é um ser que vive em sociedade e vive de exemplos, se não tem exemplo em casa repete na própria vida a consequência do ato que presenciou. Se o pai não é fiel em casa, como poderá cobrar isto depois dos filhos? Como poderá ter a consciência ilibada? Como poderá cobrar coerência de vida, se ele mesmo não a tem? São José, exemplo de pai de família, tem muito a nos ensinar nos dias atuais. Ensinar os pais a cumprirem seu papel de chefe da casa, daquele que tem voz firme dentro do próprio lar. Ensinar aos pais que é preciso cultivar nos filhos os bons costumes. Amá-los, ofertar o que se tem de melhor. Os filhos devem ter no pai alguém para se contar. Precisam da figura paterna, da figura masculina presente em todas as circunstancias da vida deles. os filhos precisam saber que existe alguém com quem eles podem contar em todos os momentos. Jesus podia contar com São José para tudo. Desde o momento em que José foi chamado para tal oficio sagrado, nunca se esquivou de sua responsabilidade. Foi adotado pelo próprio filho e jamais o abandonou. O protegeu ainda na barriga da Virgem. Foi aquele que se humilhou pedindo um lugar para que seu Filho nascesse. Foi, provavelmente, aquele que fez o parto da Virgem. Foi o homem que acolheu aquele Menino inerme em seus braços de pai e o protegeu na fuga para o Egito. Foi o homem que ensinou a religião, os mandamentos, a cultura dos judeus para Jesus. Foi aquele que ensinou seu ofício de carpinteiro. Foi ele quem teve a alegria de ter sido amparado pelas maiores jóias da face da terra na hora de sua morte. Enfim, foi pai, amigo e ao mesmo tempo, filho de seu Filho. José é espelho de bom pai de família, exemplo do zeloso guardador da casa de Deus. Não é a toa que a sua Solene Memória, comemorada todo ano no dia 19 de Março, leva como título a invocação: "Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua casa!" Ele foi servo fiel, guardou com afinco Maria e Jesus e mais do que ninguém pode dizer como o salmista: "Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!"
E o que dizer de Maria? Falar dela é sempre impossível, pois nada que podemos falar expressa a sua grandeza, mas tentamos na nossa humanidade contemplar sua vida e olhar para ela para que dela aprendamos as lições que melhor nos educam.
A jovem de Nazaré, totalmente investida pela graça de Deus, foi escolhida para ser Mãe, a Mãe de Deus feito homem. Gerou no próprio seio virginal o Autor da Vida. Trouxe consigo o Rei dos reis e Senhor dos senhores, foi o berço onde a salvação se cumpriu. A mãe, a dona de casa, a mulher humilde e fiel, a mulher prudente de que nos fala o livro dos Provérbios. Em tudo isso explode a figura da Virgem Santa. Mãe, esposa, amiga, conselheira, mulher orante, mulher de Deus. A mulher que não se poupou, não desistiu de servir e, mesmo contra a correnteza, soube escolher a melhor parte, escolheu a Deus. Em tudo o que fazia, respirava Deus. Se fazia a comida, pensava em Deus. Se arrumava a casa, suspirava pelo Amado de sua alma. Se amamentava, sabia que segurava em seus braços e deva de comer ao próprio Deus. Fazia tudo, mas nada fazia só. Ele estava com ela. Até quando tinha que ensiná-lo a falar, a rezar, a comer, sabia que Ele era muito mais do que ela poderia imaginar, o seu Filho, aquele que ela acarinhou e protegeu estava ali em seus braços, mas Ele não a pertencia. A contradição da vida daquEle Menino só o tempo iria desvendar, e ela como boa mulher, guardava em seu coração todas as coisas. Exemplo de mãe. Se fosse possível morreria pelo filho, a dor de vê-lo partir foi aguda e dolorosa, mas não se abateu. Exemplo de esposa. Mesmo sem ter contato físico com seu esposo, sabia os deveres que lhe cabiam como a dona de casa. Sentia prazer em servir a Jesus e a José nas tarefas mais "insignificantes" da casa. Arrumava, cozinhava... tudo isso com amor, simplicidade e humildade. Exemplo de mulher orante. Como boa judia, conversava com Deus em suas orações. Refletia, ruminava as palavras e os acontecimentos de Deus em seu coração. Silenciava quando era preciso, escolheu seguir o caminho do bem. Ela mais do que ninguém pode cantar:" "Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião,cada dia de tua vida." Ela temia, e abençoada foi. Cantou no seu "Magnificat" a bondade de Deus e percebeu durante todo o percurso que a sua vida era uma página em branco, Deus escrevia com lápis de artista a História. Ela é para nós exemplo de tudo, principalmente para todas as mulheres. Querem ser mulheres de verdade? Querem ser boas mães? Querem ser sábias e prudentes? Olhem para ela, o exemplo veio antes, agora basta seguir para que a realização aconteça.
E Jesus? A humildade de Deus é impressionante; Ele da mesma forma que aceitou ser pão, aceitou ter um pai e uma mãe que o acolheriam. Mesmo sendo o Grande, fez pequeno. Mesmo não precisando de nada, se fez precisar de duas criaturas. Aquele que tudo tem nas mãos, deixou-se conduzir pelas mãos e pela voz de um homem e de uma mulher. Exemplo de filho, exemplo de obediência, exemplo de entrega. Quis ser Filho, quis obedecer a um homem e a uma mulher, quis doar-se pelos outros. Na humildade de Deus contemplamos que não é preciso muita coisa para ser feliz. Um grande Rabino, mais ou menos da época de Jesus, dizia o seguinte:" Existe um tempo na vida pessoa que ela é 'Meu, meu. Teu, teu! Há outro momento em que ela começa a descobrir as amizades, as trocas saudáveis da vida e diz: 'Meu, teu. Teu.meu!' Aí todo o ser humano é tentado e pode acontecer que o homem se torne egoísta e a pessoa diz: 'Teu, meu, meu,. meu!' Três vezes 'Meu', super egoísmo. E finalmente a pessoa caí em si, se arrepende, amadurece, torna-se um sábio e já não precisa de muita coisa para ser feliz. Então ela diz: "Meu, teu, teu, teu, e o que é teu pode ficar contigo, não preciso de muito para ser feliz!" (Rabino Hillel)
Jesus nos ensina isto. Não precisamos de muito, mesmo com o pouco somos capazes de sermos felizes. A Família de Nazaré não tinha muita coisa, mas tinha o essencial para viver. E o que é essencial para uma família feliz? O amor. Sem ele nada fica em pé, sem o amor as coisas se desgastam e tudo virá cinza.
Não permitamos que nossas famílias sejam destruídas, olhemos para Jesus, Maria e José e aprendamos com eles o que fazer. Quando tudo estiver contra nós, confiemos em Deus e peçamos a Ele que nos ajude, que nossa família seja celeiro de amor e que tudo concorra para o bem dos que amam a Deus. Desta maneira poderemos cantar como Davi: "Sou feliz, porque eu e minha família tememos e trilhamos os caminhos do Senhor!"
48° Catequese
Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!" (Gilberto Gil)
A sensibilidade de Gil nesta canção é fantástica. Mostra o amor numa perspectiva transcendente e mostra a grandeza desta escolha que fazemos em nossas vidas: amar.
Tentaremos perscrutar todas as linhas da canção.
"O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura..."
O amor como semente, uma semente que nasce muitas vezes colhida nas lágrimas. A dor de amar para ressuscitar, diz Gil. Damos conta desta realidade nos nossos relacionamentos. O amor que nasce vem traz consigo a contradição da dor e do sofrimento, da renúncia de si mesmo, da entrega total pelo o outro. Com toda certeza o amor é uma morte ressuscitada, e isso fica evidente quando olhamos para a figura do Crucificado, que nos leva além da morte, pois o amor vence tudo, vence até o ódio e a indiferença daqueles que são amados. A morte ressuscitada chama-se amor, porque Ele vive para sempre. São Paulo diz que tudo irá acabar no fim dos tempos, menos o amor. O amor é a capacidade eterna de escolher sempre o bem. Por isso quem ama há de experimentar não só as alegria, mas as cruzes da vida também. Sem a dor e as lágrimas o amor não cresce, se reduz á uma paixão e vai embora com o tempo, ao passo que o amor é duradouro, é eterno e passa sempre pela estrada escura.
Gil continua: " Não pense na separação, não despedace o coração" Magnifica constatação do autor. Na separação o coração fica despedaçado, por que? Porque o homem foi feito para a união. Quando existe a ruptura, sofre, sangra, despedaça, morre de dor.... A separação não é o destino do homem, o homem foi feito para a comunhão dele com Deus e com os outros. A separação causa feridas na alma e essas feridas mesmo com o passar dos tempos continuam. Porque o ser humano não é um ser matemático, ou um robô que está programado para fazer as coisas. O ser humano é uma metamorfose ambulante que precisa a cada dia de atenção, de conversão, de modelação. Não esqueceremos das coisas nunca, o tempo minimiza, mas esquecer é impossível. Por isso que a definição de perdão não é a de esquecer da ofensa cometida contra o outro, mas de deixar que o amor prevaleça na vida, que a paz seja uma constante no dia a dia.
"Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!"
Gil termina a canção reafirmando a primazia do amor na vida dos homens. Nada pode exterminar, nada pode fazer com que seja banido da face da Terra. O amor como o grão, nasce, germina, dá fruto, morre, mas ressuscita. Ressuscita, pois ele não acaba, se renova e se perpetua. Sem o amor andaríamos em trevas mesmo estando de dia. Sem o amor não somos nada. " "É só o amor, é só o amor!" Nos dirá Renato Russo pouco tempo depois.
Na perspectiva cristã o amor tem um nome: Cristo. Ele é o amor encarnado no meio de nós. Ao olharmos para Ele somos cativados pelo verdadeiro amor. "O ser humano vive porque é amado e pode amar; e se até no espaço da morte penetrou o amor, então também lá chegou a vida. Na hora da extrema solidão nunca estaremos sozinhos: "Passio Christi. Passio hominis". (Bento XVI)
Sim, Bento XVI tem razão ao dizer isto. Porque Ele nos amou nós temos a capacidade de amar e de ser dom um para o outro. Que essa capacidade de amar não seja nunca afugentada da nossa história, pois um homem que não ama, é pobre e indigente e sua vida vira uma mesmice um fardo pesado de carregar.
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!" (Gilberto Gil)
A sensibilidade de Gil nesta canção é fantástica. Mostra o amor numa perspectiva transcendente e mostra a grandeza desta escolha que fazemos em nossas vidas: amar.
Tentaremos perscrutar todas as linhas da canção.
"O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura..."
O amor como semente, uma semente que nasce muitas vezes colhida nas lágrimas. A dor de amar para ressuscitar, diz Gil. Damos conta desta realidade nos nossos relacionamentos. O amor que nasce vem traz consigo a contradição da dor e do sofrimento, da renúncia de si mesmo, da entrega total pelo o outro. Com toda certeza o amor é uma morte ressuscitada, e isso fica evidente quando olhamos para a figura do Crucificado, que nos leva além da morte, pois o amor vence tudo, vence até o ódio e a indiferença daqueles que são amados. A morte ressuscitada chama-se amor, porque Ele vive para sempre. São Paulo diz que tudo irá acabar no fim dos tempos, menos o amor. O amor é a capacidade eterna de escolher sempre o bem. Por isso quem ama há de experimentar não só as alegria, mas as cruzes da vida também. Sem a dor e as lágrimas o amor não cresce, se reduz á uma paixão e vai embora com o tempo, ao passo que o amor é duradouro, é eterno e passa sempre pela estrada escura.
Gil continua: " Não pense na separação, não despedace o coração" Magnifica constatação do autor. Na separação o coração fica despedaçado, por que? Porque o homem foi feito para a união. Quando existe a ruptura, sofre, sangra, despedaça, morre de dor.... A separação não é o destino do homem, o homem foi feito para a comunhão dele com Deus e com os outros. A separação causa feridas na alma e essas feridas mesmo com o passar dos tempos continuam. Porque o ser humano não é um ser matemático, ou um robô que está programado para fazer as coisas. O ser humano é uma metamorfose ambulante que precisa a cada dia de atenção, de conversão, de modelação. Não esqueceremos das coisas nunca, o tempo minimiza, mas esquecer é impossível. Por isso que a definição de perdão não é a de esquecer da ofensa cometida contra o outro, mas de deixar que o amor prevaleça na vida, que a paz seja uma constante no dia a dia.
"Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!"
Gil termina a canção reafirmando a primazia do amor na vida dos homens. Nada pode exterminar, nada pode fazer com que seja banido da face da Terra. O amor como o grão, nasce, germina, dá fruto, morre, mas ressuscita. Ressuscita, pois ele não acaba, se renova e se perpetua. Sem o amor andaríamos em trevas mesmo estando de dia. Sem o amor não somos nada. " "É só o amor, é só o amor!" Nos dirá Renato Russo pouco tempo depois.
Na perspectiva cristã o amor tem um nome: Cristo. Ele é o amor encarnado no meio de nós. Ao olharmos para Ele somos cativados pelo verdadeiro amor. "O ser humano vive porque é amado e pode amar; e se até no espaço da morte penetrou o amor, então também lá chegou a vida. Na hora da extrema solidão nunca estaremos sozinhos: "Passio Christi. Passio hominis". (Bento XVI)
Sim, Bento XVI tem razão ao dizer isto. Porque Ele nos amou nós temos a capacidade de amar e de ser dom um para o outro. Que essa capacidade de amar não seja nunca afugentada da nossa história, pois um homem que não ama, é pobre e indigente e sua vida vira uma mesmice um fardo pesado de carregar.
47° Catequese
"Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. (Lc 2, 29-32)
O belo cântico do "Benedictus" pronunciado pelo velho Simeão revela para nós o grande desígnio de Deus que, olha para o seu povo com bondade e recompensa um coração que espera e confia no Senhor.
