Ao criar este blog, gostaria de propor reflexões, mensagens e apontamentos sobre aspectos relevantes a fé e tudo aquilo que ensina a Santa Igreja, através de seu magistério, da Liturgia e dos demais meios que nos são propostos pela mesma Igreja. Espero que todos gostem deste novo blog. Grande abraço a todos, sejam bem vindos!
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
A noite silenciosa, a noite absurda, a noite esplêndida
Atualizamos hoje o Mistério da Noite Santa de Natal, noite em que o silêncio do mundo se fez porta voz do evento acontecido em Belém. Parece que esta noite fala por si mesma. Na região do grande evento de salvação, o silêncio imperava. A humanidade silenciosa, ou melhor, barulhenta por cauisa da indiferença e do distanciamento de Deus, não acolhe o Salvador "pois não havia lugar para eles na hospedaria." (LC 2, 6)O silêncio desta noite revela para nós o modo, o jeito, a maneira que Deus aparece á humanidade: ele vem no silêncio da noite. Deus desce até nós e nos oferece a sua Presença silenciosa, dando-nos a oportunidade de podermos falar.
Esta noite está envolta no drama do Deus que quis participar da nossa vida e assumiu para Si as nossas misérias. Noite dramática que une céu e terra, a família humana e a família divina. Noite esplendorosa qe dissipa as trevas do mal e decreta a vitória de uma Menino sobre Satánas e o mal. A eterna luz dos homens fez-se acessível. Esta Boa-Nova de Salvação beira ao absurdo, pois o Criador de toda a humanidade decide sair da nuvem de glória, que despertava no homem certo pavor e medo, para vir morar em nosso meio. A glória de Deus que rasgava o céu agora tem um novo endereço: Deus está no curral de Belém. Não tem um berço digno de Si, tem apenas um local preparado ás pressas por José e Maria que O reclinam nas palhas de um manjedorura.O Menino-Deus experimenta a trágica realidade de tantos e tantas que vivem na miséria e não tem moradia digna. O Absoluto rompe o silêncio desta noite e como qualquer recém - nascido, chora. O grito que brada aos céus é a realidade profunda que os seres humanos experimentam na hora decisiva do nascimento. O medo nos acompanha desde o inicio. Medo de que? Medo de sair da segurança do ventre materno. Medo de enfrentar as dificuldades da vida. Medo de ser um para o outro. O Menino chora! Mais porque chora? Chora pelos pecados dos homens que á partir daquele momento Ele assume para Si. Chora pela miséria humana, pela indiferença dos homens, pela falta de sensibilidade dos corações que aguardavam o Messias, mas que o perderam vendo-O escapar na multidão e não perceberam que ali, na barriga da Virgem, o Salvador da humanidade passava e esperava por eles.
A cena que vemos no presépio de Belém é a cena da fragilidade por exelência. Uma mulher grávida de Deus, gemendo de dores de parto, sofre com as dores fisícas, mas o que dói mesmo é saber que para o seu filho não deram abrigo. E ela irá sofrer mais tarde, pois o abrigo que agora não deram, chegará 33 anos mais tarde e será o abrigo da cruz. Dor e sofrimento se misturam pela alegria e pelo gáudio do nascimento. Nasceu o Senhor! Nasceu o Rei de Israel, o Salvador!Por este motivo o silêncio mais uma vez é quebrado. O coro celeste aclama: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados"( Lc 2, 14)A luz que dissipa o erro nasce e revela o clarão da glória do Pai. Tal evento de salvação nos faz seguir o convite de Santo Agostinho que diz: " Desperta, ó homem; por tua causa Deus se fez homem." (Serm. 185: PL 38, 997-999) Sim, não cochilemos diante de tamanha dádiva! Não deixemos que Ele passe por nós! Acorramos á Ele. Sigamos o exemplo dos pastores que foram ver em Belém o acontecimento que mudou a história da humanidade. Corramos, nos coloquemos á caminho e vejamos o que lá aconteceu. Quando chegarmos lá encontraremos Aquele que fora predito pelos profetas, esperado pelas nações, acolhido pelos corações generosos da Virgem e de São José. Se Deus afastou de nós o medo e a reistência de sua glória, agora o que temos que fazer é amá-LO e acolhê-LO para que o seu amor infinito fira o nosso coração e nos faça gritar: " Sim, Senhor, somos teus e queremos viver na tua comunhão!" Amém.
Sem. Rafael Viana Lima
III ano de Flosofia do Seminário Arquidiocesano de São José
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