quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Jovem, bonita... feliz ( Dom Antônio Augusto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro)




Uma moça jovem e bonita tem nessa sua juventude e nessa sua beleza duas ocasiões propícias para ser uma mulher emancipada e livre. Chiara Luce Badano escolheu, entretanto, ser uma mulher santa, e essa sua decisão infantil, tomada aos 10 anos de idade, fruto do seu contato com o Movimento dos Focolares, terá o reconhecimento oficial pela Igreja no próximo 25 de setembro, no Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, em Roma.

Nesse dia romano, Chiara Luce será beatificada pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação da Causa dos Santos, e, a partir dessa data, a sua história de vida ganhará a categoria de testemunho de fé, de esperança e de caridade cristã.

Quem é Chiara Luce? Por que a Igreja reconheceu suas virtudes heróicas? O que ela viveu para ser um modelo de heroísmo cristão? Qual foi a sua “matriz” espiritual e humana, que a levou à beatificação?

Todas essas questões têm respostas. A biografia de Chiara é conhecida, pois as datas de nascimento e morte revelam a brevidade de sua vida: no dia 29 de outubro de 1971, após 11 anos de espera de seus pais, ela nascia em Sassello, província de Savona, na Itália, e no dia 07 de outubro de 1990, às vésperas do seu 19º aniversário, morria, após dois anos de um doloroso câncer ósseo.

Entre essas duas datas, Chiara Luce Badano viveu dentro de uma família muito unida, da qual recebeu uma sólida educação cristã. Rica de talentos naturais, bonita e esportiva, teve muitos amigos que testemunharam acerca da sua normalidade de vida com um único destaque, aquele que é sinal inconfundível de santidade: o sim à vontade de Deus.

Desde pequena, Chiara Badano só teve uma palavra em sua boca, esse sim sem condições, até que soube da sua doença incurável e a seqüência de consultas, exames, internações em hospitais, cirurgias e a impossibilidade de caminhar transformaram essa palavra afirmativa no estilo de vida característico das pessoas santas.

Um exemplo que não deixa sombra de dúvidas e vale a pena mencioná-lo, citando uma carta de Chiara Luce à fundadora do Movimento dos Focolarinos, Chiara Lubich: “A medicina depôs as armas. Interrompendo os tratamentos, as dores nas costas aumentaram e quase não consigo mais me mexer. Sinto-me tão pequena e o caminho a percorrer é tão árduo... muitas vezes sinto-me sufocada pela dor. Mas é o Esposo que vem me encontrar, não é? Sim, eu também repito com você: “Se tu queres, eu também quero”... Tenho certeza que com Ele venceremos o mundo!”

Logicamente, tal comportamento não foi imediato nem espontâneo, numa jovem tão cheia de vida como a jovem Chiara, mas teve a sua raiz na sua precoce compreensão do essencial no cristianismo. A amizade com Jesus Cristo foi para ela uma descoberta infantil. Aos 12 anos participou de um Congresso do Movimento dos Focolares e aí entendeu que estava errando como batizada, pois viu que instrumentalizava Jesus e não O amava. Suas palavras são profundas: “Descobri que Jesus Abandonado é a chave da unidade com Deus e quero escolhê-LO como primeiro esposo e preparar-me para quando vier – Preferi-LO! (cf. Carta a Chiara Lubich, novembro de 1983).

Nas suas cartas às amigas, notava-se essa sua descoberta incrível e raramente deixava de falar que abraçou Jesus Abandonado nas horas difíceis; com alegria mencionava-O como a sua companhia nas horas de tristezas, próprias das adolescentes, e seu maior desejo era assemelhar-se a Jesus Abandonado.

À juventude desse início do século XXI e também aos adultos, especialmente às mulheres emancipadas e livres, Chiara Luce Badano convida, com seu sorriso e olhar juvenil, para irem ao encontro de Jesus Cristo, muito abandonado, nesse mundo acompanhado de bebidas, drogas, sexo e poder. Para que vejam que Ele, Deus-Homem e Homem-Deus, é o melhor Amigo, a melhor Companhia, a maior Alegria, o Único realmente Vitorioso na vida.

Que a beatificação dessa moça jovem, bonita... feliz, acenda na juventude brasileira a luz da santidade e que sejam as moças e os rapazes de hoje os padroeiros das Igrejas e das Dioceses do futuro.

Fonte: Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro

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