Completado o tempo previsto, segundo a lei de Israel, o filho primogênito deveria ser apresentado ao Senhor. Maria e José cumprem o ritual religiosa e levam o seu único Filho para ser apresentado no Templo. Ao chegarem no Templo, encontram a figura emblemática do velho Simeão. Um homem que vivia no Templo e aguardava a manifestação do Messias tão esperado pelo povo. Ao ver o casal e o Menino que eles traziam, o velho Simeão exulta de alegria e pronuncia este belo hino que a Igreja trasportou para a Liturgia das Horas, encerrando com este cântico, a oração de Completas. Um canto que revela a bondade de Deus que salva seu povo. Um Deus que não se poe distante, mas se encontra na vizinhança da nossa vida. Ele quer salvar e com a sua salvação quer nos revelar a verdadeira vida. Simeão vê a salvação diante de seus olhos, e na figura dele todos os homens e mulheres do Antigo Testamento também contemplam o Mistério inefável de Deus que, para salvar o seu povo, fez-se Criança. O júbilo pela salvação que Simeão expressa já fora prenunciado a séculos. A alegria da salvação havia sido atestada por Noé e sua família que escaparam do dilúvio e tiveram a graça de serem salvos da destruição. O gaudio da salvação estava escondido, quando Abraão ofereceu seu Filho como sacrifício ao Senhor e recebeu a feliz noticia de que Deus viu a sua fidelidade e não precisou matar seu filho como prova de seu amor. A salvação manifestou-se quando os Patriarcas foram guiados pelo poder e a força de Deus, sendo obedientes a sua Palavra, e de modo mais inefável, manifestou-se quando o povo, escravo no Egito, pode ver a maravilha de Deus que liberta e os conduz para a Terra Prometida. Em todo o Antigo Testamento existem sinais que nos levam ao momento que rememoramos no Evangelho de hoje, 5º dia da Oitava do Natal. Simeão exulta e toca a bondade de Deus. Aquele que prometeu é fiel para cumprir todas as coisas. O Messias esperado pelas nações está diante dos olhos de todos, no colo da Virgem sendo apresentado ao Pai do céu. Ah, Simeão, olha, contempla com tua visão cansada aquEle que por ti se fez homem! Não te impressiones com a sua estatura, Ele é o grande e forte, o Poderoso que virá para libertar o povo de seus pecados. Ame o Menino, pegue-O em teus braços e exulta dizendo: "Hoje meus olhos viram vossa salvação!"
A experiencia de Simeão com o Senhor esbarra também em nós. O Menino que chega em nossa vida precisa ser ansiado, aguardado com toda fé. Ele não vem para dominar os povos com a força, vem como Menino frágil carente de tudo, pedindo apenas de nós o nosso amor. Ao olharmos para Ele o nosso coração deveria seguir o exemplo de Simeão, deveríamos nos maravilhar, pois a Salvação de Deus chegou até nós. Nossos pecados não foram suficientes para afastar Deus da nossa vida, pelo contrário, na nossa queda o amor de Deus torna-se mais compreensível e mais acessível. A distância que nos separava dEle já não existe mais, podemos nos aproximar dEle deixando que no hoje da nossa existência ele nos cative e nos puxe pelos cabelos assim como quem diz:"Estou aqui, sem mim tu nada podes!" E nós ao ouvir isto só poderemos dizer como Giussani: "Eu sou Tu que me fazes!"
Que a nossa vida, seja um canto novo de louvor e bendição a Deus, que nossa alegria expulse a tristeza do pecado em nós. Que a nossa confiança aniquile o receio e o medo de deixar-se guiar por Ele. Que a nossa fidelidade repreenda o desejo de ser infiel, e o nosso amor destrua o ódio e a nossa indiferença. Somente assim poderemos cantar as maravilhas de um Deus que, não poupou a própria vida, e esvaziando-se completamente nos ensinou o caminho certo á seguir.
O belo cântico do "Benedictus" pronunciado pelo velho Simeão revela para nós o grande desígnio de Deus que, olha para o seu povo com bondade e recompensa um coração que espera e confia no Senhor.
Completado o tempo previsto, segundo a lei de Israel, o filho primogênito deveria ser apresentado ao Senhor. Maria e José cumprem o ritual religiosa e levam o seu único Filho para ser apresentado no Templo. Ao chegarem no Templo, encontram a figura emblemática do velho Simeão. Um homem que vivia no Templo e aguardava a manifestação do Messias tão esperado pelo povo. Ao ver o casal e o Menino que eles traziam, o velho Simeão exulta de alegria e pronuncia este belo hino que a Igreja trasportou para a Liturgia das Horas, encerrando com este cântico, a oração de Completas. Um canto que revela a bondade de Deus que salva seu povo. Um Deus que não se poe distante, mas se encontra na vizinhança da nossa vida. Ele quer salvar e com a sua salvação quer nos revelar a verdadeira vida. Simeão vê a salvação diante de seus olhos, e na figura dele todos os homens e mulheres do Antigo Testamento também contemplam o Mistério inefável de Deus que, para salvar o seu povo, fez-se Criança. O júbilo pela salvação que Simeão expressa já fora prenunciado a séculos. A alegria da salvação havia sido atestada por Noé e sua família que escaparam do dilúvio e tiveram a graça de serem salvos da destruição. O gaudio da salvação estava escondido, quando Abraão ofereceu seu Filho como sacrifício ao Senhor e recebeu a feliz noticia de que Deus viu a sua fidelidade e não precisou matar seu filho como prova de seu amor. A salvação manifestou-se quando os Patriarcas foram guiados pelo poder e a força de Deus, sendo obedientes a sua Palavra, e de modo mais inefável, manifestou-se quando o povo, escravo no Egito, pode ver a maravilha de Deus que liberta e os conduz para a Terra Prometida. Em todo o Antigo Testamento existem sinais que nos levam ao momento que rememoramos no Evangelho de hoje, 5º dia da Oitava do Natal. Simeão exulta e toca a bondade de Deus. Aquele que prometeu é fiel para cumprir todas as coisas. O Messias esperado pelas nações está diante dos olhos de todos, no colo da Virgem sendo apresentado ao Pai do céu. Ah, Simeão, olha, contempla com tua visão cansada aquEle que por ti se fez homem! Não te impressiones com a sua estatura, Ele é o grande e forte, o Poderoso que virá para libertar o povo de seus pecados. Ame o Menino, pegue-O em teus braços e exulta dizendo: "Hoje meus olhos viram vossa salvação!"
A experiencia de Simeão com o Senhor esbarra também em nós. O Menino que chega em nossa vida precisa ser ansiado, aguardado com toda fé. Ele não vem para dominar os povos com a força, vem como Menino frágil carente de tudo, pedindo apenas de nós o nosso amor. Ao olharmos para Ele o nosso coração deveria seguir o exemplo de Simeão, deveríamos nos maravilhar, pois a Salvação de Deus chegou até nós. Nossos pecados não foram suficientes para afastar Deus da nossa vida, pelo contrário, na nossa queda o amor de Deus torna-se mais compreensível e mais acessível. A distância que nos separava dEle já não existe mais, podemos nos aproximar dEle deixando que no hoje da nossa existência ele nos cative e nos puxe pelos cabelos assim como quem diz:"Estou aqui, sem mim tu nada podes!" E nós ao ouvir isto só poderemos dizer como Giussani: "Eu sou Tu que me fazes!"
Que a nossa vida, seja um canto novo de louvor e bendição a Deus, que nossa alegria expulse a tristeza do pecado em nós. Que a nossa confiança aniquile o receio e o medo de deixar-se guiar por Ele. Que a nossa fidelidade repreenda o desejo de ser infiel, e o nosso amor destrua o ódio e a nossa indiferença. Somente assim poderemos cantar as maravilhas de um Deus que, não poupou a própria vida, e esvaziando-se completamente nos ensinou o caminho certo á seguir.
46° Catequese
"Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador
— Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós.
— Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas.
— O laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra." (Sl 123)
No dia do Santos Inocentes o salmo que lemos acima é proclamado. O salmista parece estar convicto de que a sua vida é breve; ele diz;" Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador." A vida na sua brevidade, a vida na sua finitude, escapa perante os nossos olhos. Uma hora estamos aqui, no minuto seguinte não sabemos se teremos a sorte de estarmos vivos. O sopro da vida é breve, passa num piscar de olhos. Por isso, o salmista afirma que o laço, a trama, o desenrolar das situações da vida, tornou-se insuficiente, a alma escapou como um pássaro que voa rapidamente de seu ninho.
Num segundo momento o salmista canta as maravilhas do Senhor, e a estrofe mais comovente é esta:" Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós." O inimigo mesmo com a força do material bélico, não tem poder sobre os escolhidos do Senhor, a alma escapa e retorna para o seu Criador. Nem a morte é capaz de retirar a certeza de que não caminhamos sós. Aquelas crianças, os Santos Inocentes da Igreja, morreram por causa do furor de Herodes. Ele temia perder o seu reinado, ao saber que um Menino havia nascido. O Menino referido não era qualquer um, por este motivo, despertava o medo e o pavor naquele velho rei. Sobre isso nos diz Bento XVI: "Herodes é um homem de poder, que no próximo só consegue ver um rival para combater. No fundo, se meditarmos bem, até Deus lhe parece um rival, aliás, um rival particularmente perigoso, que gostaria de privar os homens do seu espaço vital, da sua autonomia, do seu poder; um rival que indica o caminho a percorrer na vida, e assim impede que se realize tudo o que se deseja. Herodes ouve dos seus peritos nas Sagradas Escrituras, as palavras do profeta Miqueias (cf. 5, 1), mas o seu único pensamento é o trono. Então, o próprio Deus deve ser ofuscado e as pessoas devem reduzir-se a ser simples peças para mover no grande tabuleiro do poder. Herodes é uma figura que não nos é simpática e que, instintivamente, julgamos de modo negativo pela sua brutalidade. Mas deveríamos perguntar-nos: existe, porventura, algo de Herodes também em nós? Acaso também nós, às vezes, vemos Deus como uma espécie de rival? Porventura também nós somos cegos diante dos seus sinais, surdos às suas palavras, porque pensamos que Ele impõe limites à nossa vida e não nos permite dispor da existência a nosso bel-prazer? Estimados irmãos e irmãs, quando vemos Deus deste modo, acabamos por nos sentir insatisfeitos e aborrecidos, porque não nos deixamos guiar por Aquele que está no fundamento de tudo. Temos que eliminar da nossa mente e do nosso coração a ideia da rivalidade, a ideia de que conceder espaço a Deus constitui um limite para nós mesmos; devemos abrir-nos à certeza de que Deus é o amor todo-poderoso que nada tira, não ameaça, aliás, é o Único capaz de nos oferecer a possibilidade de viver em plenitude, de sentir a verdadeira alegria."
O poder que cegava Herodes era algo tão brutal que para resguardar seu poderio, ele preferiu matar. Matar em nome de um reinado que acabaria, que seria reduzido a pó e que em nada acrescentaria em sua salvação. Olhar uma Criança como rival, disputar com uma criança o poder de um reino é mesquinho e atroz. O que Bento XVI nos exorta é algo dramático. Nós também temos a tentação de olhar o Senhor como nosso adversário, enxergá-Lo como aquEle que está preocupado em atrapalhar os nossos planos, como o "ditador" que pretende aniquilar nossa liberdade. Será que isto procede? Será que está ideia tem sua verdade? Ou será que o inimigo que arma o laço e a trama, enfia em nossa cabeça tal pensamento? São perguntas chaves que colocam em relevo para nós o cerne do problema. A resposta é clara e objetiva: Quem deixa ser Deus tem tudo na vida! As crianças que deram suas vidas, mesmo sem saber o porque daquilo, encontraram-se com a salvação que nascia na pobreza de Belém. O Menino reclinado no curral de Belém é o motivo da salvação daqueles pequenos filhos de Israel. O choro de Raquel (Mt 2,11-20) agora encontra alento. A tristeza, converte-se em alegria, porque a morte dos Inocentes é certeza de vida eterna. O céu acolhe os primeiros mártires, acolhe na pureza peculiar das crianças.
O que nos fala o salmo que lemos? Nos diz que o Senhor está do nosso lado, pois se não estivesse teríamos perecido. Fala de amor, fala de vida verdadeira, fala de confiança. O salmista envolto em dificuldades pode exclamar em alta voz:
"O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra." Sim, é lá que está a nossa certeza. É nEle que temos redenção, como nos dirá São Paulo. É por Ele que tudo tem significado na vida. Sem Ele nada somos. Dom Giussani dizia: " Sem Cristo tudo é vão; sem uma Presença tudo é vazio na vida!" Esta verdade penetra e fere nosso peito mais do que uma faca afiada. Por que? Porque responde as inquietações que trazemos em nós. Sem Cristo o universo, mesmo com toda a sua beleza, o mar, mesmo com toda a sua imensidão, as estrelas, mesmo com todo o espetáculo no céu, o homem, mesmo com toda a complexidade que o reveste, não é nada. A vida com Ele é diferente. Não só a vida, mas também a morte, quando enfrentada na perspectiva cristã, é sinal de redenção e de salvação. Enfim , tudo com Ele respira melhor, caminha melhor, encontra sentido.
Ao celebrarmos a memória festiva dos Santos Inocentes, somos convidados a uma revisão de vida: Será que estou disposto a dar a vida por alguém mesmo sem conhecer? Será que a minha fé está pautada onde deve estar? Será que eu vejo Deus como amigo ou como rival? Será? Será? Será... Quantos 'serás' poderíamos aqui mencionar, não cabe apenas perguntar é preciso ter coragem de responder ao Senhor, mesmo sem saber o que Ele quer de nós, sejamos mendicantes de sua Presença no meio de nós, se for preciso gritemos diante dEle: "Senhor, ajuda-me! Não posso dar mais um passo se Tu não estiveres ao meu lado!"
Em Cristo, e unido sempre diante do incruento Sacrifico Eucarístico,
Sem. Rafael Viana Lima
— Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós.
— Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas.
— O laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra." (Sl 123)
No dia do Santos Inocentes o salmo que lemos acima é proclamado. O salmista parece estar convicto de que a sua vida é breve; ele diz;" Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador." A vida na sua brevidade, a vida na sua finitude, escapa perante os nossos olhos. Uma hora estamos aqui, no minuto seguinte não sabemos se teremos a sorte de estarmos vivos. O sopro da vida é breve, passa num piscar de olhos. Por isso, o salmista afirma que o laço, a trama, o desenrolar das situações da vida, tornou-se insuficiente, a alma escapou como um pássaro que voa rapidamente de seu ninho.
Num segundo momento o salmista canta as maravilhas do Senhor, e a estrofe mais comovente é esta:" Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós." O inimigo mesmo com a força do material bélico, não tem poder sobre os escolhidos do Senhor, a alma escapa e retorna para o seu Criador. Nem a morte é capaz de retirar a certeza de que não caminhamos sós. Aquelas crianças, os Santos Inocentes da Igreja, morreram por causa do furor de Herodes. Ele temia perder o seu reinado, ao saber que um Menino havia nascido. O Menino referido não era qualquer um, por este motivo, despertava o medo e o pavor naquele velho rei. Sobre isso nos diz Bento XVI: "Herodes é um homem de poder, que no próximo só consegue ver um rival para combater. No fundo, se meditarmos bem, até Deus lhe parece um rival, aliás, um rival particularmente perigoso, que gostaria de privar os homens do seu espaço vital, da sua autonomia, do seu poder; um rival que indica o caminho a percorrer na vida, e assim impede que se realize tudo o que se deseja. Herodes ouve dos seus peritos nas Sagradas Escrituras, as palavras do profeta Miqueias (cf. 5, 1), mas o seu único pensamento é o trono. Então, o próprio Deus deve ser ofuscado e as pessoas devem reduzir-se a ser simples peças para mover no grande tabuleiro do poder. Herodes é uma figura que não nos é simpática e que, instintivamente, julgamos de modo negativo pela sua brutalidade. Mas deveríamos perguntar-nos: existe, porventura, algo de Herodes também em nós? Acaso também nós, às vezes, vemos Deus como uma espécie de rival? Porventura também nós somos cegos diante dos seus sinais, surdos às suas palavras, porque pensamos que Ele impõe limites à nossa vida e não nos permite dispor da existência a nosso bel-prazer? Estimados irmãos e irmãs, quando vemos Deus deste modo, acabamos por nos sentir insatisfeitos e aborrecidos, porque não nos deixamos guiar por Aquele que está no fundamento de tudo. Temos que eliminar da nossa mente e do nosso coração a ideia da rivalidade, a ideia de que conceder espaço a Deus constitui um limite para nós mesmos; devemos abrir-nos à certeza de que Deus é o amor todo-poderoso que nada tira, não ameaça, aliás, é o Único capaz de nos oferecer a possibilidade de viver em plenitude, de sentir a verdadeira alegria."
O poder que cegava Herodes era algo tão brutal que para resguardar seu poderio, ele preferiu matar. Matar em nome de um reinado que acabaria, que seria reduzido a pó e que em nada acrescentaria em sua salvação. Olhar uma Criança como rival, disputar com uma criança o poder de um reino é mesquinho e atroz. O que Bento XVI nos exorta é algo dramático. Nós também temos a tentação de olhar o Senhor como nosso adversário, enxergá-Lo como aquEle que está preocupado em atrapalhar os nossos planos, como o "ditador" que pretende aniquilar nossa liberdade. Será que isto procede? Será que está ideia tem sua verdade? Ou será que o inimigo que arma o laço e a trama, enfia em nossa cabeça tal pensamento? São perguntas chaves que colocam em relevo para nós o cerne do problema. A resposta é clara e objetiva: Quem deixa ser Deus tem tudo na vida! As crianças que deram suas vidas, mesmo sem saber o porque daquilo, encontraram-se com a salvação que nascia na pobreza de Belém. O Menino reclinado no curral de Belém é o motivo da salvação daqueles pequenos filhos de Israel. O choro de Raquel (Mt 2,11-20) agora encontra alento. A tristeza, converte-se em alegria, porque a morte dos Inocentes é certeza de vida eterna. O céu acolhe os primeiros mártires, acolhe na pureza peculiar das crianças.
O que nos fala o salmo que lemos? Nos diz que o Senhor está do nosso lado, pois se não estivesse teríamos perecido. Fala de amor, fala de vida verdadeira, fala de confiança. O salmista envolto em dificuldades pode exclamar em alta voz:
"O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra." Sim, é lá que está a nossa certeza. É nEle que temos redenção, como nos dirá São Paulo. É por Ele que tudo tem significado na vida. Sem Ele nada somos. Dom Giussani dizia: " Sem Cristo tudo é vão; sem uma Presença tudo é vazio na vida!" Esta verdade penetra e fere nosso peito mais do que uma faca afiada. Por que? Porque responde as inquietações que trazemos em nós. Sem Cristo o universo, mesmo com toda a sua beleza, o mar, mesmo com toda a sua imensidão, as estrelas, mesmo com todo o espetáculo no céu, o homem, mesmo com toda a complexidade que o reveste, não é nada. A vida com Ele é diferente. Não só a vida, mas também a morte, quando enfrentada na perspectiva cristã, é sinal de redenção e de salvação. Enfim , tudo com Ele respira melhor, caminha melhor, encontra sentido.
Ao celebrarmos a memória festiva dos Santos Inocentes, somos convidados a uma revisão de vida: Será que estou disposto a dar a vida por alguém mesmo sem conhecer? Será que a minha fé está pautada onde deve estar? Será que eu vejo Deus como amigo ou como rival? Será? Será? Será... Quantos 'serás' poderíamos aqui mencionar, não cabe apenas perguntar é preciso ter coragem de responder ao Senhor, mesmo sem saber o que Ele quer de nós, sejamos mendicantes de sua Presença no meio de nós, se for preciso gritemos diante dEle: "Senhor, ajuda-me! Não posso dar mais um passo se Tu não estiveres ao meu lado!"
Em Cristo, e unido sempre diante do incruento Sacrifico Eucarístico,
Sem. Rafael Viana Lima
45° Catequese
No primeiro dia da semana, Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou." (Jo 20. 2=8)
No dia do Apóstolo São João a Igreja nos propõe a leitura do evangelho da Ressurreição. Maria vai até Pedro e João e anuncia que o tumulo estava vazio. O jovem João tomado pelo impacto da noticia, corre, avança, põe-se á caminho. Por ser jovem, chega primeiro que Pedro ao local. Vê as faixas enroladas perto da pedra, contempla e não entra. Porque não entra? Espera Pedro. Deixa que o primeiro entre os Apóstolos. ateste o fato que revolucionaria a história dos homens. O primeiro dentre os escolhidos do Senhor chega e atesta:"Ele ressuscitou!" João entra e nos diz o evangelista: " Ele viu e acreditou" (Jo 20, 8)
Quatro anos de convivência, tempo aproximado do convívio com o Senhor, vida mudada, maturidade alcançada na companhia de um Outro. Assim foi João, de um desconhecido qualquer a Apóstolo de Jesus. O primeiro dentre os chamados, juntamente com André. E ele poderia nos dizer o dia e a hora do primeiro encontro. Encontraremos isto em seu próprio evangelho. Na beira do Rio Jordão o Batista anuncia para todos ouvirem: "Eis aqui o Cordeiro de Deus." (Jo 1, 36) João estava lá e ouvindo isso, juntamente com André seguiu Jesus. Ao perceber que alguém o seguia, Jesus faz a pergunta central, a pergunta que mudaria pra valer a vida dos dois, particularmente a vida de João: "Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima." (João 1:38-39)
Quando a felicidade verdadeira entra na nossa vida, dificilmente esquecemos o dia e a hora exata do acontecimento que nos abalou, nos comoveu, nos fez ser quem somos de verdade. No seguimento á Pessoa de Jesus, estava tudo o que João procurava em toda a sua vida. Ele era um jovem judeu, e como bom judeu, esperava pelo Messias prometida. Procurava, seja nas Escrituras, seja no anuncio de João, seja na adoração ao Senhor no Templo de Jerusalém. De todas as formas, ansiava por aquEle que poderia suprir a sua sede, como mais tarde nos dirá Santo Agostinho. Procura, acha. No testemunho profético de João, ele acredita e vai atrás. Está atento, não sabe o que vai encontrar, mas acredita. Na nossa experiência de fé também vivemos isso, não sabemos o que vai acontecer, não sabemos para o Senhor irá nos mandar, apenas obedecemos e acreditamos. Acreditamos na promessa daquEle que não mente, daquEle que não ilude, daquEle não nos prejudica. É essa garantia que temos, não outra. Não sabemos o que vestiremos no dia de amanhã, no que beberemos ou comeremos. Não sabemos para onde ir, o que fazer, apenas temos esta certeza: Não caminho só NUNCA, Ele vem comigo! Acreditar é ter a confiança voltada para quem pode nos ajudar. A criança quando está perto de seus pais não sente medo, o pai pede para ela se jogue do balanço e ela vai e se joga. Ela sabe que o pai seria incapaz de deixa-lá cair. Talvez se outra pessoa sem ser o pai ou mãe pedisse para que ela fizesse isso, com toda certeza exitaria. Por que? Porque sem garantia da Companhia ninguém se lança! Se ela não ver o pai, percebe que está sem seu apoio, o pai está longe, consequentemente, ela não se lança. Assim somos nós, sem Ele é impossível "jogar-se" no balanço da vida. Sem esta garantia que Ele estará lá para nos pegar no colo, nunca seria possível a atitude de abandono, confiança e de coragem. João confiou naquEle que disse "Vinde e vede!" Confiou tanto que nunca esqueceu deste momento em toda a sua vida: "Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima."(Jo 20, 39) Aquele homem era tão impressionante, que era impossível não segui-LO. Como não seguir a alguém que corresponde as expectativas do meu coração? Como não seguir a um homem que fala coisas, mesmo que eu não as entenda, que eu sinto que Ele sabe, que Ele vive aquilo do que fala? Como não se apaixonar pela intensidade de vida daquEle homem? Como? Não é possível escapar dEle, podemos até tentar, mas Ele sempre nos acha. Você pensa que foi João e André foram os primeiros a procurarem Jesus? Não mesmo! Ele já os conhecia antes deles pensarem em segui-Lo. Na verdade, Ele estava lá a todo tempo. No coração, na palavra, na adoração, na procura por Deus que aqueles homens nutriam em seu coração. A atitude é sempre dEle, nos dirá Carrón, é sempre Ele que vem até nós, o Mistério do Natal que solenemente celebramos grita para nós isso: Ele veio até nós, rebaixou-se até a nossa miséria para ser nosso verdadeiro amigo. Um canto antigo diz que, até o desejo de adorar vem dEle. Ele passa a nossa frente, enxerga lá na frente. Nos perdoa antes mesmo de irmos até Ele, seu amor é a chave de leitura para compreendermos que, mesmo em meio as nossas infidelidade, Ele nos acolhe e nos chama para não desanimarmos diante das nossas misérias.
João reconheceu isto, e sua vida foi marcada por esta realidade: Quem confia aprende que não existe outro caminho na vida a não ser amar. Amar os outros, amar a Criação, amar até as coisas mais "insignificantes" da vida. Amar sim, porque o amor amplia a nossa visão, ajuda a sermos mais atentos, mais vigilantes, mais prudentes. O amor nos eleva e nos conduz aos céus, diante da Presença daquEle que é o próprio amor. João depois daquEle encontro não foi mais o mesmo. As vezes não entendia o modo como Jesus falava, mas tinha a humildade de reconhecer que sem Ele, nada fazia sentido. "Não entendo, mas sei que aquilo que Ele fala corresponde a verdade. Não sei interpretar as suas parábolas, mas peço: 'Explica, Senhor'! Não entendo as disputas contra seus detratores, mas sei que Ele sempre vence a soberba dos cultos através de sua humildade. Não sei amar como Ele me pede, mas quero viver esse amor!"
Com sua vida João nos ensina que somente no seguimento do Senhor seremos verdadeiramente felizes. Na companhia dEle encontramos o que procuramos a vida inteira. E assim como João poderemos perceber a grandeza da Presença do Senhor. Aquele que foi escolhido na margem do Rio Jordão foi o melhor amigo do Senhor, partilhou dos grandes momentos da vida de Jesus. Em Caná, na pregação do Evangelho pelas cidades e aldeias de Israel, no Tabor, no Getsemani, no Golgotá, na Ressurreição. Viveu a experiência que os amigos vivenciam no dia a dia. Errou, mas pediu perdão. Foi impaciente, mas aprendeu do Mestre o que fazer. Traiu, mas foi perdoado. Em tudo, tinha a Presença de seu Amigo. E hoje intercede por nós ao lado do Amigo a quem dedicou sua vida inteira, no céu.
Que São João nos ensine a sermos mais atentos aos sinais do Senhor, o nosso olhar precisa estar fixado em Deus, olhar para Ele significa deixar que Ele modifique as nossas estruturas ultrapassadas e nos d~e a verdadeira vida. Quem se encontra com Ele nunca mais é o mesmo, a vida muda, a vida torna-se grande e bem vivida.
Deus te abençoe e te ajude! São João, rogai por nós !!!
No dia do Apóstolo São João a Igreja nos propõe a leitura do evangelho da Ressurreição. Maria vai até Pedro e João e anuncia que o tumulo estava vazio. O jovem João tomado pelo impacto da noticia, corre, avança, põe-se á caminho. Por ser jovem, chega primeiro que Pedro ao local. Vê as faixas enroladas perto da pedra, contempla e não entra. Porque não entra? Espera Pedro. Deixa que o primeiro entre os Apóstolos. ateste o fato que revolucionaria a história dos homens. O primeiro dentre os escolhidos do Senhor chega e atesta:"Ele ressuscitou!" João entra e nos diz o evangelista: " Ele viu e acreditou" (Jo 20, 8)
Quatro anos de convivência, tempo aproximado do convívio com o Senhor, vida mudada, maturidade alcançada na companhia de um Outro. Assim foi João, de um desconhecido qualquer a Apóstolo de Jesus. O primeiro dentre os chamados, juntamente com André. E ele poderia nos dizer o dia e a hora do primeiro encontro. Encontraremos isto em seu próprio evangelho. Na beira do Rio Jordão o Batista anuncia para todos ouvirem: "Eis aqui o Cordeiro de Deus." (Jo 1, 36) João estava lá e ouvindo isso, juntamente com André seguiu Jesus. Ao perceber que alguém o seguia, Jesus faz a pergunta central, a pergunta que mudaria pra valer a vida dos dois, particularmente a vida de João: "Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima." (João 1:38-39)
Quando a felicidade verdadeira entra na nossa vida, dificilmente esquecemos o dia e a hora exata do acontecimento que nos abalou, nos comoveu, nos fez ser quem somos de verdade. No seguimento á Pessoa de Jesus, estava tudo o que João procurava em toda a sua vida. Ele era um jovem judeu, e como bom judeu, esperava pelo Messias prometida. Procurava, seja nas Escrituras, seja no anuncio de João, seja na adoração ao Senhor no Templo de Jerusalém. De todas as formas, ansiava por aquEle que poderia suprir a sua sede, como mais tarde nos dirá Santo Agostinho. Procura, acha. No testemunho profético de João, ele acredita e vai atrás. Está atento, não sabe o que vai encontrar, mas acredita. Na nossa experiência de fé também vivemos isso, não sabemos o que vai acontecer, não sabemos para o Senhor irá nos mandar, apenas obedecemos e acreditamos. Acreditamos na promessa daquEle que não mente, daquEle que não ilude, daquEle não nos prejudica. É essa garantia que temos, não outra. Não sabemos o que vestiremos no dia de amanhã, no que beberemos ou comeremos. Não sabemos para onde ir, o que fazer, apenas temos esta certeza: Não caminho só NUNCA, Ele vem comigo! Acreditar é ter a confiança voltada para quem pode nos ajudar. A criança quando está perto de seus pais não sente medo, o pai pede para ela se jogue do balanço e ela vai e se joga. Ela sabe que o pai seria incapaz de deixa-lá cair. Talvez se outra pessoa sem ser o pai ou mãe pedisse para que ela fizesse isso, com toda certeza exitaria. Por que? Porque sem garantia da Companhia ninguém se lança! Se ela não ver o pai, percebe que está sem seu apoio, o pai está longe, consequentemente, ela não se lança. Assim somos nós, sem Ele é impossível "jogar-se" no balanço da vida. Sem esta garantia que Ele estará lá para nos pegar no colo, nunca seria possível a atitude de abandono, confiança e de coragem. João confiou naquEle que disse "Vinde e vede!" Confiou tanto que nunca esqueceu deste momento em toda a sua vida: "Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima."(Jo 20, 39) Aquele homem era tão impressionante, que era impossível não segui-LO. Como não seguir a alguém que corresponde as expectativas do meu coração? Como não seguir a um homem que fala coisas, mesmo que eu não as entenda, que eu sinto que Ele sabe, que Ele vive aquilo do que fala? Como não se apaixonar pela intensidade de vida daquEle homem? Como? Não é possível escapar dEle, podemos até tentar, mas Ele sempre nos acha. Você pensa que foi João e André foram os primeiros a procurarem Jesus? Não mesmo! Ele já os conhecia antes deles pensarem em segui-Lo. Na verdade, Ele estava lá a todo tempo. No coração, na palavra, na adoração, na procura por Deus que aqueles homens nutriam em seu coração. A atitude é sempre dEle, nos dirá Carrón, é sempre Ele que vem até nós, o Mistério do Natal que solenemente celebramos grita para nós isso: Ele veio até nós, rebaixou-se até a nossa miséria para ser nosso verdadeiro amigo. Um canto antigo diz que, até o desejo de adorar vem dEle. Ele passa a nossa frente, enxerga lá na frente. Nos perdoa antes mesmo de irmos até Ele, seu amor é a chave de leitura para compreendermos que, mesmo em meio as nossas infidelidade, Ele nos acolhe e nos chama para não desanimarmos diante das nossas misérias.
João reconheceu isto, e sua vida foi marcada por esta realidade: Quem confia aprende que não existe outro caminho na vida a não ser amar. Amar os outros, amar a Criação, amar até as coisas mais "insignificantes" da vida. Amar sim, porque o amor amplia a nossa visão, ajuda a sermos mais atentos, mais vigilantes, mais prudentes. O amor nos eleva e nos conduz aos céus, diante da Presença daquEle que é o próprio amor. João depois daquEle encontro não foi mais o mesmo. As vezes não entendia o modo como Jesus falava, mas tinha a humildade de reconhecer que sem Ele, nada fazia sentido. "Não entendo, mas sei que aquilo que Ele fala corresponde a verdade. Não sei interpretar as suas parábolas, mas peço: 'Explica, Senhor'! Não entendo as disputas contra seus detratores, mas sei que Ele sempre vence a soberba dos cultos através de sua humildade. Não sei amar como Ele me pede, mas quero viver esse amor!"
Com sua vida João nos ensina que somente no seguimento do Senhor seremos verdadeiramente felizes. Na companhia dEle encontramos o que procuramos a vida inteira. E assim como João poderemos perceber a grandeza da Presença do Senhor. Aquele que foi escolhido na margem do Rio Jordão foi o melhor amigo do Senhor, partilhou dos grandes momentos da vida de Jesus. Em Caná, na pregação do Evangelho pelas cidades e aldeias de Israel, no Tabor, no Getsemani, no Golgotá, na Ressurreição. Viveu a experiência que os amigos vivenciam no dia a dia. Errou, mas pediu perdão. Foi impaciente, mas aprendeu do Mestre o que fazer. Traiu, mas foi perdoado. Em tudo, tinha a Presença de seu Amigo. E hoje intercede por nós ao lado do Amigo a quem dedicou sua vida inteira, no céu.
Que São João nos ensine a sermos mais atentos aos sinais do Senhor, o nosso olhar precisa estar fixado em Deus, olhar para Ele significa deixar que Ele modifique as nossas estruturas ultrapassadas e nos d~e a verdadeira vida. Quem se encontra com Ele nunca mais é o mesmo, a vida muda, a vida torna-se grande e bem vivida.
Deus te abençoe e te ajude! São João, rogai por nós !!!
44° Catequese
Quem se deixa encontrar pela luz que irradia do curral de Belém, reconhece as coisas e as pessoas de um jeito diferente. Os pastores foram ver aquela luz, que não era apenas uma luz, mas uma Pessoa, com carne e osso; saíram de lá irradiados pela potencia daquela luz, anunciaram a todos que algo de extraordinário aconteceu na miséria daquele curral: o Poderoso rebaixou-se até a nossa queda e transformou o lixo em que vivíamos em local habitável, em lugar Sagrado. Depois desse acontecimento a vida mudou. O cosmo não foi mais o mesmo, aquEle que nada pode conter entrou no tempo e deixou o rastro de sua Presença em nós, só isso já é motivo de alegria de nossa parte. Ele se fez pequeno por nós, na simplicidade do curral jaz o Menino Deus. É com grande motivo que os anjos cantaram: "Glória a Deus nas alturas e paz aos homens por Ele amados!" Cantemos também nós glórias de louvor aquEle que teve piedade da nossa infirmidade, da nossa carência, do nosso ódio contra Ele. Louvemos aquEle te teve e continua tendo piedade do nosso nada!"
43° Catequese
"Os discípulos, não entendiam as coisas que aconteciam, as palavras de Jesus, os seus gestos, suas maravilhas, mas eram pessoas afeicionadas. No discurso sobre o pão da vida na Sinagoga em Cafarnaum, muitos seguidores desertaram, achavam que aquilo era muito difícil para eles... Jesus olha para a Sinagoga vazia e ver os 12 e pergunta a eles:" Não vão embora também?" E o mais afeicionado a Pessoa de Cristo, Pedro, responde:" Para onde vamos, se só Tu tens palavras que explicam a vida? A nossa condição é a mesma daqueles 12, mas nós somos seres afeicionados por Ele, não entendemos, mas seguimos. Por que? Porque não existe outra pessoa que desperte em nós a sede pelo viver como Ele faz em nós. Coragem, tome como programa de vida estas palavras, somente Ele corresponde as exigências do nosso coração!"
42° Catequese
Proponho o testemunho de uma enfermeira do Hospital Policlínico de Milão:
"Apresento-me: sou uma enfermeira do Hospital Policlínico de Milão. Faz alguns meses que vem se tratar uma moça com câncer. Uma entre muitas, como as tantas que vi passar por aqui nestes anos. Pessoas dilaceradas pela dor, sem nenhuma esperança, desiludidas, lutando só contra a doença, abandonadas à fúria da própria dor que faz descer a uma solidão imensa, onde se experimenta o abismo da miséria humana e o vazio de uma impotência diante do mal, que frequentemente nem os médicos nem nós, enfermeiros, podemos domar. Mas ela é diferente, diferente porque não chega aqui com o olhar resignado, está sempre serena, disponível, espera sempre com paciência, suporta qualquer dor, coletas de sangue, da medula, biopses. É como se não sofresse a dificuldade, mas quisesse vivê-la como protagonista, e a sua atitude de realismo é coragem de confrontar-se com a pergunta que o sofrimento nela e ao lado dela lhe coloca. Uma vez, enquanto injetava nela a quimioterapia, olhei para o seu belo rosto, os seus olhos azuis estavam cheios de lágrimas e os seus lábios murmuravam algo: era uma oração. Ela me traz mensalmente a revista de vocês e na Páscoa me deu de presente um "Cartaz", convidando-me também para o Retiro de Páscoa. Estou maravilhada com tudo isto e fascinada. Ultimamente, não vejo a hora que chegue a segunda-feira para poder vê-la, para poder falar com ela, mas mais do que tudo, para poder observá-la, enquanto torna sagrado aquilo que para muitos outros é moralmente uma condenação. A sua maneira de estar ali é mais verdadeira, mais digna. Quando lhe pergunto o qu faz para ficar tão serena apesar de tratamentos tão terríveis como aqueles e muitas vezes insuficientes para conter o mal, responde-me que ela é de Cristo e que portanto o sofrimento tem um sentido se ela o oferece a Ele. Eu não entendo, apenas posso intuir e invejar essa força interior, mas é força de vida. Não sou cristã praticante, mas desde qua a conheci é como se tivesse se tornado palpável para mim que alguma coisa deve haver: é evidente na sua pessoa, na sua maneira de ser. Se Cristo já teve um par de olhos para mim, são os dessa garota, que ama mais do que eu, que suscita em mim um sentimento de bem, de alegria só em vê-la. É a primeira vez para mim que nasce uma amizade com uma paciente. Sempre nos ensinaram a mantermos uma distância, para não ter de sofrer, mas com ela não é sofrimento, é letícia. Vejo nela e compreendo que mesmo uma doença como o câncer é, sim, um mistério, mas dentro de um projeto bom, como ela diz. A sua obediência, o seu deixar-se abraçar até o fundo não são sinal de resignação, mas de quem entendeu - como ela mesma me disse uma vez - que "nada acontece por acaso, mas para a glória de Deus". Nada é pobre, nenhuma condição está condenada à aridez, nenhum tempo é privado de esperança. É diferente até a maneira como trata a nós, enfermeros, aos médicos, aos outros pacientes. Tem sempre um sorriso. Chega de manhã muito cedo, para correr à escola depois do tratamento. Frequenta a Universidade, onde os seus amigos, diz ela, a provocam a não prender o olhar na sua condição de desconcerto, mas a reabrir os olhos, olhando para o encontro com Cristo. "Para transpor as situações críticas, quando tudo parece sem esperanças é preciso levantar a cabeça, é preciso reencontrar na história os sinais concretos de uma promessa eterna, a que nasce em um momento particular do tempo pessoal, trazendo consigo a totalidade", escreveu-me uma vez. Ele não deixa de lado o seu dever de estudar, e esta é a única coisa que me faz refletir muito. Quer dizer que o cristianismo não alivia você das incumbências da vida, mas lhe dá o motivo justo para enfrentá-las. As pessoas que vêm aqui normalmente não levam mais uma vida normal, ainda que o pudessem fazer, sentem-se "doentes", não buscam estímulos. Ela não, a doença não a aniquilou, ela continua a fazer o que tem de fazer, como pode, a doença não é par ela um limite, é motivo a mais para saborear a realidade. É comovente vê-la chegar aqui com os livros debaixo do braço, é a única aqui que tem um gancho com a realidade; não quer esquecer a dor, vive-a. O milagre torna excepcional a cotidianidade. A presença dessa garota me muda, me faz desejar mais da minha vida, uma alegria inimaginável antes, mas experimentável agora."
(Anna, de Milão - Itália: Revista Passos)
"Apresento-me: sou uma enfermeira do Hospital Policlínico de Milão. Faz alguns meses que vem se tratar uma moça com câncer. Uma entre muitas, como as tantas que vi passar por aqui nestes anos. Pessoas dilaceradas pela dor, sem nenhuma esperança, desiludidas, lutando só contra a doença, abandonadas à fúria da própria dor que faz descer a uma solidão imensa, onde se experimenta o abismo da miséria humana e o vazio de uma impotência diante do mal, que frequentemente nem os médicos nem nós, enfermeiros, podemos domar. Mas ela é diferente, diferente porque não chega aqui com o olhar resignado, está sempre serena, disponível, espera sempre com paciência, suporta qualquer dor, coletas de sangue, da medula, biopses. É como se não sofresse a dificuldade, mas quisesse vivê-la como protagonista, e a sua atitude de realismo é coragem de confrontar-se com a pergunta que o sofrimento nela e ao lado dela lhe coloca. Uma vez, enquanto injetava nela a quimioterapia, olhei para o seu belo rosto, os seus olhos azuis estavam cheios de lágrimas e os seus lábios murmuravam algo: era uma oração. Ela me traz mensalmente a revista de vocês e na Páscoa me deu de presente um "Cartaz", convidando-me também para o Retiro de Páscoa. Estou maravilhada com tudo isto e fascinada. Ultimamente, não vejo a hora que chegue a segunda-feira para poder vê-la, para poder falar com ela, mas mais do que tudo, para poder observá-la, enquanto torna sagrado aquilo que para muitos outros é moralmente uma condenação. A sua maneira de estar ali é mais verdadeira, mais digna. Quando lhe pergunto o qu faz para ficar tão serena apesar de tratamentos tão terríveis como aqueles e muitas vezes insuficientes para conter o mal, responde-me que ela é de Cristo e que portanto o sofrimento tem um sentido se ela o oferece a Ele. Eu não entendo, apenas posso intuir e invejar essa força interior, mas é força de vida. Não sou cristã praticante, mas desde qua a conheci é como se tivesse se tornado palpável para mim que alguma coisa deve haver: é evidente na sua pessoa, na sua maneira de ser. Se Cristo já teve um par de olhos para mim, são os dessa garota, que ama mais do que eu, que suscita em mim um sentimento de bem, de alegria só em vê-la. É a primeira vez para mim que nasce uma amizade com uma paciente. Sempre nos ensinaram a mantermos uma distância, para não ter de sofrer, mas com ela não é sofrimento, é letícia. Vejo nela e compreendo que mesmo uma doença como o câncer é, sim, um mistério, mas dentro de um projeto bom, como ela diz. A sua obediência, o seu deixar-se abraçar até o fundo não são sinal de resignação, mas de quem entendeu - como ela mesma me disse uma vez - que "nada acontece por acaso, mas para a glória de Deus". Nada é pobre, nenhuma condição está condenada à aridez, nenhum tempo é privado de esperança. É diferente até a maneira como trata a nós, enfermeros, aos médicos, aos outros pacientes. Tem sempre um sorriso. Chega de manhã muito cedo, para correr à escola depois do tratamento. Frequenta a Universidade, onde os seus amigos, diz ela, a provocam a não prender o olhar na sua condição de desconcerto, mas a reabrir os olhos, olhando para o encontro com Cristo. "Para transpor as situações críticas, quando tudo parece sem esperanças é preciso levantar a cabeça, é preciso reencontrar na história os sinais concretos de uma promessa eterna, a que nasce em um momento particular do tempo pessoal, trazendo consigo a totalidade", escreveu-me uma vez. Ele não deixa de lado o seu dever de estudar, e esta é a única coisa que me faz refletir muito. Quer dizer que o cristianismo não alivia você das incumbências da vida, mas lhe dá o motivo justo para enfrentá-las. As pessoas que vêm aqui normalmente não levam mais uma vida normal, ainda que o pudessem fazer, sentem-se "doentes", não buscam estímulos. Ela não, a doença não a aniquilou, ela continua a fazer o que tem de fazer, como pode, a doença não é par ela um limite, é motivo a mais para saborear a realidade. É comovente vê-la chegar aqui com os livros debaixo do braço, é a única aqui que tem um gancho com a realidade; não quer esquecer a dor, vive-a. O milagre torna excepcional a cotidianidade. A presença dessa garota me muda, me faz desejar mais da minha vida, uma alegria inimaginável antes, mas experimentável agora."
(Anna, de Milão - Itália: Revista Passos)
41° Catequese
"Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
Está escrito no Livro do profeta Isaías: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’”
Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão.
6João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. E pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. (Mt 1, 1-8)
Os profetas, Isaías e João Batista, revelam para nós o caminho que devemos tomar: Preparar os caminhos do Senhor. O que significa isto?
Preparar, antes de mais nada, é colocar-se numa postura de acolhida. A dona de casa quando recebe visitas em sua casa, antes de receber a pessoa que vem, ela prepara tudo. Limpa a casa, arruma os móveis, lava o banheiro, coloca uma decoração bonita na casa e assim por diante. A dona de casa está convicta que precisa preparar algo para quem chega. Assim também o nosso coração dever ser limpo, arrumado, preparado para que o Rei das Glória possa nele entra e fazer morada.
O Advento nos coloca dentro desta realidade: precisamos abrir espaço para aquEle que virá. Os profetas já nos ensinaram o caminho, o que nos resta é obedecer e deixar que todo o nosso ser seja tocado pelas Mãos de Deus. Esperar com confiança no Senhor é poder cantar um hino de louvor a Ele, assim como fez o rei Davi no salmo que hoje a liturgia nos apresenta: "Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
O fruto de quem espera é a salvação, e a glória de Deus se manifesta já aqui nesta terra. Ouvir Deus, deixar que Suas palavras norteiem os nossos dias, perceber que sem Ele é pouco provável que a gente tenha êxito naquilo que nos propomos á fazer. Se a paz que vem dEle encontra abrigo no nosso coração, o mundo começa a mudar á partir de nós. A sociedade se transforma á partir do momento em que eu me deixo ferir pelas palavras do Senhor. O cosmos, o universo, encontrará plena harmonia quando os corações dos filhos de Deus se abrirem a vida nova que Ele nos promete. Não deixemos que a distração tome conta de nós! Um coração distraído é um coração privado de captar a realidade. A graça passa e o coração não acolhe; o sorriso de alguém vem avançando até nós, mas nós não o recebemos; o olhar, a mão amiga, a palavra que conforta vem em nossa direção, mas nós não percebemos, porque estamos distraídos. Distraídos com as nossas vaidades, distraídos com o nosso modo capenga de julgar o mundo e as coisas, distraídos porque desejamos o "cobre", quando temos diante de nós a maior riqueza, o maior ouro que um homem pode ter: Deus!
Que este tempo de Advento nos ajude a limpar a casa, a jogar fora tudo o que não presta. Somente desta maneira a nossa vida, o nosso ser, o nosso coração estará bem preparado para acolher o Menino que chega e, que não pede nada em troca apenas: "Me ame!"
Está escrito no Livro do profeta Isaías: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’”
Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão.
6João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. E pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. (Mt 1, 1-8)
Os profetas, Isaías e João Batista, revelam para nós o caminho que devemos tomar: Preparar os caminhos do Senhor. O que significa isto?
Preparar, antes de mais nada, é colocar-se numa postura de acolhida. A dona de casa quando recebe visitas em sua casa, antes de receber a pessoa que vem, ela prepara tudo. Limpa a casa, arruma os móveis, lava o banheiro, coloca uma decoração bonita na casa e assim por diante. A dona de casa está convicta que precisa preparar algo para quem chega. Assim também o nosso coração dever ser limpo, arrumado, preparado para que o Rei das Glória possa nele entra e fazer morada.
O Advento nos coloca dentro desta realidade: precisamos abrir espaço para aquEle que virá. Os profetas já nos ensinaram o caminho, o que nos resta é obedecer e deixar que todo o nosso ser seja tocado pelas Mãos de Deus. Esperar com confiança no Senhor é poder cantar um hino de louvor a Ele, assim como fez o rei Davi no salmo que hoje a liturgia nos apresenta: "Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
O fruto de quem espera é a salvação, e a glória de Deus se manifesta já aqui nesta terra. Ouvir Deus, deixar que Suas palavras norteiem os nossos dias, perceber que sem Ele é pouco provável que a gente tenha êxito naquilo que nos propomos á fazer. Se a paz que vem dEle encontra abrigo no nosso coração, o mundo começa a mudar á partir de nós. A sociedade se transforma á partir do momento em que eu me deixo ferir pelas palavras do Senhor. O cosmos, o universo, encontrará plena harmonia quando os corações dos filhos de Deus se abrirem a vida nova que Ele nos promete. Não deixemos que a distração tome conta de nós! Um coração distraído é um coração privado de captar a realidade. A graça passa e o coração não acolhe; o sorriso de alguém vem avançando até nós, mas nós não o recebemos; o olhar, a mão amiga, a palavra que conforta vem em nossa direção, mas nós não percebemos, porque estamos distraídos. Distraídos com as nossas vaidades, distraídos com o nosso modo capenga de julgar o mundo e as coisas, distraídos porque desejamos o "cobre", quando temos diante de nós a maior riqueza, o maior ouro que um homem pode ter: Deus!
Que este tempo de Advento nos ajude a limpar a casa, a jogar fora tudo o que não presta. Somente desta maneira a nossa vida, o nosso ser, o nosso coração estará bem preparado para acolher o Menino que chega e, que não pede nada em troca apenas: "Me ame!"
40° Catequese
Festa do Apóstolo Santo André, o primeiro chamado entre os 12
"André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com ele muitas coisas, não escondeu o
tesouro só para si mas correu depressa à procura de seu irmão, para fazê-lo participar da sua
descoberta. Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo) (Jo 1,41).
Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre
que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam
atentos. Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a sua vinda, espera aquele
que deveria vir do céu, exulta de alegria quando ele se manifestou, e se apresa em comunicar
aos outros a grande notícia.
Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E
conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que,
não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado
pormenorizadamente mais coisas. Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas
resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E
conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), e a ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas.
Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.
Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29.33),
deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez
André. Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz,
tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento." (São João Crisóstomo, bispo)
Que o exemplo desta grande homem te impulsione em tua caminhada de fé! Ele que foi o primeiro a ser resgatado pelo amor do Mestre, te auxilie a sempre se apaixonar por aquEle que se dignou vir até ti.
"André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com ele muitas coisas, não escondeu o
tesouro só para si mas correu depressa à procura de seu irmão, para fazê-lo participar da sua
descoberta. Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo) (Jo 1,41).
Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre
que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam
atentos. Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a sua vinda, espera aquele
que deveria vir do céu, exulta de alegria quando ele se manifestou, e se apresa em comunicar
aos outros a grande notícia.
Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E
conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que,
não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado
pormenorizadamente mais coisas. Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas
resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E
conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), e a ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas.
Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.
Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29.33),
deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez
André. Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz,
tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento." (São João Crisóstomo, bispo)
Que o exemplo desta grande homem te impulsione em tua caminhada de fé! Ele que foi o primeiro a ser resgatado pelo amor do Mestre, te auxilie a sempre se apaixonar por aquEle que se dignou vir até ti.
39° Catequese
"Desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti. Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam. " (Is 64, 2-3)
Esperar, palavra comumente usada no tempo litúrgico do Advento e repetida na primeira leitura do I Domingo do Tempo de preparação para o Santo Natal. O profeta Isaías, mensageiro divino neste tempo propicio, revela a centralidade do que existe em seu coração, ele quase que numa poesia, ressalta a grandeza do Deus que faz todas as coisas e que tem nas mãos a natureza e toda a Criação se submete a Ele. O Deus de Isaías é aquEle que desceu! Desceu até a nós, encurvou-se até o ângulo mais ínfimo de nossa pobreza, saiu das Suas alturas e veio até a baixeza de nossa queda para nós redimir. O Deus que veio até nós na aparência frágil de uma criança, é o Deus tão grande que tudo o que existe se prostra diante de sua Presença. A extraordinariedade deste fato tem um significado peculiar: Ele se fez pequeno por nós. Sim, este Deus grande e poderoso, veio até nós na simplicidade para nós revelar o contrariedade de suas ações. Ele não governa como os homens, o seu governo é pautado no amor, como nos lembra o nosso amado Santo Padre, Bento XVI. Diante dEle a simplicidade conta mais do que o luxo e a pompa desmedida; diante deste Soberano, o amor é a chave de leitura para encontramos e deixarmos ser encontrados. Ele vem e nos mostra o caminho a seguir e como seguir.
O profeta continua: " Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam." Sim, quem espera nEle não se decepciona! Quem pauta as suas escolhas no enlace das escolhas dEle é feliz! Encontra-se com aquilo que procurou durante toda a vida! Assim como aqueles dois primeiros, vidrados, apaixonados por sua figura: João e André. A figura desses dois nos mostra a dimensão de que esperar em Deus sempre dá certo! Sendo os dois bons judeus, esperavam com toda a força a manifestação do Messias. Ele veio, João Batista havia anunciado! E agora na outra margem do lago lá está Ele, passando pelo povo, até ser interrompido pela pergunta chave que faz sermos dEle, verdadeiramente pertencentes a sua terna figura: "Mestre, onde moras?" (Jo 1, 38) Esperaram, encontraram!
O Advento é esta expectativa, aguardar Jesus que vem, como nos dirá um antigo hino da Igreja. Esperar com confiança que Ele está próximo. Virá no Natal como criança, sendo seu nascimento atualizado pela liturgia, virá também um dia na PARUSIA (Nos tempos futuros) para concluir a Obra que suas mãos criou.
"Quem espera em Ti
Revigora suas forças
Estes sobem aos céus como águias
estes correm sem se cansar
caminham sem desanimar
Cheios da força do Senhor!" (Shalom)
O hino acima traduz toda a catequese! Coloquemos nosso coração nEle. Agarremos essa esperança com nossas unhas, nossos braços, com todo o nosso ser. Repito: não nos arrependeremos de esperarmos em Deus!
Esperar, palavra comumente usada no tempo litúrgico do Advento e repetida na primeira leitura do I Domingo do Tempo de preparação para o Santo Natal. O profeta Isaías, mensageiro divino neste tempo propicio, revela a centralidade do que existe em seu coração, ele quase que numa poesia, ressalta a grandeza do Deus que faz todas as coisas e que tem nas mãos a natureza e toda a Criação se submete a Ele. O Deus de Isaías é aquEle que desceu! Desceu até a nós, encurvou-se até o ângulo mais ínfimo de nossa pobreza, saiu das Suas alturas e veio até a baixeza de nossa queda para nós redimir. O Deus que veio até nós na aparência frágil de uma criança, é o Deus tão grande que tudo o que existe se prostra diante de sua Presença. A extraordinariedade deste fato tem um significado peculiar: Ele se fez pequeno por nós. Sim, este Deus grande e poderoso, veio até nós na simplicidade para nós revelar o contrariedade de suas ações. Ele não governa como os homens, o seu governo é pautado no amor, como nos lembra o nosso amado Santo Padre, Bento XVI. Diante dEle a simplicidade conta mais do que o luxo e a pompa desmedida; diante deste Soberano, o amor é a chave de leitura para encontramos e deixarmos ser encontrados. Ele vem e nos mostra o caminho a seguir e como seguir.
O profeta continua: " Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam." Sim, quem espera nEle não se decepciona! Quem pauta as suas escolhas no enlace das escolhas dEle é feliz! Encontra-se com aquilo que procurou durante toda a vida! Assim como aqueles dois primeiros, vidrados, apaixonados por sua figura: João e André. A figura desses dois nos mostra a dimensão de que esperar em Deus sempre dá certo! Sendo os dois bons judeus, esperavam com toda a força a manifestação do Messias. Ele veio, João Batista havia anunciado! E agora na outra margem do lago lá está Ele, passando pelo povo, até ser interrompido pela pergunta chave que faz sermos dEle, verdadeiramente pertencentes a sua terna figura: "Mestre, onde moras?" (Jo 1, 38) Esperaram, encontraram!
O Advento é esta expectativa, aguardar Jesus que vem, como nos dirá um antigo hino da Igreja. Esperar com confiança que Ele está próximo. Virá no Natal como criança, sendo seu nascimento atualizado pela liturgia, virá também um dia na PARUSIA (Nos tempos futuros) para concluir a Obra que suas mãos criou.
"Quem espera em Ti
Revigora suas forças
Estes sobem aos céus como águias
estes correm sem se cansar
caminham sem desanimar
Cheios da força do Senhor!" (Shalom)
O hino acima traduz toda a catequese! Coloquemos nosso coração nEle. Agarremos essa esperança com nossas unhas, nossos braços, com todo o nosso ser. Repito: não nos arrependeremos de esperarmos em Deus!
38° Catequese
"Como eu disse, o Evangelho de Jesus não é um Evangelho de grandes pregações e com alta filosofia, mas sim de exemplos simples, porque o Evangelho foi escrito para os simples.
Há muito anos atrás eu fui visitar a Terra Santa, e quando estávamos caminhando pelas ruas de Jericó, que é a cidade mais antiga do mundo, eu vi um galho grande de uma árvore no meio da rua, e eu perguntei ao guia o que era e o que significava aquele galho e o guia disse que era o galho que Zaqueu subiu para ver Jesus. E a passagem que acabamos de ouvir veio a minha mente. Portanto, o Evangelho tem histórias muitos simples, mas muito profundas, como e Evangelho de hoje.
Havia uma multidão querendo ouvir e ver Jesus nas ruas daquele vilarejo, mas Jesus viu que tinha alguém que não estava nas ruas junto com a multidão, mas que estava em uma ávore, procurando ao menos ver Jesus. Toda multidão estava olhando para Jesus, mas Jesus estava olhando para Zaqueu e todo mundo sabia quem era Zaqueu, um milionário, ele era um homem muito ruim e perverso, mas Jesus não ouviu a murmuração das pessoas, mas somente ouviu a voz de Zaqueu que grita. Jesus olhou para Zaqueu e disse: "hoje eu quero jantar na sua casa". Zaqueu desceu depressa, e deixou Jesus entrar em sua casa, e quando eles estavam tomando a refeição, Zaqueu disse a Jesus que ele queria mudar de vida, mais que isso, ele queria ter uma vida nova e desfazer todo mal que havia feito.
Ao relatar este fato Jesus quer nos falar que os que vivem com Zaqueu também precisam de cura e libertação e que Ele não veio para os justos, mas para os pecadores. Ele veio salvar os que estavam perdido e precisando de uma vida nova..." (Pe. Rufus, Vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas)
Há muito anos atrás eu fui visitar a Terra Santa, e quando estávamos caminhando pelas ruas de Jericó, que é a cidade mais antiga do mundo, eu vi um galho grande de uma árvore no meio da rua, e eu perguntei ao guia o que era e o que significava aquele galho e o guia disse que era o galho que Zaqueu subiu para ver Jesus. E a passagem que acabamos de ouvir veio a minha mente. Portanto, o Evangelho tem histórias muitos simples, mas muito profundas, como e Evangelho de hoje.
Havia uma multidão querendo ouvir e ver Jesus nas ruas daquele vilarejo, mas Jesus viu que tinha alguém que não estava nas ruas junto com a multidão, mas que estava em uma ávore, procurando ao menos ver Jesus. Toda multidão estava olhando para Jesus, mas Jesus estava olhando para Zaqueu e todo mundo sabia quem era Zaqueu, um milionário, ele era um homem muito ruim e perverso, mas Jesus não ouviu a murmuração das pessoas, mas somente ouviu a voz de Zaqueu que grita. Jesus olhou para Zaqueu e disse: "hoje eu quero jantar na sua casa". Zaqueu desceu depressa, e deixou Jesus entrar em sua casa, e quando eles estavam tomando a refeição, Zaqueu disse a Jesus que ele queria mudar de vida, mais que isso, ele queria ter uma vida nova e desfazer todo mal que havia feito.
Ao relatar este fato Jesus quer nos falar que os que vivem com Zaqueu também precisam de cura e libertação e que Ele não veio para os justos, mas para os pecadores. Ele veio salvar os que estavam perdido e precisando de uma vida nova..." (Pe. Rufus, Vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas)
37° Catequese
"Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida." (SL 127)
O salmista na confiança em Deus diz algo que pode ser encarado como um programa de vida por nós: Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos! É feliz todo aquele que escolhe o Senhor, quando nós o escolhemos a vida tem sentido e toas as coisas nos serão acrescentadas. O falecido Cardeal Van Thuan dizia: "Precisamos escolher Deus em vez das obras dEle." Este escolher Deus é a essência daquilo que Deus é, como nos diz São João: Ele é amor! Quem escolhe o amor tem a verdadeira beatitude na vida. Quem a Deus escolhe tudo tem nada falta e como diz Santa Tereza: " Tudo passa, só Deus permanece!"
Que esta verdade penetre em tua vida e a faça reconhecer que só em Deus somos felizes de verdade.
Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida." (SL 127)
O salmista na confiança em Deus diz algo que pode ser encarado como um programa de vida por nós: Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos! É feliz todo aquele que escolhe o Senhor, quando nós o escolhemos a vida tem sentido e toas as coisas nos serão acrescentadas. O falecido Cardeal Van Thuan dizia: "Precisamos escolher Deus em vez das obras dEle." Este escolher Deus é a essência daquilo que Deus é, como nos diz São João: Ele é amor! Quem escolhe o amor tem a verdadeira beatitude na vida. Quem a Deus escolhe tudo tem nada falta e como diz Santa Tereza: " Tudo passa, só Deus permanece!"
Que esta verdade penetre em tua vida e a faça reconhecer que só em Deus somos felizes de verdade.
36° Catequese
Queridos irmãos e irmãs, nas Catequeses passadas, meditamos sobre alguns Salmos que são exemplos dos gêneros típicos da oração: lamento, confiança, louvor. Na Catequese de hoje, gostaria de deter-me ao Salmo 119 segundo a tradição hebraica, 118 segundo a greco-latina: um Salmo muito particular, único no seu gênero. Antes de tudo, o é pela sua extensão: é composto, de fato, por 176 versículos divididos em 22 estrofes com oito versículos cada.
Além disso, tem a peculiaridade de ser um "acróstico alfabético”: é construído, isto é, segundo o alfabeto hebraico, que é composto de 22 letras. Cada estrofe corresponde a uma letra daquele alfabeto, e com tal letra inicia a primeira palavra dos oito versículos da estrofe. Trata-se de uma construção literária original e muito comprometedora, em que o autor do Salmo busca demonstrar toda a sua bravura.
Mas aquilo que, para nós, é mais importante é a temática central desse Salmo: trata-se, de fato, de um imponente e solene canto sobre a Torá do Senhor, isto é, sobre a sua Lei, termo que, na sua acepção mais ampla e completa, é compreendido como ensinamento, instrução, diretiva de vida; a Torá é revelação, é Palavra de Deus que interpela o homem e provoca a resposta de obediência confiante e de amor generoso. E de amor pela Palavra de Deus é permeado todo este Salmo, que celebra a beleza, a força salvífica, a capacidade de dar alegria e vida. Por que a Lei divina não é jugo pesado de escravidão, mas dom de graça que nos faz livres e leva à felicidade.
"Hei de deleitar-me em vossas leis; jamais esquecerei vossas palavras", afirma o Salmista (v. 16); e depois: "Conduzi-me pelas sendas de vossas leis, porque nelas estão minhas delícias" (v. 35); e ainda: "Ah, quanto amo, Senhor, a vossa lei! Durante o dia todo eu a medito" (v. 97). A Lei do Senhor, a sua Palavra, é o centro da vida do orante; nela, ele encontra consolação, torna-a objeto de meditação, conserva-a no coração: "Guardo no fundo do meu coração a vossa palavra, para não vos ofender", é esse o segredo da felicidade do Salmista; e depois, ainda: "Contra mim os soberbos maquinam caluniosamente, mas eu, de todo o coração, fico fiel aos vossos preceitos" (v. 69).
A fidelidade do Salmista nasce da escuta da Palavra, do guardar no íntimo, meditando-a e amando-a, exatamente como Maria, que "guardava, meditando em seu coração", as palavras que lhe eram dirigidas e os eventos maravilhosos em que Deus se revelava, pedindo sua adesão de fé (cf. Lc 2,19.51). E se o nosso Salmo inicia nos primeiros versículos proclamando "bem-aventurado" "quem caminha na Lei do Senhor" (v. 1b) e "quem guarda os seus preceitos" (v. 2a), é ainda a Virgem Maria que leva ao cumprimento a perfeita figura do crente descrita pelo Salmista. É Ela, de fato, a verdadeira "bem-aventurada", proclamada por Isabel porque "acreditou, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!" (Lc 1, 45), e é d'Ela e da sua fé que Jesus mesmo dá testemunho quando, à mulher que havia gritado "Bem-aventurado o ventre que te carregou", responde: "Bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!" (Lc 11,27-28). Certamente, Maria é bem-aventurada porque o seu ventre carregou o Salvador, mas, sobretudo, porque acolheu o anúncio de Deus, porque foi atenta e amorosa guardiã da sua Palavra.
O Salmo 119 é, portanto, todo entecido entorno desta Palavra de vida e bem-aventurança. Se o seu tema central é a "Palavra" e a "Lei" do Senhor, junto a esses termos recorrem em quase todos os versículos alguns sinônimos como "preceitos", "decretos", "mandamentos", "ensinamentos", "promessa", "juízos"; e, depois, tantos verbos a esses relacionados como observar, proteger, compreender, conhecer, amar, meditar, viver. Todo o alfabeto desenvolve-se através das 22 estrofes deste Salmo, e também todo o vocabulário da relação de confiança do crente com Deus; encontramos o louvor, o agradecimento, a confiança, mas também a súplica e o lamento, sempre, no entanto, permeados pela certeza da graça divina e do poder da Palavra de Deus. Mesmo os versículos mais assinalados pela dor e pelo sentimento de escuridão permanecem abertos à esperança e são permeados de fé. "Prostrada no pó está minha alma, restituí-me a vida conforme vossa promessa" (v. 25), reza confiante o Salmista; "Assemelho-me a um odre exposto ao fumeiro, e, contudo, não me esqueci de vossas leis" (v. 83), é o seu grito de crente. A sua fidelidade, ainda que colocada à prova, encontra força na Palavra do Senhor: "Saberei o que responder aos que me ultrajam, porque tenho confiança em vossa palavra" (v. 42), ele afirma com firmeza; e também diante da perspectiva angustiante da morte, os mandamentos do Senhor são o seu ponto de referência e a sua esperança de vitória: "Por pouco não me exterminaram da terra; eu, porém, não abandonei vossos preceitos" (v. 87).
A lei divina, objeto do amor apaixonado do Salmista e de cada crente, é fonte de vida. O desejo de compreendê-la, observá-la, orientar a ela todo o próprio ser é a característica do homem justo e fiel ao Senhor..." (Papa Bento XVI)
Além disso, tem a peculiaridade de ser um "acróstico alfabético”: é construído, isto é, segundo o alfabeto hebraico, que é composto de 22 letras. Cada estrofe corresponde a uma letra daquele alfabeto, e com tal letra inicia a primeira palavra dos oito versículos da estrofe. Trata-se de uma construção literária original e muito comprometedora, em que o autor do Salmo busca demonstrar toda a sua bravura.
Mas aquilo que, para nós, é mais importante é a temática central desse Salmo: trata-se, de fato, de um imponente e solene canto sobre a Torá do Senhor, isto é, sobre a sua Lei, termo que, na sua acepção mais ampla e completa, é compreendido como ensinamento, instrução, diretiva de vida; a Torá é revelação, é Palavra de Deus que interpela o homem e provoca a resposta de obediência confiante e de amor generoso. E de amor pela Palavra de Deus é permeado todo este Salmo, que celebra a beleza, a força salvífica, a capacidade de dar alegria e vida. Por que a Lei divina não é jugo pesado de escravidão, mas dom de graça que nos faz livres e leva à felicidade.
"Hei de deleitar-me em vossas leis; jamais esquecerei vossas palavras", afirma o Salmista (v. 16); e depois: "Conduzi-me pelas sendas de vossas leis, porque nelas estão minhas delícias" (v. 35); e ainda: "Ah, quanto amo, Senhor, a vossa lei! Durante o dia todo eu a medito" (v. 97). A Lei do Senhor, a sua Palavra, é o centro da vida do orante; nela, ele encontra consolação, torna-a objeto de meditação, conserva-a no coração: "Guardo no fundo do meu coração a vossa palavra, para não vos ofender", é esse o segredo da felicidade do Salmista; e depois, ainda: "Contra mim os soberbos maquinam caluniosamente, mas eu, de todo o coração, fico fiel aos vossos preceitos" (v. 69).
A fidelidade do Salmista nasce da escuta da Palavra, do guardar no íntimo, meditando-a e amando-a, exatamente como Maria, que "guardava, meditando em seu coração", as palavras que lhe eram dirigidas e os eventos maravilhosos em que Deus se revelava, pedindo sua adesão de fé (cf. Lc 2,19.51). E se o nosso Salmo inicia nos primeiros versículos proclamando "bem-aventurado" "quem caminha na Lei do Senhor" (v. 1b) e "quem guarda os seus preceitos" (v. 2a), é ainda a Virgem Maria que leva ao cumprimento a perfeita figura do crente descrita pelo Salmista. É Ela, de fato, a verdadeira "bem-aventurada", proclamada por Isabel porque "acreditou, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!" (Lc 1, 45), e é d'Ela e da sua fé que Jesus mesmo dá testemunho quando, à mulher que havia gritado "Bem-aventurado o ventre que te carregou", responde: "Bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!" (Lc 11,27-28). Certamente, Maria é bem-aventurada porque o seu ventre carregou o Salvador, mas, sobretudo, porque acolheu o anúncio de Deus, porque foi atenta e amorosa guardiã da sua Palavra.
O Salmo 119 é, portanto, todo entecido entorno desta Palavra de vida e bem-aventurança. Se o seu tema central é a "Palavra" e a "Lei" do Senhor, junto a esses termos recorrem em quase todos os versículos alguns sinônimos como "preceitos", "decretos", "mandamentos", "ensinamentos", "promessa", "juízos"; e, depois, tantos verbos a esses relacionados como observar, proteger, compreender, conhecer, amar, meditar, viver. Todo o alfabeto desenvolve-se através das 22 estrofes deste Salmo, e também todo o vocabulário da relação de confiança do crente com Deus; encontramos o louvor, o agradecimento, a confiança, mas também a súplica e o lamento, sempre, no entanto, permeados pela certeza da graça divina e do poder da Palavra de Deus. Mesmo os versículos mais assinalados pela dor e pelo sentimento de escuridão permanecem abertos à esperança e são permeados de fé. "Prostrada no pó está minha alma, restituí-me a vida conforme vossa promessa" (v. 25), reza confiante o Salmista; "Assemelho-me a um odre exposto ao fumeiro, e, contudo, não me esqueci de vossas leis" (v. 83), é o seu grito de crente. A sua fidelidade, ainda que colocada à prova, encontra força na Palavra do Senhor: "Saberei o que responder aos que me ultrajam, porque tenho confiança em vossa palavra" (v. 42), ele afirma com firmeza; e também diante da perspectiva angustiante da morte, os mandamentos do Senhor são o seu ponto de referência e a sua esperança de vitória: "Por pouco não me exterminaram da terra; eu, porém, não abandonei vossos preceitos" (v. 87).
A lei divina, objeto do amor apaixonado do Salmista e de cada crente, é fonte de vida. O desejo de compreendê-la, observá-la, orientar a ela todo o próprio ser é a característica do homem justo e fiel ao Senhor..." (Papa Bento XVI)
35° Catequese
"Sinto uma luz me iluminando, me sinto alegre só mais uma luz.
Luz que ilumina coração, Luz de amor, luz de Jesus. Um sentimento que contagia
E afasta toda rebeldia, é diferente e me seduz, e o mais curioso é que é só uma luz. Pensei que tivesse acertado o caminho, até descobrir que eu estava sozinho. No caminho escuro faltava uma luz, e de lanterna na mão vejo um tal Jesus. Me olhando de frente preso numa cruz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu. E deixou a lanterna pra iluminar, um outro perdido que fosse chegar. Procurando um caminho de luz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu..."
A bela música que lemos acima representa de, certo modo, um anseio e um dever. Um anseio: o desejo de querer acertar o caminho. O dever: deixar que o condutor de tudo seja o Senhor Jesus.
Na simplicidade do anseio, está contida a vontade de querer abraçar o Mistério de Deus na sua totalidade e, mais que isso, encontra-se ali o escopo onde tudo nasce e tudo se desenvolve. A luz de Cristo que dissipa as nossas trevas emana o amor, a paz, a luz que vem do alto e nos tira a cegueira. O anseio, provocado pelo impacto de uma Presença misteriosa, abre a visão das coisas criadas e nos permite ter um olhar diferente de tudo. O desejo de querer estar diante daquEle que faz com que a vida seja diferente é primordial na vida de quem espera ser tocado por essa mesma Presença. Como diz a própria canção, a Presença deste Ser misterioso, ' Afasta toda rebeldia, é diferente e me seduz, e o mais curioso é que é só uma luz.' A luz que Cristo irradia apaga de um vez por todas as rebeldias de um coração acostumado a viver na insensibilidade. Destrói , por assim dizer, uma cultura dominante onde a vida é vivida de uma maneira mesquinha e atroz. A luz que vem e obtém a recepção do anseio produz fruto e se espalha, de tal modo, que o mundo inteiro se ilumina com o facho da luz que sai de nós. A ignorância, a truculência, a mesquinhez dos relacionamentos, são tão fracas diante da luz de Cristo que tudo vira pó. Ele é maior, a luz do seu amor é gigantesca, penetra ao angulo mais escuro da nossa miséria, assim como o seu amor penetrou até os abismos da morte, também sua luz realiza em nós um processo que nos conduz para as "ultimas coisas", ou seja, a felicidade plena. Como isso? Na consciência de um dever.
O dever de deixar-se guiar por Ele. " E olhando de frente preso numa cruz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu. E deixou a lanterna pra iluminar, um outro perdido que fosse chegar. Procurando um caminho de luz..." O dever de irradiar essa luz para os outros, fazer com que as estruturas de pecado sejam disseminadas pela força da luz de Cristo. Só a luz de Cristo reflete o sentimento mais profundo de felicidade, de bem querencia, de amor total que emana de um coração pobre de espirito. Como diz Dom Giussani, o pobre é aquele que tem certeza de grandes coisas. Mesmo morando num barraco ele tem a força necessária para ajudar na construção de um magnifica catedral, porque se sente livre, se sente mais homem, se sente mais cristão na medida em que se doa. A postura essencial da vida deveria ser essa: estar a disposição do outro, deixar as mesquinhes de lado e abraçar a caridade de Cristo que nos estimula a sermos um para os demais.
Na concretude da vida é este o grande objetivo, deixar que o Senhor vá a nossa frente, que Ele tome conta do nosso destino e assim a canção nos inspirará ao dizer:" Não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu." A gratuidade do seu amor é assim mesmo, não pode nada em troca, parte com a certeza que o fruto da sua Presença deixará marcas na vida de quem se deixar tocar por Ele.
Desejo isto a ti, caríssima. Ele não pede nada em troca, apenas te ama e deseja que este amor seja força para enfrentares as dificuldade da vida.
Luz que ilumina coração, Luz de amor, luz de Jesus. Um sentimento que contagia
E afasta toda rebeldia, é diferente e me seduz, e o mais curioso é que é só uma luz. Pensei que tivesse acertado o caminho, até descobrir que eu estava sozinho. No caminho escuro faltava uma luz, e de lanterna na mão vejo um tal Jesus. Me olhando de frente preso numa cruz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu. E deixou a lanterna pra iluminar, um outro perdido que fosse chegar. Procurando um caminho de luz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu..."
A bela música que lemos acima representa de, certo modo, um anseio e um dever. Um anseio: o desejo de querer acertar o caminho. O dever: deixar que o condutor de tudo seja o Senhor Jesus.
Na simplicidade do anseio, está contida a vontade de querer abraçar o Mistério de Deus na sua totalidade e, mais que isso, encontra-se ali o escopo onde tudo nasce e tudo se desenvolve. A luz de Cristo que dissipa as nossas trevas emana o amor, a paz, a luz que vem do alto e nos tira a cegueira. O anseio, provocado pelo impacto de uma Presença misteriosa, abre a visão das coisas criadas e nos permite ter um olhar diferente de tudo. O desejo de querer estar diante daquEle que faz com que a vida seja diferente é primordial na vida de quem espera ser tocado por essa mesma Presença. Como diz a própria canção, a Presença deste Ser misterioso, ' Afasta toda rebeldia, é diferente e me seduz, e o mais curioso é que é só uma luz.' A luz que Cristo irradia apaga de um vez por todas as rebeldias de um coração acostumado a viver na insensibilidade. Destrói , por assim dizer, uma cultura dominante onde a vida é vivida de uma maneira mesquinha e atroz. A luz que vem e obtém a recepção do anseio produz fruto e se espalha, de tal modo, que o mundo inteiro se ilumina com o facho da luz que sai de nós. A ignorância, a truculência, a mesquinhez dos relacionamentos, são tão fracas diante da luz de Cristo que tudo vira pó. Ele é maior, a luz do seu amor é gigantesca, penetra ao angulo mais escuro da nossa miséria, assim como o seu amor penetrou até os abismos da morte, também sua luz realiza em nós um processo que nos conduz para as "ultimas coisas", ou seja, a felicidade plena. Como isso? Na consciência de um dever.
O dever de deixar-se guiar por Ele. " E olhando de frente preso numa cruz, não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu. E deixou a lanterna pra iluminar, um outro perdido que fosse chegar. Procurando um caminho de luz..." O dever de irradiar essa luz para os outros, fazer com que as estruturas de pecado sejam disseminadas pela força da luz de Cristo. Só a luz de Cristo reflete o sentimento mais profundo de felicidade, de bem querencia, de amor total que emana de um coração pobre de espirito. Como diz Dom Giussani, o pobre é aquele que tem certeza de grandes coisas. Mesmo morando num barraco ele tem a força necessária para ajudar na construção de um magnifica catedral, porque se sente livre, se sente mais homem, se sente mais cristão na medida em que se doa. A postura essencial da vida deveria ser essa: estar a disposição do outro, deixar as mesquinhes de lado e abraçar a caridade de Cristo que nos estimula a sermos um para os demais.
Na concretude da vida é este o grande objetivo, deixar que o Senhor vá a nossa frente, que Ele tome conta do nosso destino e assim a canção nos inspirará ao dizer:" Não pediu nada em troca apenas sorriu, me deu um abraço e depois partiu." A gratuidade do seu amor é assim mesmo, não pode nada em troca, parte com a certeza que o fruto da sua Presença deixará marcas na vida de quem se deixar tocar por Ele.
Desejo isto a ti, caríssima. Ele não pede nada em troca, apenas te ama e deseja que este amor seja força para enfrentares as dificuldade da vida.
34° Catequese
S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, S. Abraão, S. Moisés, S. Elias, S. João Batista, S. José, S. Pedro, S. Paulo, Santo André, S. João, S. Tiago, S. Mateus, S.Lucas, S.Marcos, S. Barnabé, S. Maria Madalena, S. Estevão, S. Lourenço, S. Inácio de Antioquia, S. Justino, S.Perpétua, S. Felicidade, S. Inês, S. Maria Goretti, S. Silvestre, S. Gregório, S. AGOSTINHO, S. Atanásio, S. Basílio, S. Gregório Nazianzeno, S. João Crisóstomo, S. Carlos Borromeu
S. Pio X, S. Antonio, S. Bento, S. Bernardo, S. Francisco, S. Domingos, S. Tomás de Aquino, S. Inácio de Loyola, S. Francisco Xavier, S. Vicente de Paula
S. João Maria Vianney, S. João Bosco, S. Catarina de Sena, S.Teresa d’Ávila, S. Rosa de Lima, S. Isabel da Hungria... Quem são esses? O que fizeram? Por que são chamados de Santos?
Com toda certeza, as palavras de São João no livro do Apocalipse nos responde tais questionamentos: ' Então um dos Anciãos falou comigo e perguntou-me: Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm?
Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.' (Ap 7, 13-14) De onde vem, pergunta o ancião. Do mundo, mas que não foram engolidos pelo mundo. Quem são? São aqueles que passaram pela grande tribulação, aqueles que sofreram, que vivenciaram o drama da vida; aqueles que responderam com fé as exigências da caminhada; são aqueles que como diz o Apostolo: ' Alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro.' (Ap 7, 14)
Por que o chamamos santos? Responde tal inquietação de nosso coração, ó grande rei Davi: 'É assim a geração dos que procuram o Senhor!' (Sl 23, 6)
Assim como? 'Quem tem mãos puras e inocente coração,
quem não dirige sua mente para o crime.' (Sl 23, 4) O homem tocado pela Presença de Cristo, torna-se separado (Santo) e em vez de olhar para as distrações da vida, dirige o seu olhar confiante naquEle que dá subsistência a todas as coisas. Por isso não dirige sua mente para o crime, para as inverdades, para as ideologias que aprisionam o homem em seu 'mundo perfeito', em vez disso, o olhar voltado para Ele confiante nos liberta de nossos pecados e, nos dá o impulso vital de sermos protagonistas dessa bela vida que Ele conquistou para nós. O santo não é de forma nenhuma alguém que vem de outro mundo, pelo contrário, vive nesse mundo e tenta mesmo com todas as contrariedades, ser feliz tendo Deus como seu Guia e Pastor.
Vendo a numerosa lista de homens e mulheres que venceram o mal e deixaram ser conduzidos por Deus, vislumbramos também o nosso desafio de alcançar a mesma glória que estes um dia receberam de Deus. O amor com que viveram, a intensidade com que entranharam o cristianismo em si, e a esperança que os fazia ser quem eram, nos ajudam a não perder de vista o caminho que eles um dia trilharam e quando avistamos este mesmo caminho, chegamos a conclusão de que, se eles conseguiram, nós também conseguiremos. São José Maria Escrivá dizia: " Não existe santo sem passado e nem existe um pecador sem futuro!' Todos nós temos uma história de vida e nessa história que o Senhor nos santificará. Qual será a nossa resposta a este convite entregue a nós no Batismo? Com qual modalidade poderemos responder ao Senhor? Como poderemos imitar estes grandes homens e essas magníficas mulheres? Entregando-se nas mãos de Deus, permitindo que Ele dirija nossos passos, fazendo com que a fidelidade a Sua Palavra seja a bússola a nós guiar, e seja a modalidade pela qual confirmará em nós um desejo profundo de querer estar na Sua Presença e de querer servi-LO!
O caminho que nos leva a santidade é longo e empenhativo. Santo Agostinho dizia; "Na escola da vida, Deus é o único professor à procura de bons alunos". Tenhamos essa audácia de parecermos com o Mestre, imitemos o Deus que é três vezes Santo, só assim entenderemos o que Nosso Senhor nos diz: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus' (Mt 8, 26-27) Esta é a dinâmica da santidade. Bem-aventurado¬ é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeita toda espécie de idolatria.
Peçamos a Ele na Comunhão de Todos os Santos essa graça, ter um coração puro que tem como centro Ele mesmo. A Virgem Poderosa, Rainha de Todos os Santos, nos acompanha nesta caminhada; aquela que participou intimamente do Mistério da Encarnação e recebeu todas as graças de Deus nos ajudará nesta árdua tarefa de parecermos com o seu Santíssimo Filho.
Amém.
S. Pio X, S. Antonio, S. Bento, S. Bernardo, S. Francisco, S. Domingos, S. Tomás de Aquino, S. Inácio de Loyola, S. Francisco Xavier, S. Vicente de Paula
S. João Maria Vianney, S. João Bosco, S. Catarina de Sena, S.Teresa d’Ávila, S. Rosa de Lima, S. Isabel da Hungria... Quem são esses? O que fizeram? Por que são chamados de Santos?
Com toda certeza, as palavras de São João no livro do Apocalipse nos responde tais questionamentos: ' Então um dos Anciãos falou comigo e perguntou-me: Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm?
Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.' (Ap 7, 13-14) De onde vem, pergunta o ancião. Do mundo, mas que não foram engolidos pelo mundo. Quem são? São aqueles que passaram pela grande tribulação, aqueles que sofreram, que vivenciaram o drama da vida; aqueles que responderam com fé as exigências da caminhada; são aqueles que como diz o Apostolo: ' Alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro.' (Ap 7, 14)
Por que o chamamos santos? Responde tal inquietação de nosso coração, ó grande rei Davi: 'É assim a geração dos que procuram o Senhor!' (Sl 23, 6)
Assim como? 'Quem tem mãos puras e inocente coração,
quem não dirige sua mente para o crime.' (Sl 23, 4) O homem tocado pela Presença de Cristo, torna-se separado (Santo) e em vez de olhar para as distrações da vida, dirige o seu olhar confiante naquEle que dá subsistência a todas as coisas. Por isso não dirige sua mente para o crime, para as inverdades, para as ideologias que aprisionam o homem em seu 'mundo perfeito', em vez disso, o olhar voltado para Ele confiante nos liberta de nossos pecados e, nos dá o impulso vital de sermos protagonistas dessa bela vida que Ele conquistou para nós. O santo não é de forma nenhuma alguém que vem de outro mundo, pelo contrário, vive nesse mundo e tenta mesmo com todas as contrariedades, ser feliz tendo Deus como seu Guia e Pastor.
Vendo a numerosa lista de homens e mulheres que venceram o mal e deixaram ser conduzidos por Deus, vislumbramos também o nosso desafio de alcançar a mesma glória que estes um dia receberam de Deus. O amor com que viveram, a intensidade com que entranharam o cristianismo em si, e a esperança que os fazia ser quem eram, nos ajudam a não perder de vista o caminho que eles um dia trilharam e quando avistamos este mesmo caminho, chegamos a conclusão de que, se eles conseguiram, nós também conseguiremos. São José Maria Escrivá dizia: " Não existe santo sem passado e nem existe um pecador sem futuro!' Todos nós temos uma história de vida e nessa história que o Senhor nos santificará. Qual será a nossa resposta a este convite entregue a nós no Batismo? Com qual modalidade poderemos responder ao Senhor? Como poderemos imitar estes grandes homens e essas magníficas mulheres? Entregando-se nas mãos de Deus, permitindo que Ele dirija nossos passos, fazendo com que a fidelidade a Sua Palavra seja a bússola a nós guiar, e seja a modalidade pela qual confirmará em nós um desejo profundo de querer estar na Sua Presença e de querer servi-LO!
O caminho que nos leva a santidade é longo e empenhativo. Santo Agostinho dizia; "Na escola da vida, Deus é o único professor à procura de bons alunos". Tenhamos essa audácia de parecermos com o Mestre, imitemos o Deus que é três vezes Santo, só assim entenderemos o que Nosso Senhor nos diz: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus' (Mt 8, 26-27) Esta é a dinâmica da santidade. Bem-aventurado¬ é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeita toda espécie de idolatria.
Peçamos a Ele na Comunhão de Todos os Santos essa graça, ter um coração puro que tem como centro Ele mesmo. A Virgem Poderosa, Rainha de Todos os Santos, nos acompanha nesta caminhada; aquela que participou intimamente do Mistério da Encarnação e recebeu todas as graças de Deus nos ajudará nesta árdua tarefa de parecermos com o seu Santíssimo Filho.
Amém.
33° Catequese
"Quod vox, mente consentiunt" [Que a voz concorde com a mente] (São Bento)
A expressão de São Bento vem de encontro a liturgia que hoje celebramos. No evangelho deste 31 Domingo do Tempo Comum, São Mateus narra o auge do debates entre Jesus e os Mestres da Lei. Jesus toca na ferida daqueles homens ao dizer que eles falam mas não praticam aquilo que ensinam para o povo. A critica de Jesus revela a grande preocupação de Deus conosco, não podemos ser homens da teoria, o Evangelho, a Doutrina, a Liturgia, os Sacramentos, devem nos levar a união com Deus e a partir daí produzir em nós um acontecimento tão extraordinário que repercute na vida. São Pedro, quando acompanhava o julgamento do Mestre foi reconhecido por uma mulher que disse: 'Tu és um deles, pois o teu modo de falar te denuncia' (Mt, 26, 73) O encontro com Cristo mudou tanto a vida de Pedro que ele não era mais o mesmo. Seus olhos, seu semblante, seu modo de encarar as coisas já não era o mesmo, algo mudou. Essa adesão, esse fato que transforma a vida, esse deixar-se encontrar por Cristo é o desafio de cada cristão. Os fariseus tinham o domínio das Escrituras Sagradas, tinham a autoridade de interpretá-las, mas mesmo assim a vida deles não condizia com o que pregavam. Diziam, repetiam as palavras, mas não seguiam. Todo homem tem essa tentação de querer Deus sem Deus. A tentação de buscar um ídolo e, fazer desse ídolo, o grande condutor de nossas vidas é algo latente no drama humano. Somos tentados a todo instante a nos afastarmos de Deus, a colocarmos pessoas e coisas no lugar que só corresponde a Deus. Quando o grito potente de Cristo penetra em nossos ouvidos, nós não conseguimos caminhar para outro lado se não o dEle. O Mistério de Deus investido em nossa vida nos dá a força para sermos pessoas coerentes, pessoas que vivem com intensidade e desejam ser conduzidas pelo Coração dEle. Por isso o convite que Cristo nos faz hoje tem haver com essa correspondência ao Seu amor. Se nós o amamos não desejamos ofende-lo e todas as nossas atitudes são coisa que automáticas em querer evitar o mal e buscar o bem. A força motriz é a certeza de que Alguém me ama e me quer para Si. Se eu me sinto amado, as pessoas, a universalidade das coisas, o cosmos, todo o universo, tem sentido pra mim, porque a essência de tudo isso é o Cristo, como nos dirá São João:' Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada do que foi feito se fez.' (Jo, 1, 3)
Peçamos a Deus a graça de sermos coerentes, peçamos a Ele o dom de sermos dóceis ao seu chamado, e peçamos também que toda a falsidade, toda a tentação de uma religião infértil, toda a manipulação da verdade seja afastada de nós. Aquela que trouxe a Verdade encarnada nos ajude nesta caminhada, sua intercessão será benéfica para todos aqueles que tem no coração o desejo de ser instrumentos, mesmo que insuficientes, nas mãos de Deus.
A expressão de São Bento vem de encontro a liturgia que hoje celebramos. No evangelho deste 31 Domingo do Tempo Comum, São Mateus narra o auge do debates entre Jesus e os Mestres da Lei. Jesus toca na ferida daqueles homens ao dizer que eles falam mas não praticam aquilo que ensinam para o povo. A critica de Jesus revela a grande preocupação de Deus conosco, não podemos ser homens da teoria, o Evangelho, a Doutrina, a Liturgia, os Sacramentos, devem nos levar a união com Deus e a partir daí produzir em nós um acontecimento tão extraordinário que repercute na vida. São Pedro, quando acompanhava o julgamento do Mestre foi reconhecido por uma mulher que disse: 'Tu és um deles, pois o teu modo de falar te denuncia' (Mt, 26, 73) O encontro com Cristo mudou tanto a vida de Pedro que ele não era mais o mesmo. Seus olhos, seu semblante, seu modo de encarar as coisas já não era o mesmo, algo mudou. Essa adesão, esse fato que transforma a vida, esse deixar-se encontrar por Cristo é o desafio de cada cristão. Os fariseus tinham o domínio das Escrituras Sagradas, tinham a autoridade de interpretá-las, mas mesmo assim a vida deles não condizia com o que pregavam. Diziam, repetiam as palavras, mas não seguiam. Todo homem tem essa tentação de querer Deus sem Deus. A tentação de buscar um ídolo e, fazer desse ídolo, o grande condutor de nossas vidas é algo latente no drama humano. Somos tentados a todo instante a nos afastarmos de Deus, a colocarmos pessoas e coisas no lugar que só corresponde a Deus. Quando o grito potente de Cristo penetra em nossos ouvidos, nós não conseguimos caminhar para outro lado se não o dEle. O Mistério de Deus investido em nossa vida nos dá a força para sermos pessoas coerentes, pessoas que vivem com intensidade e desejam ser conduzidas pelo Coração dEle. Por isso o convite que Cristo nos faz hoje tem haver com essa correspondência ao Seu amor. Se nós o amamos não desejamos ofende-lo e todas as nossas atitudes são coisa que automáticas em querer evitar o mal e buscar o bem. A força motriz é a certeza de que Alguém me ama e me quer para Si. Se eu me sinto amado, as pessoas, a universalidade das coisas, o cosmos, todo o universo, tem sentido pra mim, porque a essência de tudo isso é o Cristo, como nos dirá São João:' Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada do que foi feito se fez.' (Jo, 1, 3)
Peçamos a Deus a graça de sermos coerentes, peçamos a Ele o dom de sermos dóceis ao seu chamado, e peçamos também que toda a falsidade, toda a tentação de uma religião infértil, toda a manipulação da verdade seja afastada de nós. Aquela que trouxe a Verdade encarnada nos ajude nesta caminhada, sua intercessão será benéfica para todos aqueles que tem no coração o desejo de ser instrumentos, mesmo que insuficientes, nas mãos de Deus.
32° Catequese
"A liberdade do homem, sempre implicada pelo Mistério, tem como forma suprema e incontestável de expressão a coração. Por isto, a liberdade se coloca, segundo toda a sua verdadeira natureza, como pedido.
Conclui o precioso texto da liturgia ambrosiana: ‘Domine Deus, custodi hanc voluntatem cordis eorum’ (‘Senhor Deus, salva esta disposição do coração deles’).
A infidelidade sempre surge no nosso coração, mesmo diante das coisas mais belas e mais verdadeiras, nas quais, diante da humanidade de Deus e da simplicidade original do homem, o homem pode fraquejar por debilidade e preconceito mundano, como Judas e Pedro. Até mesmo a experiência pessoal da infidelidade que sempre surge, revelando a imperfeição de qualquer gesto humano, clama pela contínua memória de Cristo.
Ao grito desesperado do pastor Brand, no homônimo drama de Ibsen (‘Responde-me, ó Deus, na hora em que a morte me engole: não é, então, suficiente toda a vontade de um homem para conseguir uma só parcela de salvação?’), corresponde a humilde positividade de Santa Teresinha do Menino Jesus, que escreve: ‘Quando vivo a caridade, é somente Jesus que age em mim’.
Tudo isto significa que a liberdade do homem, sempre implicada pelo Mistério, tem como forma suprema e incontestável de expressão a oração. Por isto, a liberdade se coloca, segundo toda a sua verdadeira natureza, como pedido de adesão ao Ser, portanto, a Cristo.
Mesmo dentro da incapacidade, dentro da grande fragilidade do homem, está destinada a perdurar a afeição a Cristo.
Neste sentido, Cristo, Luz e Força para todo seguidor seu, é o reflexo adequado daquela palavra com a qual o Mistério aparece na sua relação última com a criatura, como misericórdia: Dives in misericordia. O mistério da misericórdia ultrapassa qualquer imagem humana de tranqüilidade ou de desespero; até o sentimento de perdão está dentro deste mistério de Cristo.
Este é o abraço último do Mistério, contra o qual o homem - até mesmo o mais distante e o mais perverso ou o mais obscuro, o mais tenebroso - não pode opor nada, não pode colocar objeção; pode abandoná-lo, mas abandonando a si mesmo e ao próprio bem. O Mistério como misericórdia continua a ser a última palavra mesmo sobre todas as possibilidades negativas da história.
Por isso, a existência se exprime, como último ideal, na mendicância. O verdadeiro protagonista da história é o mendicante: Cristo mendicante do coração do homem, e o coração do homem mendicante de Cristo.” (Mons. Luigi Giussani)
O protagonismo da vida que Cristo com sua cruz conquistou para nós, é a beleza da vida que rasga a história e implica sempre na adesão aquEle que tomou sobre Si nossas dores, angustias e misérias e nos trasportou para a verdadeira vida. A vida como dom de Deus é preciosa e vivê-la com intensidade é sempre um novo desafio. O que é a intensidade? É a disposição do coração do homem de sempre querer estar ligado aquEla Presença que dá sentido a tudo na vida.Por isso a gente mesmo cansado, triste, abatido, estressado, encontra forças para seguir no grande campo da vida com o coração desejoso de corresponder a quem nos chamou para viver esse drama cotidiano que se chama vida. A intensidade de vida sempre nos leva a humildade, pois quando nos sentimos tocados pelo Ser a todo instante temos uma postura de mendicantes, como nos diz Dom Giussani. Mendicantes do amor de Cristo; mendicantes de sua Presença; mendicantes dos fatores que constituem a vida de quem se deixou ferir pela Palavra de Deus.
Que a intensidade do viver levada á sério, nos guie por caminhos bem retos e planos, lá encontraremos abrigo no coração daquEle que certa vez nos disse: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve." (Mt 11, 28-30)
Conclui o precioso texto da liturgia ambrosiana: ‘Domine Deus, custodi hanc voluntatem cordis eorum’ (‘Senhor Deus, salva esta disposição do coração deles’).
A infidelidade sempre surge no nosso coração, mesmo diante das coisas mais belas e mais verdadeiras, nas quais, diante da humanidade de Deus e da simplicidade original do homem, o homem pode fraquejar por debilidade e preconceito mundano, como Judas e Pedro. Até mesmo a experiência pessoal da infidelidade que sempre surge, revelando a imperfeição de qualquer gesto humano, clama pela contínua memória de Cristo.
Ao grito desesperado do pastor Brand, no homônimo drama de Ibsen (‘Responde-me, ó Deus, na hora em que a morte me engole: não é, então, suficiente toda a vontade de um homem para conseguir uma só parcela de salvação?’), corresponde a humilde positividade de Santa Teresinha do Menino Jesus, que escreve: ‘Quando vivo a caridade, é somente Jesus que age em mim’.
Tudo isto significa que a liberdade do homem, sempre implicada pelo Mistério, tem como forma suprema e incontestável de expressão a oração. Por isto, a liberdade se coloca, segundo toda a sua verdadeira natureza, como pedido de adesão ao Ser, portanto, a Cristo.
Mesmo dentro da incapacidade, dentro da grande fragilidade do homem, está destinada a perdurar a afeição a Cristo.
Neste sentido, Cristo, Luz e Força para todo seguidor seu, é o reflexo adequado daquela palavra com a qual o Mistério aparece na sua relação última com a criatura, como misericórdia: Dives in misericordia. O mistério da misericórdia ultrapassa qualquer imagem humana de tranqüilidade ou de desespero; até o sentimento de perdão está dentro deste mistério de Cristo.
Este é o abraço último do Mistério, contra o qual o homem - até mesmo o mais distante e o mais perverso ou o mais obscuro, o mais tenebroso - não pode opor nada, não pode colocar objeção; pode abandoná-lo, mas abandonando a si mesmo e ao próprio bem. O Mistério como misericórdia continua a ser a última palavra mesmo sobre todas as possibilidades negativas da história.
Por isso, a existência se exprime, como último ideal, na mendicância. O verdadeiro protagonista da história é o mendicante: Cristo mendicante do coração do homem, e o coração do homem mendicante de Cristo.” (Mons. Luigi Giussani)
O protagonismo da vida que Cristo com sua cruz conquistou para nós, é a beleza da vida que rasga a história e implica sempre na adesão aquEle que tomou sobre Si nossas dores, angustias e misérias e nos trasportou para a verdadeira vida. A vida como dom de Deus é preciosa e vivê-la com intensidade é sempre um novo desafio. O que é a intensidade? É a disposição do coração do homem de sempre querer estar ligado aquEla Presença que dá sentido a tudo na vida.Por isso a gente mesmo cansado, triste, abatido, estressado, encontra forças para seguir no grande campo da vida com o coração desejoso de corresponder a quem nos chamou para viver esse drama cotidiano que se chama vida. A intensidade de vida sempre nos leva a humildade, pois quando nos sentimos tocados pelo Ser a todo instante temos uma postura de mendicantes, como nos diz Dom Giussani. Mendicantes do amor de Cristo; mendicantes de sua Presença; mendicantes dos fatores que constituem a vida de quem se deixou ferir pela Palavra de Deus.
Que a intensidade do viver levada á sério, nos guie por caminhos bem retos e planos, lá encontraremos abrigo no coração daquEle que certa vez nos disse: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve." (Mt 11, 28-30)
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